Salete
Pimenta Tavares
O lixo é um dos grandes assuntos em debate no mundo de
hoje, e que vem se presentificando consideravelmente, a cada dia,
tendo em vista o crescimento populacional em todo o planeta. Esse
crescimento começou a criar sérios problemas, uma vez que não
existia saneamento básico, nem sequer coleta de lixo, e os
habitantes jogavam seu lixo na rua. Em conseqüência, inúmeras
doenças foram sendo cada vez mais freqüentes e a taxa de
mortalidade provocada por elas sendo altíssimas.
Os
historiadores contam que antigamente a população jogava os seus
dejetos nas ruas e que o cheiro das cidades e das pessoas era
horrível. Nos castelos o sistema de latrinas era acoplado em paredes
largas e ocas. As pessoas faziam suas necessidades nas latrinas e
despejavam todo o dejeto nas paredes dos castelos. Só bem mais tarde
é que começou o trabalho de procurar locais, fora dos castelos para
despejar os dejetos. (v.pesquisa Internet). Os povos mais
comprometidos com a limpeza das cidades eram os “gregos”. Eles
contratavam pessoas que levassem o lixo da cidade para fora da
muralha das cidades, dando origem aos primeiros lixões do mundo. Os
“hindus” fazem até hoje a cremação dos mortos para evitar a
poluição do solo. Outros povos da Europa Oriental, quando as
pessoas morriam, jogavam seus corpos no oceano, amarrados em pedra
para descerem até o fundo do mar e assim não poluir o solo.
Ano
após ano a quantidade de resíduos e produtos que se tornam lixo
aumenta. Apenas o Japão e a Alemanha diminuem a relação lixo
habitante. Mas a produção de resíduos sólidos no mundo chega a
milhões de toneladas por dia, somando mais ou menos 30 bilhões de
toneladas ao ano. A preocupação com a destinação final do lixo
foi percebida, mas infelizmente, até hoje, não vem sendo encarada
com a urgência necessária. O aumento populacional nas cidades,
aliado a uma sociedade extremamente consumista, faz gerar vários
problemas ambientais. O lixo urbano é um deles, principalmente os de
origem domiciliar: sobras de alimentos, papéis plásticos, vidros,
papelão, etc. Os de origem industrial como o hospitalar com milhões
de seringas, agulhas, curativos, gazes, ataduras, peças atômicas,
etc. sendo jogados no lixo, e ainda os de origem tecnológica, o
chamado lixo do século, como pilhas e aparelhos eletrônicos em
geral, resíduos de diferentes origens, como já foi citado acima:
residenciais, hospitalares, industriais e ainda os de construção
civil, os quais são recebidos juntamente, pelos aterros e lixões,
sem nenhuma separação dos mesmos. No Brasil, cerca de 100 milhões
de pneus estão espalhados em aterros, em terrenos baldios, ou mesmo
entulhados nas oficinas de consertos. A toda hora jogamos fora alguma
coisa que não queremos. Muita comida é descartada. E o que chamamos
de lixo geralmente é entendido como “resíduo sólido”, aquilo
que sobra e não é líquido ou gasoso. Ainda não existe,
regularmente, o costume de separar o “lixo, lixo”, do material
reciclável.
Segundo
o Ministério da Agricultura os resíduos orgânicos representam 69%
do total descartado no país. São mais ou menos 14 milhões de
alimentos, cujas sobras desperdiçadas poderiam alimentar 19 milhões
de pessoas diariamente. Com o crescimento da população, estão se
acabando as áreas desses aterros, e já não se tem mais espaço
para a destinação do lixo. A solução eficiente realmente está na
redução do consumo e reciclagem de materiais, além da técnica de
cremação para pessoas mortas, tendo em vista os cemitérios se
tornarem poluentes para o meio ambiente. O buraco na camada de ozônio
e o aquecimento global da terra despertaram a população mundial
para o que estava acontecendo com o meio ambiente. É, portanto,
necessário trabalhar essa consciência ambiental, especialmente com
as novas gerações. O livro “Seis Razões para Diminuir o Lixo no
Mundo”, de Nilson José Machado e Silmara Rascalha Casadei e
ilustração de Vera Andrade, da Escrituras Editoras, propõe o
gerenciamento do próprio lixo, acompanhando tendência internacional
de conscientização ambiental. Os autores do livro dizem que “o
lixo”, às vezes, é alguém sem sorte que não achou o dono certo.
E se todo mundo concorda que precisamos diminuir o lixo do mundo e
reaproveitar os sólidos, este pode ser o caminho. Segundo eles 40%
do que nós compramos vira lixo.
O
lixo brasileiro é considerado um dos mais ricos do mundo e sua
reciclagem, é, fortemente sustentada pela catação informal ou os
chamados garimpeiros do lixo. Mas, infelizmente, ainda não está
sendo dada a devida importância às questões relativas ao
saneamento ambiental, em especial à coleta e destinação adequada
dos resíduos. No entanto, há muitos exemplos de cidades, em que já
foram, ou estão sendo implantados programas de reciclagem do lixo.
Em Curitiba, PR, existe um programa chamado “Lixo que não é
lixo”, implantado há mais ou menos dez anos, em que a reciclagem
já atingiu um estado avançado.
Há
poucos dias, mais precisamente no dia 25 de julho de 2013, a Rede TV
Rio, apresentou uma reportagem em que a televisiva Sabrina Boing
Boing declarou ser de uma família de origem super-humilde vivendo
perto de um lixão, onde o cheiro era insuportável. Quando criança
chegou a catar roupa, brinquedo e até mesmo comida, Já morou na rua
e quando conseguiu chegar à televisão, com o primeiro dinheiro que
ganhou comprou um ursinho de pelúcia, talvez pela falta de
brinquedos na sua infância.
O
Jornal Tudo – Ano 02 – Nº 54 – 14 a 20-04-2012- BH, afirmou:
Nos próximos anos, cada vez mais as pessoas e empresas precisarão
se envolver com a reciclagem e com o destino dos resíduos urbanos.
As tecnologias já existem, mas o que falta é encorajar as pessoas a
participarem. Solução para o lixo exige leis, mercado e novos
hábitos. Existe no Brasil um programa desenvolvido pelo Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), criado pelas
empresas produtoras de agro-químicos, o qual é considerado um dos
mais eficazes do mundo. Só no ano passado os agricultores
brasileiros devolveram 95% das embalagens de agrotóxicos usadas por
eles. Exemplo como este mostra que há solução para o lixo e o que
não é reciclável pode ser usado para a geração de energia, entre
outros usos.
Enfim,
como afirmou Lavoisier (1743 - 1794): “Na natureza nada se perde,
nada se cria; tudo se transforma”.
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