A Arte e a Literatura em sua Vida
Odúlio Botelho Medeiros
IHGRN
Joaquim
Sílvio Caldas foi, na verdade, um de nós. Nordestino, sofrido, telúrico,
talentoso e inteligente. Filho amantíssimo do professor Joaquim Caldas,
sergipano de boa cepa, que o inspirou a escrever o livro Conselho de Pai. Sílvio Caldas nasceu em Aracajú e fez do Recife o
seu segundo berço. Ali, estudou, cresceu, amou tantos amores que nunca mais
deixou de amar a vida, o mundo, a música, os amigos, a magistratura e a
justiça.
Para vencer na vida, Sílvio
Caldas teve que produzir muito. Nada lhe chegou de graça ou por obra do Espírito Santo, a não ser a indispensável e
divina proteção. Segundo os seus familiares, foi um estudante aplicado, até por
obrigação, uma vez que o seu querido pai foi destacado professor na cidade do
Recife. De outra sorte, o autor de A
construção do Brasil dedicou boa parte de sua juventude aos trabalhos
gráficos, quando aprendeu a lidar com textos dos escritores e intelectuais
pernambucanos. Essas atividades, aí se incluindo o magistério, alicerçaram na
índole do jovem promissor o gosto pela leitura, o respeito pelas inteligências
de sua geração e, porque não dizer, pelos prazeres sonoros da poesia. Quem da
poesia gosta, da música certamente gostará. E foi o que aconteceu com Sílvio
Caldas, não somente por herança de sangue, mas por irresistível vocação
artística. Sílvio fez do piano o seu instrumento de estimação, alternando suas
tocatas, com os estudos do Direito na tradicional Universidade Católica de
Pernambuco.
Após graduar-se e ensaiar os primeiros acordes na árdua e prazerosa
missão da advocacia, o autor escolheu a magistratura como forma ideal de
praticar e operar o Direito, levando-se em consideração o seu temperamento
forte, o elevado sentimento de justiça, sempre cultivado ao longo de sua
trajetória. Com todos esses ingredientes, estava moldado o perfil do juiz, que
foi decano do TRT – 21ª Região. Paralelamente à magistratura Sílvio Caldas
jamais se afastou da atividade intelectual. Publicou três livros: Como era grande aquele meu gigante, Enquanto
houver uma flor e Conselho de pai. Para surpresa de seus amigos e leitores,
vem agora com A construção do Brasil que,
no entender do escritor Nei Leandro de Castro, não é livro próprio de
estreante, pois o autor revelou-se um experimentado poeta popular. Este novo
trabalho de Sílvio Caldas tem tudo para cair no gosto do povo. O autor exercita
com muita individualidade o seu amor à pátria e ao homem como agente principal
das atenções sociais. O leitor vai colher neste livro muitas manifestações de
brasilidade e de percepção critica, como esta: Na sua carta afamada,/ Descrevendo a arrojada/Aventura de Cabral,/Com
muito puxa-saquismo/Fez nascer o nepotismo,/Corrupção e coisa e tal...
Joaquim Sílvio Caldas foi sócio-fundador da Academia de Letras Jurídicas
do Rio Grande do Norte, titular da cadeira número 36, que tem como patrono José
Augusto Bezerra de Medeiros. Escreveu semanalmente em um jornal de grande circulação
na capital do Estado foi livre-pensador e amigo fraternal dos seus amigos. Por
merecimento, recebeu o título de Cidadão do Rio Grande do Norte, aprovado
unanimemente pela Assembleia Legislativa do Estado.
orgulho do homem e falta do pai
ResponderExcluirorgulho do homem e falta do pai
ResponderExcluir