Por Flávio Rezende*
Vivemos o momento
histórico de nossa passagem por este mundo material em que as comunicações
estão presentes em todos os momentos do nosso cotidiano.
Vários seres podem
ficar conectados praticamente o dia todo, tendo instrumentos para troca de
informações via aparelhos que oferecem opções diversas como celulares, e-mails,
facebook, twitter, whatsapp, iPad, iPod, IPhone e muitos outros.
A comunicação, claro,
serve aos interesses das partes e, observamos que seus caminhos, passam
necessariamente por estas vias, que muitas vezes, causa alegria e/ou tristeza.
Vejamos no mundo
social, onde milito com maior intensidade no momento. Para que uma obra filantrópica
possa acontecer, tenho que necessariamente viver pedindo isso e aquilo,
utilizando muitas vezes estes caminhos da comunicação para que a vida fique
mais prática.
Percebo que, pelo fato
de já ser de domínio público minha condição de pedinte do bem, grande parte das
tentativas de comunicação não são completadas. Exemplo, todo mundo sabe que
quando um aparelho está na chamada de espera, desligado, fora de área ou um
e-mail não volta, a pessoa do outro lado fica sabendo que a pessoa fez contato.
O normal é que a pessoa
retorne ao menos eu assim faço e é educado que assim o seja. Como na cabeça das
pessoas, não tenho nada a oferecer e sim a pedir, esse retorno quase nunca
acontece. Também é comum demais não atenderem ligações.
O mesmo não acontece
com pessoas que tem algo a oferecer, principalmente no campo financeiro ou do
poder. Duvido que as pessoas não retornem ligações ou e-mails de pessoas com
bons recursos financeiros, outras que podem conseguir ingressos para shows ou
que detenham cargo de poder no aparelho governamental.
O ser humano, em sua
grande maioria, é movido por interesses e, nisso não vai nenhuma crítica, são
apenas observações de um escrevinhador que, vive esse cotidiano de precisar
estar sempre pedindo, misturado com a tristeza de não ver seus apelos via
mídias diversas, obter o mínimo: um retorno, uma satisfação.
Ninguém tem obrigação
de ajudar, de dizer sim, principalmente os empresários que são assediados
diuturnamente por todos os segmentos da sociedade, mas, creio não custar nada
um retorno, um não educado, principalmente quando as partes se conhecem, como é
o meu caso, voltando a repetir que existem exceções que muito me alegram.
Tem ainda vários casos
de pessoas que prometem ajudar a causa social com isso e aquilo e, depois
somem. Ai precisamos saber, pois muitas coisas são divulgadas e ai a pessoa não
retorna, não dá uma satisfação, deixando o gestor social numa situação
complicada, pois a sociedade fica pensando que aquela organização recebe muito
apoio e que não precisa mais.
Não é ético que se
divulgue o valor das ajudas e muitas vezes fazemos mais barulho com as doações
que o valor material que elas representam, passando a falsa impressão de que
estamos muito bem em termos bancários.
A vida de quem gravita
na gestão de organizações humanitárias e que levam o trabalho a sério, sem
intenções de se locupletar e nem de eleger político ou aumentar rebanho
religioso, é difícil, pois gravita em torno do eterno pedir, das ingratidões,
dos ofícios não respondidos, das ligações não acatadas, dos e-mails e mensagens
diversas não prestigiados, além da necessidade imperiosa de passar o dia quase
todo, tomando decisões e lidando com vários tipos de personalidades, dos dois lados
do espectro social.
Mas como já me disse
mamãe, “você inventou, agora vá”, estou indo, sou feliz, mas como humano que
estou lógico, não deixo de me sentir triste quando os muitos amigos e
familiares que tenho ficam surdos e mudos diante dos gritos de socorro que
repetidamente emito via comunicações diversas.
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