5 de agosto de 2014

CONHEÇA SEUS DIREITOS

Caros leitores não poderíamos deixar de registrar a grande perda do mestre Ariano Vilar Suassuna, paraibano, mas se considera também norteriograndense e pernambucano. Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz, 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco.
Na Academia Brasileira de Letras foi Sexto ocupante da Cadeira nº 32, eleito em 3 de agosto de 1989, na sucessão de Genolino Amado e recebido em 9 de agosto de 1990 , também Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (2000)..   
Tendo como obras mais conhecidas o Auto da Compadecida (1955). Medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. Rio de Janeiro: Livraria Agir, 1957; 34.ª ed., Agir, 1999. Estréia no cinema, 1969. Microssérie da Rede Globo de Televisão, 1994, e no cinema, 2000.
O Desertor de Princesa (Reescritura de Cantam as Harpas de Sião), 1958. Inédita.O Casamento Suspeitoso (1957). Encenada em São Paulo pela Cia. Sérgio Cardoso. Prêmio Vânia Souto de Carvalho. Recife, Igarassu, 1961. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, junto com O Santo e a Porca; 8.ª ed., 1989.
O Pasto Incendiado (1945-70). Livro inédito de poemas.
Ode. Recife: O Gráfico Amador, 1955.
Coletânea da Poesia Popular Nordestina. Romances do ciclo heróico. Recife: Deca, 1964. O Movimento Armorial. Recife: UFPe, 1974.Iniciação à Estética. Recife: UFPe, 1975. A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira (tese de livre-docência em História da Cultura Brasileira). Centro de Filosofia e Ciências Humanas, UFPe, 1976.
Escritor com extrema irreverência e humor não se faz necessário mais delongas sobre sua arte, basta só contemplarmos uma De suas falas para termos a noção de sua grandiosa contribuição para nossa cultura.

Transcrevo trecho de uma palestra em Belo Horizonte.
“....Ao mesmo tempo, porém, preocupado com meu País e meu Povo, descobri que, para mim, como escritor era uma sorte que o Português falado no Brasil tivesse chegado aqui numa época em que a Cultura ibérica estava começando a se expressar pelo Barroco, caracterizado pela união de contrastes. Contrastes em que se fundiam o trágico e o cômico, o popular e o erudito, a novela-de-cavalaria medieval e a picaresca da Renascença; e tudo isso era muito importante para a maneira de escrever que eu procurava. Notei que o Barroco era pai do Romantismo, avô do Naturalismo e bisavô do Simbolismo - e todas essas cosmovisões passaram a me tocar pela via de Gregório de Mattos, José de Alencar, Euclydes da Cunha, Aluisio de Azevedo, Julio Ribeiro, Cruz e Sousa Augusto dos Anjos.

Foi aí que, quase sem querer, comecei a ser afetado por coisas que podem parecer modismos ou pormenores sem importância para os outros, mas que, para mim, são fundamentais. E foi aí, também, que começou para mim um verdadeiro tormento, porque passei um bom tempo da minha vida procurando adaptar meu modo de escrever às regras que filólogos e gramáticos ditavam, às vezes de maneira autoritária, acadêmica e estreita.

....Mas meu grito final de revolta só ocorreu, mesmo, no dia em que abri uma Enciclopédia e lá encontrei meu nome escrito como Ariano Suaçuna, que, sem dúvida, mais parece nome de Cobra que de gente. Foi a partir daí que tomei a decisão de só escrever o que quero, e como quero. São minhas heranças barrocas, populares e simbolistas que explicam entre outras coisas minhas maiúsculas "arbitrárias" e meus hífens "não autorizados".
O mérito do Advogado é não fugir da luta, ao contrário, sua satisfação só se alcança com a vitória acerca da dificuldade.


Dr. Carlos Cardoso ,Advogado Causas cíveis ,trabalhistas e criminais.
Rua Desembargador José Gomes da Costa, 1645, Capim Macio – Natal/RN – contato (84) 9994 8435.






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