Alunos de uma escola municipal em Caicó apresentaram
um trabalho em sala de aula textualizando o surgimento do automóvel na região
Seridó. A atividade faz parte do projeto "Leitura na Escola e Prática de
Leitura e Escrita”, através do qual foi apresentado um diálogo entre dois
alunos, com base no texto de uma mini-peça teatral.
O trabalho, apresentado em outubro de 2013, foi
realizado pelos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, José Emanuel e Victor,
da Escola Municipal Mateus Viana, no bairro João XXIII, onde a professora Ana
Maria de Lima orientou os alunos da turma “A” a fazerem uma pesquisa com fatos
relacionados aos primeiros meios de transportes elegidos na região. Segundo a
professora, o trabalho “foi muito proveitoso, pois os alunos se dedicaram a
fazer, fielmente, a dramatização”.
A encenação do diálogo ocorre entre os irmãos Manoel
Salviano e Pedro Salviano de Araújo, nascidos na localidade rural Umbuzeiro, em
Caicó, respectivamente, nos anos de 1906 e 1907, cujo fato verídico aconteceu
na juventude dos dois sertanejos que viram chegar os primeiros automóveis da
região. A professora Ana é neta de Manoel Salviano e Pedro era o pai do
jornalista Bosco Araújo, autor da peça. Os dois irmãos são das raízes da
comunidade, cuja peça intitulada “Nas pisadas do Umbuzeiro” trata de retratar
as origens da localidade.
Abaixo, apenas um trecho da peça com o diálogo do
automóvel, encenado pelos alunos, representando os dois irmãos.
[Pedro] - Ô cusdiacho, Manel, como você dirigiu o
carro do coroné Santa Rosa, em Acari?
Manoel] - Pedro, o carrinho tava parado na frente da
casa do coroné, numa ladeira. Ai entrei, me sentei e achei bonito o daneco, foi
quando pisei num troço quinem um estribo.
[Pedro] - Ô cusdiacho, esse meu irmão é maluco!
[Manoel] - Vige Maria, Pedro, o carro começou a
andar, mas só fiquei aperreado dispois que o bicho desembestou.
[Pedro] – Por que num pisou no freio, home!
[Manoel] – Meu irmão Pedro, eu fiquei pegado firme
na direção, puxava prá trás, mas o carrinho descia ladeira abaixo.
[Pedro] - Ô daneco, o freio é embaixo, Manel!
[Manoel] – Vige, meu irmão, eu pensava que era
quinem as rédias de animá. Fiquei esticado no volante até o carro bater no
tronco de um pau.
[Pedro] - Ô cusdiacho, capaz de fazer um arte, um
acidente maior. Foi Deus que botou a mão!
[Pedro e Manoel] – (Os dois irmãos sorrindo!)
Na foto, os dois alunos em cena.
Crédito foto: acervo da professora Ana Maria
©2014 www.AssessoRN.com | Jornalista Bosco Araújo
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