Caros
leitores compartilho com vocês este artigo do Dr Paulo Silvino
Ribeiro, Colaborador Brasil Escola, Doutorando em Sociologia pela
UNICAMP no qual ele fala sobre a soberania de um pais, e assim
tiremos nossas próprias conclusões sobre o atual momento vivido com
os recentes escândalos sobre espionagem.
“
A soberania de um país, em linhas
gerais, diz respeito à sua autonomia, ao poder político e de
decisão dentro de seu respectivo território nacional,
principalmente no tocante à defesa dos interesses nacionais. Nesse
sentido, cabe ao Estado nacional (ao governo, propriamente dito) o
direito de sua autodeterminação em nome de uma nação, de um povo.
Por
outro lado, o conceito de ordem mundial remete à ideia de uma
organização ou hierarquia dada pelas relações de poder entre
atores internacionais, isto é, os próprios países ou Estados.
Dessa
forma, qual a relação entre os conceitos de soberania e ordem
mundial? Trata-se de conceitos complementares em política e relações
internacionais. Qualquer leitura menos atenta de tais categorias pode
levar à impressão de uma aparente contradição entre ambas, uma
vez que a ideia da “anarquia” de soberanias poderia pressupor a
ausência da ordem (uma Ordem Mundial propriamente dita). Segundo
Giovanni Arrighi, o caos sistêmico (entre soberanias) demanda uma
ordem, e tal situação favorece o surgimento de uma hegemonia. O
poder hegemônico é dado, de certo modo, pelo consentimento e coesão
entre os países e, dessa forma, quem (dentre os países) atender à
demanda criada pelo referido caos sistêmico será tido como
hegemônico.
O
processo da formação de hegemonias foi se transformando ao longo
dos séculos. Com o desenvolvimento das práticas capitalistas, temos
uma organização da geopolítica do mundo que sai da legitimação
religiosa, dinástica e política (predominantes outrora) para outra,
dada pela capacidade técnica, bélica e financeira. Com a
complexalização dos meios de produção e recrudescimento do
capitalismo, há uma nova estruturação do espaço, a qual norteou o
comportamento das soberanias pelo globo, entre fortes e fracos, ou
centro e periferia, consequência direta da divisão internacional do
trabalho e da produção.
Assim,
o que legitima o diálogo entre as soberanias (dentro de uma ordem) é
a busca de mecanismos que diminuam os “custos” da convivência
mútua, com o discurso (ideológico até certo ponto) da promoção
da paz e do desenvolvimento, seja para ricos, seja para pobres, fato
que justifica a existência de discussões em fóruns internacionais
sobre economia, promoção social e sobre a própria ordem mundial.
As
potências que se destacam possuem um discurso legitimador para sua
empreitada: são fiadoras, dão credibilidade e cobram respeito.
Grosso modo, a Ordem Mundial pode ser considerada pertinente ao
comportamento “habitual” dos países. Este hábito é delineado
por suas ações diretas e indiretas enquanto soberania e,
obviamente, está ligado de forma intrínseca às suas principais
características econômicas, políticas, físicas (geográficas),
ideológicas e religiosas. Em outras palavras, os países ocupam
posições no sistema internacional conforme suas características
mais gerais que lhe conferem maior ou menor destaque. Obviamente, nem
todos os países consideram como legítimo o poder de algumas
hegemonias, manifestando-se contrários a este poder. Exemplo disso
estaria na relação de hostilidade aos Estados Unidos por parte de
alguns países como Irã e Venezuela.
Ao
longo do século XX, o que se assiste é o fortalecimento da
hegemonia norte-americana, principalmente ao final da Guerra Fria. Já
no início do século XXI, em termos de sistema internacional,
algumas transformações são muito significativas, pois, se por um
lado os Estados Unidos ainda possuem o status de maior potência
mundial, apesar de problemas internos em sua economia, por outro já
divide espaço no cenário da economia internacional com a União
Europeia e com os chamados BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e
China). Ou seja, há indicações de que o sistema internacional
torna-se cada vez mais complexo, fato que sugere um rearranjo das
relações internacionais.
Assim,
ao se refletir sobre as relações internacionais e sobre os
conceitos de soberania e hegemonia, algumas questões são possíveis:
até que ponto realmente as soberanias são respeitadas na atual
conjuntura, uma vez que em nome da “democracia”, da luta contra o
terrorismo e dos valores ocidentais de “liberdade”, países como
Estados Unidos e outras potências da União Europeia se unem para
comandar ataques, invasões e guerras contra outras nações? O
modelo econômico liberal difundido no mundo não aumentaria o fosso
das desigualdades econômicas entre os países? Como a soberania
nacional de um país dependente economicamente estaria assegurada num
contexto de globalização da economia quando o interesse dos mais
fortes prevalece?”.
O
mérito do Advogado é não fugir da luta, ao contrário, sua
satisfação só se alcança com a vitória acerca da dificuldade.
Dr.
Carlos Cardoso ,Advogado Causas cíveis ,trabalhistas e criminais.
Rua
Desembargador José Gomes da Costa, 1645, Capim Macio – Natal/RN –
contato (84) 9994 8435.
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