Salete Pimenta Tavares
As primeiras universidades surgiram
na Europa Medieval, durante o século XII. A primeira delas, fundada em 1088, e
ainda em funcionamento, foi a de Bolonha, no norte da Itália. Ela é considerada
por muitos como a “mãe das universidades”, por ser a mais antiga do mundo e a
primeira da história.
Em 387 a.C. foi fundada, pelo
filósofo grego Platão, uma academia que para muitos foi entendida como a
primeira universidade; nela os alunos aprendiam filosofia, matemática e
ginástica. No entanto, não constituía uma universidade, uma vez que, qualquer
pensador, na época, fundava uma escola para repassar seus conhecimentos e não
para debatê-los.
Segundo a revista “Brasil
Cristão” – Ano 16 – nº 187 – fevereiro de 2013, a origem das universidades está
intimamente ligada à educação teológica. As universidades surgiram em função da
necessidade, por parte da Igreja, de um lugar para o treinamento e ensino dos
futuros padres, tendo em vista que a teologia, por desenvolver estudos sobre
Deus, era considerada a “Rainha das Ciências”. O que se sabe é que existem
muitos documentos da literatura cristã, escritos por padres da Igreja mostrando
a divulgação do Evangelho ao longo da história. Eles catalogavam os livros
sagrados do Antigo e do Novo Testamento e começaram a educar o povo ne verdade
religiosa em várias disciplinas. Como na época não existiam gráficas, os manuscritos
dos padres eram multiplicados e distribuídos nas comunidades cristãs. A
história caminhou e, até hoje, vários museus reservam parte de suas
dependências aos escritos dos grandes autores cristãos, que educavam para a
formação humana integral. O que se sabe ainda, é que as principais
universidades, até hoje, presentes em vária capitais europeias, foram fundadas
pela Igreja Católica, sendo a primeira a de Bolonha, depois a de Oxford, em
1096, na Inglaterra e a de Paris, em 1170, que era o centro filosófico e
teológico do mundo. De 1250 a 1500 foram criadas mais de 70 universidades na
Europa. As universidades representavam o forte poder da Igreja Católica, que
controlava diretamente a publicação de idéias sobre a humanidade. A produção do
conhecimento era filtrada pelos padres católicos, com a preocupação de manter a
hegemonia religiosa. (v. pesquisa Internet). Esses conhecimentos foram
alternativas criadas por padres como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, na
busca para legitimar a existência de Deus por meio também da filosofia. Contudo
só na Idade Média foi que as universidades ganharam corpo e foram estabelecidas
pela Igreja Católica, com seus alunos aprendendo disciplinas relacionadas com a
fé, como a teologia, filosofia e idiomas.
As universidades medievais
estavam, ora sob a chancela do papado, ora do poder laico. Mesmo assim, elas
foram essenciais para a construção do conhecimento ocidental, porque havia estudiosos
nelas preocupados prioritariamente com o desenvolvimento, inclusive a ciência.
Elas eram ligadas à Igreja Católica, sendo autorizadas por bulas papais.
No Brasil, a mais antiga
instituição com Status de universidade foi a Universidade de Manaus, criada em
1909 e hoje chamada “Universidade Federal do Amazonas”.
Em Portugal, a mais antiga é
a “Universidade de Coimbra”, fundada inicialmente em Lisboa, no ano de 1290,
sendo uma das mais antigas da Europa em funcionamento contínuo.
No Brasil, para frequentar
uma universidade, é obrigatório, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
concluir todos os níveis de ensino adequados às necessidades de todos os
estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio.
Tendo em vista que os livros
universitários, além de raros, o seu custo era bastante alto, os estudantes
dependiam das aulas para receberem conhecimento. Muitas vezes, os textos eram
lidos e ditados pelos mestres para que os alunos pudessem ter acesso a eles.
Outra técnica utilizada para facilitar o aprendizado era o debate público, onde
o mestre ou o aluno defendiam determinada posição e exploravam as consequências
jurídicas e teológicas do tema.
Em pesquisa realizada pelo
Grupo THE (Times Higher Educacion) e divulgada pela Internet, somente quatro
universidades estão entre as 100 melhores dos países emergentes: Universidade
de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (UNICAMP), Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Estadual de São Paulo (UNESP). Mas,
segundo a Ranking dos BRICS, as universidades aparecem assim: Universidade de
São Paulo (USP) em 87º lugar, Universidade de Campinas (UNICAMP), em 159º,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) em 285º e a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na 299ª posição. Já a “Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro” figura, no Rank Mundial, na 8ª posição como uma das
melhores. A Universidade de São Paulo (USP) é a instituição brasileira que mais
se destaca nas áreas avaliadas pelo QS (Quacquarelli Symonds University
Ranking) - Organização Internacional de Pesquisa em Educação.
Enfim, dentre os países
emergentes, o Brasil continua a perder espaço na área de educação, porque o
ensino superior não tem incentivos financeiros, por parte da iniciativa privada
e também pelo Governo Federal, o qual admite que falta muito ainda para
melhorar, tanto o ensino superior como o médio e o fundamental.
Oxalá, um dia a educação
possa vigorar como prioridade diante do poder público.
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