Foto: divulgação
Luciano
Capistrano
Professor:
Escola Estadual Myriam Coeli
Historiador:
Parque da Cidade
Redinha II
Nostalgia ventos livres
jangadas ao mar
capelinha de Nossa Senhora dos
Navegantes
olha a partida, pescadores na
madrugada a navegar
ao longe se distancia da
praia, vence o quebra mar
entre o céu e o mar, as ondas
levam os homens a navegar!
Nostalgia saborear uma ginga com tapioca
no mercado da Redinha na
beira mar
longe do outro lado do rio,
ver a Fortaleza dos Reis Magos,
e a Ponte Newton Navarro, o
antigo e o moderno a dialogar.
Ginga com tapioca de seu
Januário, tradição se fez
de Dalila a dona Ivanize, põe
azeite de dendê,
rala coco, salga o peixe,
como é bom saborear
ginga com tapioca na beira do
mar.
Nostalgia festa do caju ,
procissão, barcos ao mar
clube de pedras domingueiras
a bailar,
Os Cão na lama se fizeram
brincantes invadem a Redinha
velha
folia de Momo até o Baiacu na
vara passar.
Nostalgia Redinha do rio
Doce, da África
à Redinha Nova, carnavais e
verões
marchinhas e as bandas de
metais soprando ritmos
brasilidade pulsante, nativos
e veranistas
amantes da Redinha dos meus
amores.
(Luciano Capistrano)
Minha adolescência, e, início da idade adulta,
foi marcada por idas a praia da Redinha, morador do Conjunto Santa Catarina,
desde sempre fui um frequentador assíduo, cheguei a pular no trapiche, guardo
boas lembranças da terra de Nossa Senhora dos Navegantes. Sim, e, ainda morei
naquela praia da saborosa “GINGA COM TAPIOCA”.
A praia da Redinha tem, para o povo
católico, a proteção de Nossa Senhora
dos Navegantes, padroeira e protetora dos pescadores. Em 1925, foi erguida
olhando o mar, a Capelinha, no alto observa a saída e chegada dos pescadores.
A Redinha da ginga com tapioca é uma
tradição que vem de longe, desde as décadas de 1950 / 1960, com o senhor
Geraldo Januário, que era marchante de peixe e fez essa iguaria, assim,
passando para a família a receita até as gerações atuais:
Para começar a entendê-la, nada melhor do que
prepará-la e saboreá-la. Tratar, temperar os peixes com sal, espetá-los em
palitos de coqueiros, colocar um pouco de farinha de mandioca para grudar e
fritá-lo em azeite de dendê. Para a tapioca, peneirar a goma, colocar sal,
ralar o coco, misturá-lo à goma, colocar em frigideira, e por fim colocar o
peixe dentro da tapioca, como um sanduíche. Este é o modo de preparo da ginga
com tapioca, desde sua origem, e se perpetuar até hoje, conforme nos contou D.
Ivanize em entrevista. (DANTAS, Rebekka Fernandes. Ginga com tapioca: de Dalila
a Ivanize, das origens à atualidade. Natal: Sebo Vermelho, 2015, p. 33)
A Redinha, tem uma ocupação que
remonta ao século XVII, praia da região norte de Natal, limita-se com os
bairros Potengi, Salinas e Pajuçara, e, também com o município de Extremoz. Tem
ainda suas terras banhadas pelas águas do rio Doce, Potengi e o mar. Com uma
população de aproximadamente 20 mil habitantes, a Redinha é um lugar de muita
beleza.
Redinha
Redinha dos mares
Da capelinha
Igrejinha de pedra
Rogai Nossa Senhora
Pescadores Navegantes saem
As jangadas ao mar
Vento sopra a vela
Faz embarcação navegar
Vencer as ondas
Transpor o quebra-mar
Cotidiano de sol
Sobreviventes jogam a rede
Trazem peixes do mar
Festa do caju
Redinha clube
Saúdam os pescadores
Trabalhadores do mar
Nos dias de folga
Saborear
Ginga com tapioca
No mercado
Na barraca de dona Zefinha
Ao abrir o baú das minhas memórias
Encontro a Redinha de tantas
Histórias.
(Luciano Capistrano)
Ao
finalizar, este “curto” artigo, chamo a atenção, amigo velho, para a
importância da preservação da memória deste antigo bairro Da urbe: A Redinha,
como diz Câmara Cascudo, em uma de suas Acta Diurna, tem registro no mapa de
Joanes de Laet, de 1633, onde já é indicado, no referido mapa, a localização de
um povoado de pescadores. Este é o desafio, fazer os caminhos de preservação da
história para além da Antiga Ponte de Igapó.
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