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O Natal não é uma
data... É um estado de espírito” (Mary Ellen Chase)
Quando eu era menino, o Calendário chamava-se “Folhinha”, porque o
anuário era impresso em pequenas folhas destacáveis marcando o dia-a-dia com
informações consideradas úteis, como o santo do dia, as fases da lua, os dias
santos e feriados. Os domingos e os feriados vinham em vermelho.
O Calendário que adotamos, chama-se “Calendário Gregoriano”, pois surgiu
no pontificado de Gregório XIII, sob inspiração deste. Nascido Ugo Boncompagni,
foi bispo de Bolonha e projetou-se na cúpula eclesial pela participação no
Concílio de Trento (1545). Foi eleito Papa em 1572 como o 225º sucessor de
Pedro e reinou até 1585.
O antigo calendário tinha a chancela de Júlio César, quando ditador de
Roma. Tentou adotá-lo ao tempo natural, com o ano de 355 dias dividido em 12
meses; mas persistiu a defasagem entre o ano do calendário e o ano natural.
Assim, após várias tentativas na Idade Média para adequar o ano civil à
marcação do tempo natural, Gregório XIII, assessorado por astrônomos, promoveu
a mudança.
Foi uma verdadeira revolução o abandono do calendário juliano e a
modernização para ajustar o ano civil ao ano solar, decorrente do movimento de
elipse realizado pela Terra em torno do Sol.
Promulgado com a aprovação conciliar da Bula Inter Gravissimas, em 3 de
outubro, pulou sobre o dia 4 para 15 de outubro, dando um salto de 11 dias.
Mesmo afetando as chamadas datas santas dos equinócios, o calendário teve
imediata adoção por Espanha, Itália, Portugal, Polônia e, posteriormente, por
todos os países ocidentais.
Como nas religiões antigas, politeístas, e quase a totalidade das que
ainda são praticadas no mundo, as principais festas existentes se mantêm nos
equinócios e solstícios; neles os cristãos comemoram a páscoa, a ressurreição
de Jesus Cristo e o Natal, o seu nascimento.
Em virtude dos movimentos de rotação e translação inclinada da Terra
relacionados com o sol, faz com que determinadas épocas do ano tenhamos os
equinócios (que definem o começo da Primavera ou do Outono), e os solstícios
(marcando o início do Verão ou do Inverno).
Tais fenômenos eram observados, registrados e tidos como de origem
divina na Antiguidade. O Calendário Gregoriano estabeleceu o solstício de
Inverno no Hemisfério Norte (e do Verão do Hemisfério Sul) como a data do
nascimento de Jesus Cristo. É o Natal.
O dia 25 de dezembro é a data oficial da comemoração. As festividades
convergem em todo Ocidente, com o Presépio, Papai Noel e o pinheiro. Papai Noel
(os brasileiros adotaram o nome francês) representa São Nicolau, um bispo que
distribuía a renda da sua diocese entre os pobres no Natal. Nos EUA, tem o nome
de Santa Claus, na AL é “Papá Noel” exceto no Chile, que é o “Viejito
Pascuero”. Em Portugal é Pai Natal.
O presépio teve início com São Francisco de Assis, no século XIII e
também representa uma tradição natalina. Mostra o cenário do nascimento de
Jesus, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Quanto ao
pinheiro – a Árvore do Natal – como decoração, foi adotada em 1530, na
Alemanha, com Martinho Lutero, que se encantou com a beleza que a natureza
oferecia, e armou em sua casa um galho da árvore com enfeites e velas.
As datas podem ter variado, assim como os costumes; mas o espírito da
fraternidade universal, o desejo de paz e o amor ao próximo, são eternos. FELIZ
NATAL!
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