Bené Chaves
O cinema espanhol nasceu em 1896, quando Fructuoso Gelabert rodou para os irmãos Lumière as primeiras fitas documentárias do país. Em 1924, Florian Rey, um talentoso jornalista, apaixonou-se pela chamada ‘sétima-arte’. Realizou, então, seu primeiro filme, A Revoltosa, em 1924. Era um grande nome do cinema mudo. Depois realizou Nobleza Baturra, de 1935, um dos primórdios da fase sonora. Mas é preciso a gente embrenhar-se antes no período silencioso e citar o nome de Luis Buñuel, que escandalizou o mundo com dois filmes: o curta-metragem feito juntamente com Salvador Dali, Um cão Andaluz(com a célebre cena de um olho sendo cortado por uma navalha), realizado em 1928 e A idade do ouro, de 1930, duas imagens de um cinema notadamente surrealista.
Em 1936 o mesmo Buñuel roda na Espanha Las Hurdes, um respeitável libelo onde “plantou sua câmera nas ruelas estreitas daquelas aldeias sem chaminés, onde os homens vivem – e sobretudo morrem – como os burocratas teriam querido ver viver e morrer o casal de A idade do ouro. Porque a sua projeção perturba sempre a digestão dos ventres bem alimentados”(Ado Kyrou). Este documentário foi exibido na França com o título de Terra sem pão.
Outro cineasta desta fase sonora foi Benito Perojo, que realizou no período A Bodega, em 1930, quando soube juntar-se ao campo republicano e abandoná-lo na hora certa e filmar nos estúdios alemães O Barbeiro de Servilha, em 1939.
Portanto, estamos aí diante dos primeiros passos da fase sonora do cinema espanhol, onde despontaram poucos realizadores.
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