Costa Junior
A
Casa do Cordel é uma referência em nossa cidade para os apreciadores da
literatura potiguar. Tem a difícil missão de se manter nos dias atuais, devido
a falta de incentivo a nossa cultura popular.
Ela foi fundada em agosto de 2007, por Erivaldo Leite de Lima, mais
conhecido como Abaeté do Cordel. "A cultura no RN não é valorizada e os
que trabalham neste segmento não tem incentivo nenhum. Trabalhamos por amor a
arte" argumenta Abaeté.
Como a
literatura de cordel, tem muita informação e atinge aos temas como, de cunho
social e meio ambiente, ela é muito importante sua aplicação nas escolas
públicas. "Era fundamental se os setores de educação pudessem levar os
editores potiguares, para dar palestras nos estabelecimentos de ensinos. Os
alunos da nossa cidade, alguns que residem em bairros periféricos, teriam a
oportunidade de conhecer os autores norte riograndenses. A literatura serve
também como uma forma de tirar os jovens das drogas".
Para
Abaeté do Cordel, outro segmento que deveria incentivar a nossa cultura, seriam
os sindicatos. Esse setor poderia investir nas compras de livros, livretos e
distribuir com os trabalhadores. "O que os sindicatos arrecadam dar demais
para gastar com a produção cultural do Estado. Eu e muitos que lidam com
cultura, sobrevivem apenas dos nossos trabalhos, sem receber incentivos de nenhum
órgão."
Outra instituição, na sua opinião, que não
incentiva a nossa cultura é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ela é fechada para a cultura popular. Deveria realizar feiras de livros,
palestras com autores do RN, incentivando os jovens a conhecer mais a cultura
do Estado e os autores norte-rio-grandenses. " Nós precisamos muito do
apoio de instituições, seja estadual ou federal, mas, infelizmente isso não
acontece. Investir na cultura é dar um
conhecimento aos jovens e um futuro de vida melhor".
A literatura potiguar não recebe apoio e são poucos os que lutam por ela. O cordel,
apesar de ser cem por cento nordestino, não recebe o incentivo que merece. Os
cordelistas têm dificuldade de exercer seu trabalho, por falta de ajuda. Assim
também é a literatura potiguar."Eu reverencio todos aqueles que conseguem
divulgar os autores de livros norte-rio-grandenses, com os seus próprios
esforços, criando editoras particulares"
Hoje a Casa de Cordel é um espaço para receber alunos
e professores das escolas de Natal. O Cordel é criado pelo povo e para o povo,
o que falta são politicas públicas. "O trabalho que fazemos aqui não é só
por dinheiro e sim por amor a nossa cultura. Trabalho para que nunca deixe de
existir o cordel em nosso Estado. Luto pela valorização da nossa arte, dos
nossos artistas e as potencialidades da literatura do RN, por isso a
necessidade deste espaço ". Conclui Abaeté Cordel.
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