Por Flávio Rezende*
A complexidade da vida e as muitas nuances requeridas e existentes em todos os
assuntos tornam muito complicada a publicitação de posições em determinadas discussões,
posto que dentro de um mesmo objeto, são várias as situações, exigindo em
alguns casos a concordância por uns ângulos e discordâncias por outros, ficando
complicado quando, por exemplo, num processo eleitoral temos que decidir
diretamente num só lado.
Na presente campanha venho passando por este dilema, uma vez que eleitor
contumaz do PT, não vejo mais no partido e base aliada, seriedade necessária
para condução do País e, sem essa salutar confiança, jogo olhar carinhoso na
proposta de Marina Silva, identificando nela os mesmos elementos que me levaram
ao voto no petismo, ficando porém com alma partida, visto que gosto de muitos
projetos existentes e torço pela continuidade dos mesmos.
Essa dúvida existencial entre a confiança numa nova turma e a desilusão com a
antiga eu tenho exposto em posts no facebook, levando minha página a fóruns
permanentes de discussões muito interessantes, onde pululam personagens que
amam e que odeiam o PT, exibindo argumentos sólidos e pífios, e deixando claro
para os meros observadores, o processo de radicalização que estamos
consolidando aos poucos, o que é deveras grave e preocupante, me fazendo crê
que estamos caminhando lentamente para situações iguais as vivenciadas na
Venezuela recentemente.
A mera testemunha das discussões políticas percebe claramente que as posições
estão postas. Os petistas cegos e apaixonados pelo partido, não identificam
problemas no oceano de corrupção reinante e na nomeação de pessoas desqualificadas
para altos cargos federais, num caso gravíssimo de formatação do atraso da
máquina pública, comprometida que fica em apenas manter o poder com quem já o
detém e achando desnecessário gerir com seriedade e zelo os bens públicos, que
passam a ser patrimônio de um partido e dos seus adeptos.
Por outro lado os radicais que odeiam o PT querem a todo custo apear do poder a
turma ali instalada, apelando para palavrões e baixarias, tornando o processo
eleitoral muito deprimente e enojando as pessoas de bem com postagens e
colocações muito deselegantes, inclusive com a presidente, que pode ter lá seus
defeitos, mas queira ou não queira alguns, ainda é o poste que tenta iluminar a
pátria e solucionar suas mazelas, merecendo por isso todo o respeito dos que
aqui residem.
É uma pena que não estejamos conseguindo produzir reformas que mudem o cenário
eleitoral, tributário, político e que continuemos avançando para um cenário de
confronto entre as pessoas e de aniquilamento do processo democrático,
justamente por aqueles que tanto se dizem democratas.
A regulação da mídia, o aparelhamento do Estado por pessoas meramente
partidárias, a ameaça de colocar permanentemente nas ruas os movimentos sociais
em caso de derrota e o uso sistemático de marqueteiros para desconstruir a
imagem de pessoas de bem, torna o PT e a base aliada um sério candidato a
vencer uma eleição lamentavelmente encaminhada: a entronização do totalitarismo
dito de esquerda, que na minha opinião é a ditadura das benesses, uma vez que
os que chegaram ao poder, estão mais satisfeitos com os bônus da vida
capitalista, que os méritos de uma governabilidade séria e necessariamente
justa e humanitária.
Creio que o que se anuncia santo e popular, seja no fundo um grande engodo e
que mais maracutaias, já tão aceitas e comuns no seio da seita instalada, virem
regra no submundo dos acordos ainda por vir.
Lutemos para que a imprensa permaneça como está, pois ela regulada como eles
desejam, a vaca pega o caminho do brejo e eu certamente devo passar uns dias
vendo o sol nascer quadrado.
ps – respeito argumentos em contrário.
O posto é o que penso.
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