Luís da Câmara
Cascudo nasceu em Natal no dia 30 de dezembro de 1898, foi historiador, antropólogo, advogado e jornalista. No jornalismo começou a trabalhar logo
cedo, aos 19 anos de idade no jornal "A Imprensa", de propriedade de
seu pai, e depois foi trabalhar no jornal
"A República", de 1939-1960. Neste período de atuação no jornalismo potiguar, já
havia publicado quase 2.000 textos. As crônicas para o jornal
“A República”, já mostrava a sua face de
historiador do cotidiano, escrevendo
pequenos textos, chamados Actas Diurnas, o dia a dia de Natal e de
seu povo. Narrando fatos com personagens ilustres, pitorescos e anônimos. O que chamou atenção de
muita gente e sendo uma das principais atrações do jornal na época.
Ele escolheu escrever no
jornal “A República”, porque
naquele período já era o melhor jornal do Estado do RN. Foi na “A República”,
que ele criou três colunas interessantes, como: Biblion, Biblioteca e Acta
Diurna. A coluna Biblion foi lançada em julho de 1928, foi
suspensa nos anos 30 e reapareceu no último trimestre de 1933. Nela, Câmara Cascudo
comentava livros que recebia de escritores locais e de outros Estados. A
coluna Biblioteca, seria no mesmo conteúdo à coluna anterior, foi
lançada em maio de 1939 e publicada diariamente até setembro deste mesmo ano.
A Acta Diurna, essa considerada a mais importante, foi
iniciada em maio de 1939 a 1946. De 1947 a 1952 ela passou a ser editada também
pelo jornal Diário de Natal. De 1953 a 1958 a coluna foi suspensa e
de 1959 a
1960, a coluna volta a ser publicada pelo jornal “A República”.
Foram publicados, na totalidade, 1.848 artigos dos mais variados assuntos. Na
coluna Actas Diurnas na “A República” publicou temas como “Sapato emborcado”, em 31 de dezembro de 1944. O luto foi branco?, em 17 de abril de 1941, entre muitos outros.
Esses textos levantavam questões
desconhecidas do leitor norte-rio-grandense e que engrandeceram o conteúdo do jornalismo da
época.
Na sua trajetória no jornalismo
do RN foi repórter e pioneiro do “Jornalismo Cultural”, introduzindo temas como
história, geografia, folclore, fato inédito até aquele momento. No
decorrer dos anos, Câmara Cascudo tem sido homenageado de várias maneiras. A
mais tradicional tem sido dar seu nome à instituições ligadas à cultura. Como
por exemplo: o Memorial Câmara Cascudo,
a biblioteca e do museu que levam seu nome.
A conservação da casa da “Junqueira Aires”, onde Cascudo viveu a maior
parte de sua vida, também faz parte de sua homenagem.
Ele passou toda a
sua vida em Natal e foi professor
da Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN). Pesquisador das manifestações culturais
brasileiras deixou uma ampla obra, inclusive o Dicionário
do Folclore Brasileiro (1952). Entre seus muitos títulos
destacam-se: Alma patrícia (1921), Contos tradicionais do
Brasil (1946). Estudioso do período das invasões holandesas, publicou Geografia
do Brasil holandês (1956). Suas memórias, O tempo e eu (1971),
foram editados postumamente. Ele faleceu em Natal, 30 de julho de 1986.
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