28 de novembro de 2016

VINGT-UN ROSADO



 




                                                     Vingt-Un Rosado


 Jurandyr Navarro

C
idadão elogiável, ligou-se de corpo e alma à Cultura. Entendemos todos ser a divulgação do Saber, empresa difícil num Estado como o Rio Grande do Norte, que somente cinco Governadores, durante o século XX, se preocuparam mais com as exi­gências intelectuais: Alberto Maranhão, José Augusto, Juvenal Lamartine, Aluízio Alves e Walfredo Gurgel. O Mecenas da nossa História prodigalizou as Artes e prestigiou a divul­gação de livros; os dois seridoenses cuidaram da Educação, o Voto feminino e a Avia­ção; Aluízio fez uma pequena Universidade - a Fundação "José Augusto" e Walfredo criou a Procuradoria Geral do Estado, escola prática de aprendizado jurídico, o Conse­lho Estadual de Cultura e construiu a nossa ainda maior Biblioteca "Câmara Cascudo", representante da Biblioteca Nacional em nosso Estado. Wilma de Faria imitou-os, nessa cruzada santa.
Ciente das dificuldades do nosso meio, no qual, os governantes, na sua quase totalidade viram as costas para a Cultura, assim mesmo, o grande Vingt-Un Rosado não esmorece no seu afã de semear, em abundância, a semente da intelectualidade na ambiência potiguar.
E da sua teimosia saiu milagres. Consagrou-se como o maior editor: mais de três mil títulos ele conseguiu publicar de sua autoria e de muitos autores norte-rio-grandenses. Feito notável de uma personalidade iluminadora de mentes. A Coleção Mossoroense é assim dizer uma verdadeira enciclopédia: assuntos os mais variados transitam nessa coletânea elogiável - história, literatura, ciência, arte, nos seus gêneros mais diversifica­dos como poesia, oratória, jornalismo, romance, zoologia, biologia, zootecnia, arqueolo­gia, mineralogia, geologia etc.
"Coisa admirável", disse Unamuno, "em todas as grandes crises da sociedade, a misteriosa Mãe que rege os destinos do Universo tem como em reserva um homem extraordinário. Chegando o momento, se apresenta, caminha com passo firme para cumprir o destino que o Eterno lhe assinalou".
O ilustre filho de Mossoró pertence a todas as nossas Instituições Culturais, tendo criado uma delas: a Academia de Ciência do Rio Grande do Norte.
Engenhoso, conseguiu, sem alarde, multiplicar a editoração de obras, tornando o pequenino Rio Grande do Norte mais conhecido lá fora pela pujança da sua inteligência.
Ocupou cargos públicos tendo desempenho mais fecundo na ESAM, onde empre­gou os métodos da ferramenta que aprendera em Lavras, nas Minas Gerais, quando adolescente, depois de ter enfrentado o vestibular!
Dirigiu, também, o INS - Instituto Nacional do Sal, onde se houve com dedicação e dignidade, muito realizando pela amada Mossoró, região salineira e outras localidades da pequenina terra potiguar.
Tudo realizou em recatada solidão, na tranquilidade de um trabalho edificante de grandezas reais e palpáveis, para o presente e dimensionado para o futuro.
Na área cultural impõe-se como o nome mais importante da terra de Santa Luzia.
Foi o idealizador da Universidade Regional, hoje, realidade, funcionando com inú­meros Cursos. Da sua mente inspiradora saiu a ideia da Escola de Serviço Social, sonho tornado realidade.
Igualmente à Caixa de Pandora, ele guardou a Esperança no seu coração, para poder sempre ter alento para outros devaneios realizáveis.
O nosso respeito por individualidade tão rara da cultura mossoroense, potiguar e nacional.


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