Por
Franklin Serrão
Às 14:10
horas, na Rodovia Nacional 5, entre pont-sur-Yonne e Paris, um acidente de
carro desativava o corpo mais denso do escritor francês Albert Camus
(1913-1960). Uma batida, choque contra uma árvore, que ali existia nas laterais
da pista, roubava prematuramente a vida do escritor.
Apesar de
tal acidente ser um fato, bastante claro, as atividades como ativista político
de Albert Camus, ainda hoje trazem luzes a teorias conspiratórias sobre sua
morte. Entre essas “talvez existam muitas” sabemos de duas, que certamente, são
perfeitamente possíveis. Sem o menor pudor e sem querer aderir a enormidades de
fatos exagerados, podemos afirmar que elas desafiam, como teorias que são, a
imaginação e o senso de que, de modo, muito pouco sabemos. Pareceres levianos,
nesse caso, talvez seja o mais próximo da verdade que em suma conseguiremos
atingir. E de outras maneiras, uma certeza é fato nisso tudo, pois, sabemos que
a causa de tudo o que existe, tem sua origem em outros lugares; os outros
planos são os maestros de todos os fenômenos que existem na terra.
Então,
para voltar às teorias, uma delas sugere que Albert Camus, sobretudo, enfureceu
o Kremlin russo e meio mundo de comunistas quanto, por sua vez, severas
críticas fez “em artigo publicado na revista francesa Franc-Tireur “contra a
repressão soviética à revolução húngara de 1956. Na ocasião, a Hungria, país
pertencente ao bloco comunista soviético, revoltou-se contra o regime
stalinista russo que, sem demoras, reprimiu a ação. O que tinha começado com
uma revolta de estudantes e uma estátua de Stálin ao chão, terminou — após a
derrota das forças húngaras — com a morte de 20.000 pessoas, onde 350 foram
enforcados, 13 mil foram presas e mais de 200.000 fugiram, tornando-se
refugiadas. Lembramos que a revolta húngara era por independência e por um
socialismo mais “verdadeiro”. Entrementes, depois do tal artigo na
Franc-Tireur, apareceram teorias conspiratórias afirmando que, de fato, como
represália, um suposto assassinato seu teria sido articulado pelos stalinistas—
ação pensada no seio do império soviético. Ih fim de papo.
Entrementes,
eu fico com a outra versão, talvez mais absurda, mas não menos fantástica “ num
sentido misterioso, claro. Minha versão, ou melhor dizendo, a outra famosa
teoria conspiratória, afirma, sem nenhuma censura quanto ao caráter
sobrenatural do ocorrido, que Camus teria sido vítima, não de atentado político
mas, do destino — estava na hora errada, no lugar errado. Decerto, o tal lugar
de sua morte, de fato, tem um caráter sobrenatural e misterioso pois, várias
vezes, fez no mesmo canto, em outras mesmas circunstâncias, outras vítimas. De
fato, amaldiçoada é então a tal estrada.
Concluindo,
ainda sobre o fato, o que implica adjetivos e malefícios sobrenaturais à
estrada, o próprio Camus zombava, fazia pouco a respeito da tal
“maldição” do quilômetro 88,4 da Rodovia Nacional 5.
Em todo caso — coincidência ou sabotagem — o grande escritor foi a décima
terceira vítima do plátano (árvore) do quilômetro 88,4 dessa enigmática rodovia
francesa.
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