Vingt-Un Rosado
Jurandyr Navarro
C
|
idadão elogiável, ligou-se de corpo e alma à Cultura. Entendemos todos ser a divulgação do Saber, empresa difícil num
Estado como o Rio Grande do Norte, que somente
cinco Governadores, durante o século XX, se preocuparam mais com as exigências intelectuais: Alberto Maranhão, José Augusto, Juvenal Lamartine, Aluízio Alves e Walfredo Gurgel. O Mecenas da nossa História prodigalizou as Artes e
prestigiou a divulgação de livros; os
dois seridoenses cuidaram da Educação, o Voto feminino e a Aviação; Aluízio fez uma pequena Universidade - a Fundação "José Augusto" e Walfredo criou a Procuradoria Geral do Estado, escola prática de aprendizado jurídico, o Conselho Estadual de
Cultura e construiu a nossa ainda maior Biblioteca "Câmara Cascudo", representante da Biblioteca Nacional em nosso Estado.
Wilma de Faria imitou-os, nessa cruzada santa.
Ciente das dificuldades do nosso
meio, no qual, os governantes, na sua quase totalidade
viram as costas para a Cultura, assim mesmo, o grande Vingt-Un
Rosado não esmorece no seu afã de semear, em abundância, a semente da intelectualidade na ambiência potiguar.
E da sua
teimosia saiu milagres. Consagrou-se como o maior editor: mais de três mil títulos ele conseguiu publicar de sua autoria e de
muitos autores norte-rio-grandenses. Feito notável de uma personalidade iluminadora de mentes. A
Coleção Mossoroense é assim dizer uma verdadeira enciclopédia: assuntos os mais variados transitam nessa coletânea elogiável - história, literatura, ciência, arte, nos seus gêneros mais
diversificados como poesia, oratória, jornalismo, romance, zoologia, biologia,
zootecnia, arqueologia, mineralogia, geologia etc.
"Coisa
admirável", disse Unamuno, "em
todas as grandes crises da sociedade, a misteriosa
Mãe que rege os destinos do Universo tem como em reserva um
homem extraordinário. Chegando o momento, se apresenta, caminha com passo
firme para cumprir o destino que o Eterno lhe assinalou".
O ilustre
filho de Mossoró pertence a todas
as nossas Instituições Culturais, tendo criado uma delas: a Academia de Ciência do Rio Grande do Norte.
Engenhoso,
conseguiu, sem alarde, multiplicar a editoração de obras, tornando o pequenino Rio Grande do Norte mais
conhecido lá fora pela pujança da sua inteligência.
Ocupou
cargos públicos tendo
desempenho mais fecundo na ESAM, onde empregou os métodos da ferramenta que aprendera em Lavras, nas Minas
Gerais, quando adolescente, depois de ter enfrentado o vestibular!
Dirigiu,
também, o INS - Instituto Nacional do
Sal, onde se houve com dedicação e dignidade,
muito realizando pela amada Mossoró, região
salineira e outras localidades da pequenina terra potiguar.
Tudo
realizou em recatada solidão, na tranquilidade de um trabalho edificante de grandezas reais e palpáveis,
para o presente e dimensionado para o futuro.
Na área cultural impõe-se como o nome mais importante da
terra de Santa Luzia.
Foi o
idealizador da Universidade Regional, hoje, realidade, funcionando com inúmeros Cursos. Da sua mente inspiradora
saiu a ideia da Escola de Serviço Social, sonho tornado realidade.
Igualmente à Caixa de Pandora, ele guardou a
Esperança no seu coração, para poder sempre ter alento para outros devaneios realizáveis.
O nosso
respeito por individualidade tão rara da cultura mossoroense, potiguar e nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário