Americano
Bené
Chaves
A partir de Alan Crossland com
‘Dom Juan’(26) e ‘O Cantor de Jazz’(27), primeiro filme
falado e cantado e de King Vidor, com ‘Aleluia’(29), a produção
sonora de Hollywood tomou novas dimensões e adquiriu um volume
inigualável. Fitas de todos os gêneros se destacavam: policiais,
westerns, musicais, tragédias, comédias, tragicomédias e etc,
etc... Grandes filmes se sobressaíam ou mesmo se consagravam.
Charlie Chaplin, o maior gênio e inventor do personagem Carlitos,
sonoriza “Tempos Modernos” (1936) e chega mesmo a falar em “O
Grande Ditador” (1940) e “Monsieur Verdoux” (1947).
Frank
Capra, de origem siciliana, foi fotógrafo, auxiliar de diretor,
ator, montador e gag-man
durante o período
silencioso. Algumas de suas comédias mais famosas na fase sonora: ‘O
Galante Mr. Deeds’(36), ‘Do mundo nada se leva’(38), ‘Aconteceu
naquela noite’(34), ‘Dama por um dia’(33) e A felicidade não
se compra’(46).
O
norte-americano Van Dyke, filho de uma atriz, iniciou-se no teatro
antes de ser contratado por David Griffith como assistente para as
filmagens de ‘Intolerância’(16). Seu primeiro filme sonoro
‘Sombras brancas nos mares do sul’(28), com co-direção de R.
Flaherty, despertou atenção nas salas exibidoras e na crítica
européia e foi bastante admirado pelos surrealistas. Daí em diante
fez de tudo, para todos os gostos.
Robert
Flaherty também não deve ser omitido, falando-se tanto da fase
silenciosa quanto da sonora. Seu primeiro filme data de 1922, ‘Nanuk,
o Esquimó’, destruído pelo fogo. Realizou ‘Tabu’, em 1931
com F.W. Murnau(‘Aurora’,27). Revelou-se principalmente em
‘Louisiana Story’(48), um documentário de grande força humana.
Ele era, sobretudo, notável pela visão que tinha das pequenas
comunidades isoladas do mundo, além do toque poético que impunha
aos filmes. Era considerado o Jean-Jacques Rousseau da tela.
O inesquecível John Ford
atingiu o clímax da criação cinematográfica na fase sonora. Fitas
como ‘O Furacão’(1937), ‘No tempo das diligências’(1939),
‘Paixão dos Fortes’(1946), ‘As vinhas da ira’(1940), ‘O
Delator’(1935) e outras, constituem os primeiros passos desta era.
São obras que as platéias não esquecerão e ficarão marcadas como
precursoras do som. Depois, obviamente, dois filmes, em definitivo,
elevaram mais ainda o seu já consagrado nome: ‘Rastros de
Ódio’(56) e ‘Depois do Vendaval’(52). Foi o cineasta que
estudou a sociologia no Oeste americano.
A lista de diretores seria
interminável... E de uma maneira, ou de outra, todos contribuíram
para o surgimento do som no cinema. Citaríamos nomes como Ben Hecth,
Henry Hathaway, James Whale, Franz Borzage, Stenrberg, Murnau,
Fleming (‘O mágico de Oz’, 39), Dieterle (‘O corcunda de
Notre-Dame’/39, versão com Laughton/Maureen O’Hara), William
Wyler, Rouben Mamoulian (‘Ama-me esta noite’, 32, com a bela
seqüência inicial anunciando o advento do cinema sonoro), Wellman
(‘Asas’, 28), o genial Orson Welles( ‘Cidadão Kane’, 41)
dentre alguns outros.
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