"O
Tesouro de Sant´Ana" - Será que alguém sabe onde localizá-lo?. Em Caicó
desde os 8 anos, o escritor Sidney Caicó dedica seu 1º livro aos mistérios
sobre a "botija da santa"
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Tesouro ou
botija, como o sertanejo aprendeu a ouvir, sempre foi um filé para contadores
de causos despertarem interesse para uma boa prosa. Nisso, o autor de O tesouro
de Sant'Ana, Sidney Caicó, se aproveita de histórias e estórias que escutara
outrora para construir o livro, vislumbrando uma saga sertaneja que mistura
ficção com a realidade vivida por antepassados de comunidade rural do interior
do Rio Grande do Norte. O livro foi publicado pela Editora Multifoco (Rio de
Janeiro).
Segundo
descreve o autor, o livro é uma criação formada a partir de fragmentos de
imagens ou frases contidas na mente de uma criança, repassadas através dos
tempos por pessoas que nascem com o dom da prosa. “As prosas nos alpendres das
casas, nas reuniões com a família, acompanhadas de um bom café, histórias e
estórias que falam da gente através de nossa gente”, conta Sidney, segundo o
qual, essas prosas “fazem parte de uma teia que se interliga com outras que nos
permeiam a vida e formam nossa cultura”.
As
personagens - fictícias ou não - apresentadas no livro são extraídas da região
Seridó, embora o Tropeiro Manelantônho, que centraliza o enredo, viaje através
dos tempos, passando pelos sertões do Brasil e mundo afora, como nos Estados
Unidos e Triângulo das Bermudas, acolhendo amigos e inimigos. Nesse contexto,
trabalha secretamente para os aliados da Segunda Guerra Mundial e se torna
fornecedor para os cangaceiros mais famosos da história do país, Lampião e
Antônio Silvino. Sem contar que é amigo do jovem Frei Damião.
Como se
observa, criatividade à solta em uma prosa misturada ao bel prazer de quem
viveu essa realidade, na terra dessa localidade sertaneja, povoando o
imaginário de personagens surreais. O Primo, Daneco e Lãmprio, são aventureiros
e se metem em situações nada convencionais, como das aparições de objetos
voadores não identificados e da Senhora Sant’Ana. E o Neto de Sant’Ana tem sua
última tentação em terras seridoenses e ainda toca sanfona.
Um tesouro
escondido em terra sertaneja
Ficção ou
realidade, a verdade é que o escritor deixa suspenso um segredo a ser
desvendado pelo leitor ou leitora: a botija da santa que está escondida em
terras sertanejas de Caicó, “revelação proibida há séculos pela igreja”. Para o
autor (foto), que nasceu numa metrópole (São Paulo-SP), em 1974, e se
radicou em Caicó a partir dos 8 anos de idade, somente lendo o livro para saber
aonde se encontra o tesouro de Sant’Ana. “Faça sua primeira viagem além da
imaginação”, convida.
Ainda
segundo Sidney Caicó, que estreia como escritor, o livro não é de auto ajuda, é
construído de personagens com todas as suas peculiaridades e defeitos. “Esta é
uma obra de ficção, com exclusividade da editora Multifoco, responsável pela
publicação”, ressalta. Outra curiosidade que o leitor deve descobrir, segundo o
autor, diz respeito a uma palavra bem comum dita em qualquer prosa, diálogo, embora
não exista nas 180 páginas da obra.
Sidney
Caicó tem formação em Filosofia, mas seu maior sonho era trilhar no mundo do
jornalismo. Desejo que será concretizado, por sua recente aprovação no Enem de
2016 para o curso de Jornalismo da UERN, em Mossoró.
Para
escrever o prefácio de O tesouro de Sant'Ana, o autor convidou o jornalista
João Bosco de Araújo, também caicoense, que segundo Sidney, o inspirou para a
criação da obra, incentivando-lhe a publicar o livro que durou cerca de dois
anos para escrever.
Drama,
misticismo, medo, paixões, botija, ouro, vaqueiros, ETs, tudo está na prosa de
O tesouro de Sant’Ana. É fantástico, literalmente. Você vai ler!
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