A Sociedade de Danças
Antigas e Semidesaparecidas Araruna foi fundada em 24 de julho de
1956. Os primeiros passos foram dados por Cornélio Campina da Silva,
natural do município de Portalegre (Rio Grande do Norte), com base
em suas tradições familiares.
Em 1921, mestre
Cornélio chegou a Natal com sua irmã, posteriormente seus pais
também vieram. No ano de 1949, no período do São João, ele deu
início a uma quadrilha (São João na Roça) que se tornou um marco
cultural na época, pois em Natal o lazer girava em torno do cinema e
do futebol, segundo o Sr. Cornélio.
A quadrilha era
realizada na rua durante o período junino, despertando a curiosidade
e o interesse das pessoas. O mestre Cornélio reuniu suas tradições
familiares com passos de danças aristocráticas de salão do século
XIX, e o grupo, que a princípio foi criado para a quadrilha, logo se
tornou o Araruna. Em pouco tempo a fama se espalhou, chegando ao
conhecimento do folclorista e historiador Luís da Câmara Cascudo.
Como folclorista e
incentivador da cultura do Rio Grande do Norte, Câmara Cascudo
procurou o Sr. Cornélio e passou a apoiar o grupo. Fazia três anos
que o grupo dançava e não era registrado, e então Câmara Cascudo
sugeriu batizá-lo de Araruna por ser a primeira dança da série de
quinze que compunha o repertório do grupo. A sugestão foi acatada e
o grupo passou a ser conhecido como Sociedade de Danças Antigas e
Semi-desaparecidas Araruna, a partir do ano de 1956.
A Sociedade de Danças
Antigas e Semi-desaparecidas Araruna, atualmente constitui-se em
associação e, é reconhecida como entidade de utilidade pública,
instituída pela lei nº 91 de 28 de agosto de 1935. Foi
regulamentada pelo decreto nº 50.517 datado de 2 de maio de 1961. O
grupo Araruna tem como objetivo a divulgação e conservação da
cultura norte-riograndense, principalmente por ser genuinamente
potiguar. Em nome desse amor a cultura potiguar, o Araruna vem
vencendo as dificuldades e sobrevivendo ao longo das décadas de sua
existência.
A Araruna é a única
sociedade folclórica do Rio Grande do Norte com estatuto registrado
em cartório e sede própria, localizada na Rua Miramar, no bairro
das Rocas, cidade de Natal. A sede foi construída no terreno doado
pelo então prefeito Djalma Maranhão e com a mão-de-obra dos
próprios membros do grupo. A iniciativa de transformar essas
manifestações folclóricas em sociedade partiu do vereador Manoel
Oliveira Paula, tendo como inspiração o movimento para preservação
e incentivo de manifestações folclóricas que ele conheceu em
Recife.
Para as apresentações,
os dançarinos se vestem de preto e branco, com roupas elegantes que
se inspiram nas vestimentas da aristocracia do século XIX. Os homens
de casaca e cartola, as mulheres com longos vestidos rodados e estola
cobrindo os ombros. Organizados sempre em pares e enfileirados, o
grupo possui quinze coreografias.
Danças apresentadas
pelo Araruna: Araruna, Camaleão, Jara, Besouro, Caranguejo, Maria
Rita, Sete Roda, Miudinho, Mazurca, Mulher Rendeira, Xote, Bode,
Polca, Pau-Pereira e Valsa
As músicas são apenas
dançadas e não cantadas, apesar de algumas delas possuírem letra.
O grupo tem a preocupação em preservar as coreografias como foram
idealizadas pelo Sr. Cornélio, sem nada modificar as danças, que
vão passando de geração em geração da mesma forma.
Fonte: Wikipédia
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