Salete Pimenta Tavares
Com a Festa do Batismo de Jesus, encerra-se o tempo do Natal, ao mesmo tempo em que revela Jesus ao mundo, como o enviado do Pai. Esse tempo vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se comemora o Batismo de Jesus. A data da celebração do Batismo de Jesus depende da solenidade da Epifania (Aparição ou manifestação divina. Festividade religiosa comemorativa dessa aparição). Se a Epifania for celebrada até o dia 06 de janeiro, então o Batismo de Jesus se celebra no dia seguinte. Se, porém, a Epifania for celebrada no dia 07 ou 08 de janeiro, então a Festa do Batismo de Jesus será celebrada no dia seguinte, isto é na segunda- feira.
A partir do Século IV, celebravam-se simultaneamente, no dia 06 de janeiro e com o nome de Epifania, tanto a festividade do Batismo de Jesus como a do Natal. No Cristianismo Oriental, o Batismo de Jesus é comemorado no dia 06 de janeiro, a festa da Epifania. Na Igreja Católica e em outras denominações ocidentais, ela, a festa da Epifania, é relembrada num dia da semana seguinte da Festa do Batismo do Senhor.
O Batismo é um dos cinco eventos mais importantes da narrativa evangélica sobre a vida de Jesus; os outros são: a Transfiguração, a Crucificação, a Ressurreição e a Ascensão. O Batismo de Jesus é narrado nos três Evangelhos Sinóticos: Mateus 3:13-17, Marcos: 1:9 e Lucas 3: 21-23. De acordo com a narração dos Evangelistas, Jesus foi batizado no Rio Jordão e quem o batizou foi João Batista, hoje um dos santos mais festejados da Igreja Católica. Na cena batismal, após a aspersão do Batismo, Jesus emergiu da água, o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como uma pomba e pousando sobre ele, enquanto uma voz divina disse: “Tu és o meu filho muito amado! Em ti encontro o meu agrado”. Com o Batismo inicia-se também o ministério público de Jesus. Ele começa a pregar a Boa Nova do Reino e a anunciar a salvação para toda a humanidade.
Desde o princípio, a Igreja também batizou as crianças, porque é necessário “não impedir as crianças de virem a Cristo, pelo dom do santo Batismo” (CIC 1261). Quando os pais, os padrinhos e madrinhas trazem uma criança às fontes batismais é porque querem transmitir-lhe não apenas a vida, mas também a fé da Igreja, prometendo educá-la cristamente, catequizá-la e ensiná-la a viver no caminho do amor, da justiça, da verdade, isto é, no caminho ensinado por Jesus.
Como Jesus, nós também quando somos batizados, tornamos pública nossa participação como membros da família de Deus, exatamente como Jesus fez. Portanto, cada batizado deve se empenhar no anúncio da libertação, no anúncio do Reino. Nesse dia, nós que éramos apenas criaturas de Deus, tornamo-nos filhos passando a pertencer a uma família que é a Igreja, pois com o Batismo aceitamos Jesus.
Ao celebrarmos a Festa do Batismo do Senhor Jesus, temos diante de nós uma ocasião propícia para renovar nossas promessas batismais. O Espírito que em nós foi derramado no dia do nosso batizado arde em nosso coração e aquece, tornando-nos capazes de assumir todas as esperanças humanas. “O Batismo de Jesus faz-nos ver que assim se inicia uma nova humanidade, nascida da presença de Cristo, enviada pelo Pai e repleto do Espírito Santo, fazendo-nos solidários com as vozes que clamam justiça” (Folhinha de Nossa Senhora de Nazaré – 13 de janeiro de 2008). Nas águas do nosso batismo nascem nossa vocação e nossa missão cristã de pertencer à Igreja e que encontrará sua plenitude na vida eterna. O Batismo é, pois um novo nascimento. Nascemos para uma vida nova e nos tornamos irmãos uns dos outros; e como irmãos temos a obrigação de nos amarmos mutuamente. “Construir o reino com novos valores é tarefa e responsabilidade que todos recebemos no batismo. É a vocação dos cristãos leigos e leigas”. (Jornalzinho “O Domingo” semanário litúrgico-catequético, dia 25 de novembro de 2012).
Segundo o Pequeno Catecismo Católico “Eu Creio”, o Batismo, que vale uma vez por todas e não se pode revogá-lo, nem reiterá-lo, apaga o pecado original, opera o perdão dos pecados, torna-nos filhos de Deus, irmãos e irmãs de Jesus Cristo, membros da Igreja. Assim sendo, somos irmãos e irmãs uns dos outros e podemos dizer de verdade: “Pai nosso que estais no céu”.
É de Dom Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro a seguinte frase: “Que a graça do batismo nos torne, na Igreja e através da Igreja, o corpo místico do Senhor, verdadeiros discípulos-missionários de Jesus”!
Enfim, o Batismo é o sacramento comum a todos os cristãos. A Igreja administra-o segundo a missão que o Senhor lhe confiou: “Ide...fazei discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (MT 28,19).
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