25 de agosto de 2016

A fonte de Cascudinho

                                 
João Gothardo Dantas Emerenciano

   Há uma década adquiri no sebo “Cata Livros”, de Jácio Torres, na época localizado à Rua Voluntários Da Pátria, o “Livro de Registro dos Dados Biográficos de Brasileiros Ilustres” de 1913.
   Recebi como pagamento do comercial veiculado no jornal O Potiguar, que era dirigido por mim, editado pelo jornalista Moura Neto, com a participação do poeta Carlos Frederico Lucas O. L. da Câmara, como gerente comercial do periódico.
   A brochura foi localizada por Carlos Frederico que levou para a redação de O Potiguar, afirmando que continha informações sobre o poeta Gothardo Neto e seu avô, professor José Gothardo Emerenciano, meus antepassados.
   Ao examinar o manuscrito fiquei surpreso ao constatar que o trabalho tinha sido realizado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, atendendo uma solicitação do escritor Liberato Bittencourt, com introdução do presidente Vicente Simões Pereira de Lemos, datado de 16 de novembro de 1913, reunindo 112 perfis biográficos.
   A pesquisa que apresenta mais de uma caligrafia e diferentes tonalidades de tinta resgata figuras representativas do período colonial, monárquico e da florescente república, iniciando com o capitão - mor Jerônimo de Albuquerque considerado o fundador da cidade do Natal.
   Nas páginas amareladas pelo tempo estão listados capitães-mores, presidentes da província, políticos de diversas facções, principalmente dos partidos Liberal e Conservador com integrantes dos Cantões da Gameleira e da Botica (Bonifácio Francisco Pinheiro da Câmara, Joaquim Guilherme de Souza Caldas, padre João Manuel de Carvalho, Francisco Amintas da Costa Barros).
   Personagens da revolução de 1817 - André de Albuquerque Maranhão, Clara de Castro, padres Feliciano José Dornelas, João Damasceno Xavier Carneiro, Gonçalo Borges de Andrade – e heróis da guerra do Paraguai João da Fonseca Varela, Francisco de Paula Moreira Fernandes, José Pedro de Oliveira Galvão, Antônio da Rocha Bezerra Cavalcanti, Alexandre Baraúna Mossoró e os irmãos João Perceval Lins Caldas e Ulisses Olegário Lins Caldas são destacados.
   Patriarcas de antigas famílias sertanejas representados pelo capitão Tomás de Araújo Pereira, primeiro presidente nomeado para o Rio Grande do Norte, capitão-mor Cipriano Lopes Galvão, fundador do município de Currais Novos, Manuel Pereira Monteiro, fundador do município de Serra Negra do Norte, José Bernardo de Medeiros, Senador do Império e integrantes da Guarda Nacional, alguns com título nobiliárquico – coronel Manuel Varela do Nascimento, barão de Ceará - Mirim e o Conselheiro Imperial Luiz Gonzaga de Brito Guerra, barão de Assú, convivem com personalidades de movimentos libertários como o baiano radicado em Natal Cipriano José Barata de Almeida e o potiguar Almino Álvares Afonso, grande tribuno da Abolição da Escravatura.
   O pioneirismo de Dom Joaquim Antônio de Almeida, primeiro bispo de Natal, de Luiz Carlos Lins Wanderley e Daniel Pedro Ferro Cardoso, primeiros norte-rio-grandenses a se formar, respectivamente, em medicina e engenharia e o espírito empreendedor do comerciante Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão é enfatizado, bem como a trajetória do padre João Maria Cavalcanti de Brito, considerado o Santo de Natal, do seu irmão Amaro Bezerra Cavalcanti, Ministro do Supremo Tribunal Federal, e do bacharel e jornalista Braz Andrade de Melo, redator do jornal A República.
   A literatura está representada pela escritora Nísia Floresta Brasileira Augusta, dramaturgo Luiz Carlos Lins Wanderley, crítico literário Antônio Marinho Pessoa, historiadores Luiz Fernandes Sobrinho e Vicente Simões Pereira de Lemos e os poetas Alípio Bandeira, José Moreira Brandão Castelo Branco, Elias Antônio Ferreira Souto,José Leão Ferreira Souto, Miguel Arcanjo Lins de Albuquerque, Adalberto Peregrino da Rocha Fagundes, Joaquim Cândido da Costa Pereira, Joaquim Fagundes, José Teófilo Barbosa, Honório Carrilho da Fonseca e Silva, Cícero Virgílio Teixeira de Moura, José Gotardo Emerenciano Neto e apoetisa Auta de Souza, notando-se a ausência de Lourival Açucena , Manuel Segundo Wanderley e  Manoel Virgílio Ferreira Itajubá.
  Manuel Liberato Bittencourt (1869-1948) era general do exército, jornalista, crítico literário, poeta, autor de várias obras, destacando-se Nova História da Literatura Brasileira, Duas Dezenas de Imortais, Flores e Mágoas, Academia Brasileira De Letras, em dois volumes, Ramos do Saber eCritica e Filosofia.
  É patrono da cadeira 29 da Academia Catarinense de Letras, tendo sido sócio do Instituto de Geografia e História Militar e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, admitido com a obra Psicologia do Barão do Rio Branco, e sócio honorário do de Sergipe e correspondente dos Institutos da Paraíba e de Pernambuco. Foi sócio da Academia Metropolitana de Letras e da Paranaense José de Alencar, tendo sido membro da Federação das Academias e da Sociedade de Filosofia e da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro.
   Foi condecorado com a Medalha de Mérito Cientifico da Academia de Palermo e com a de prata e de ouro de Mérito Militar.
   O objetivo do ilustre escritor era dar continuidade a obra:Brasileiros Ilustres, no qual vinha pedindo ajuda aos intelectuais e instituições estaduais desde 1912, sendo Homens do Brasil – Sergipe editado em 1913 pela Livraria Gomes Pereira e reeditado em 1917 pela Tipografia Mascote, o primeiro volume da série. Em 1914 foi publicado no Rio de Janeiro Homens do Brasil, vol. II - Paraibanos Ilustres pela mesma editora.
   Tudo leva a crer que o estudo pioneiro e sistemático de personalidades do Rio Grande do Norte não foi enviado ao escritor catarinense para satisfação futura de Luís da Câmara Cascudo que certamente a utilizou para a elaboração de suas admiráveis Actas Diurnas - berçário de O Livro das Velhas Figuras - encontrando-a provavelmente na década de 30.

Referências:
 CÂMARA, Adauto Da. Diversos & Dispersos. Rio de Janeiro: [s.n.], 1998
CASCUDO, Luís da Câmara. O Livro das Velhas Figuras. (Org. Enélio Lima Petrovich). Natal: IHGRN, 1974, V.1
EMERENCIANO, João Gothardo Dantas. Os Cantões. O Potiguar, Natal, ano I, n.5, abril / maio 1998
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE. Livro de Registro dos Dados Biográficos de Brasileiros Ilustres. Natal, 1913
WANDERLEY, Rômulo. Panorama da Poesia Norte-rio-grandense. Rio de Janeiro: Edições do Val, 1965
 /http://www.poetaslivres.com.br/poeta.php?codigo=94
Clientes. Infonet.com.br/...Brasileiros % 20 - % Ilustres % 20 Sergipe.doc.



           







CLARA CAMARÃO

Jurandyr Navarro

Mulher do índio Poty, este conhecido, depois, por Dom Antônio Felipe Camarão. Receberam, ambos ensinamentos e a catequese de padres da Igreja Católica, que evangelizaram o Brasil, nos primórdios da sua formação histórica.
Clara Camarão combateu bravamente os invasores batavos no vizinho Estado de Pernambuco à frente de um grupo de guerrilheiras.
Assinala Domingos de Loretto, citado no excelente livro "Personalidades Históri­cas do Rio Grande do Norte", editado pela "Fundação José Augusto", que Clara Cama­rão,"armada de espada e broquel e montada a cavalo, foi vista nos conflitos mais arriscados... com admiração dos holandeses e o aplauso dos nossos". Parecia ouvir, na arrojada cavalgada, os cantos de guerra de uma nova Débora bíblica, incitando todos à vitória.
Clara foi destemida no combate armado, lembrando Artemira, capitã do formidá­vel exército de Xerxes - soberana de Halicarnasso, que tomou a chefia de cinco galeras, contra Atenas.
Verbete sobre Clara Camarão do livro "Dicionário Mulheres do Brasil" (de 1.500 até a atualidade), (Scumaher e Brazil, 2000, pág. 160), registra:

"Quando a sorte virou contra os portugueses, Clara Cama­rão esteve na frente de batalha, defendendo as posições milita­res e a população civil, que, abandonando as propriedades, e as cidades, veio refugiar-se atrás das linhas de Matias de Albuquerque, Felipe Camarão e Henrique Dias (...) Na batalha de Porto Calvo, o comandante Henrique Dias foi ferido, perden­do uma das mãos. Felipe Camarão assumiu o comando da tro­pa, apoiado por Clara. Ela foi também uma das heroínas de Tejucupapo, no litoral pernambucano onde as mulheres mostra­ram bravura na resistência ao domínio holandês.

Fragmento de texto, citado por Rejane Cardoso, às páginas 163, do monumental livro "400 Anos de Natal", editado pela Prefeitura, trecho extraído do livro "Brasileiras Célebres" (Norberto Silva, 1862), expõe:

"Dona Clara Camarão não é uma dessas descendentes dos conquistadores portugueses, que se pudesse vangloriar de um nascimento ilustre, mas uma indiana gerada nos bosques brasileiros nascida na taba, ou rústica cabana, levantada por seus pais, sobre a rede de algodão, trançada por sua mãe, como indi­cava a tez avermelhada, como dizia o perfil e os contornos de seu rosto, como denunciavam seus negros e acanhados olhos, e seus cabelos corredios e espargidios pelos hombros".

Significando dizer que a sua origem é genuinamente brasileira, de sangue indíge­na, da clã primitiva que primeiramente povoou as terras; e, depois, moldou o caldeamento das três raças.
Foi assim o nascimento e a posterior atuaçâo corajosa e heróica de Clara Cama­rão, a célebre Guerreira do Rio Grande do Norte. Assim se exibiu a vida simples e altiva
da destemida e intemerata mulher potiguar, uma imagem marcante do nosso nativismo,
a primeira Mulher representante desse nativismo, entre nós, que é a "forma precursora
de nacionalismo, sentimento de aversão ao estrangeiro invasor, sentimento de estima e
amor ao meio nativo".
A fibra hercúlea de Clara Camarão se compara à de Maria Quitéria - a primeira Mulher (disfarçada de uniforme) a participar em combate numa unidade militar no Brasil
que, século e meio adiante, tornou-se heroína no Recôncavo Baiano, na luta contra os
portugueses, pela Independência da pátria brasileira; tendo sido condecorada, no ano
de 1923, pelo então Imperador Dom Pedro
I com a insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul. E, posteriormente, por Decreto do atual Governo Henrique
Cardoso, reconhecida como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército
Brasileiro.
Ambas morreram no anonimato.
Igualmente lembra, a coragem de Clara Camarão, à revolucionária catarinense Anita Garibaldi que, no século XIX, participou ativamente da Revolta dos Farrapos e da campanha da unificação italiana. Anita, pela sua bravura na Batalha Gianícolo, credenciou-se, na História, como mulher vocacionada para a carreira das armas.
A bravura de Clara serviu de exemplo às duas brasileiras - à catarinense e à baiana, mencionadas - por elegerem, como desígnio de vida, o signo de Marte.
Recebeu, Clara Camarão, por sua conduta elogiável, do poder político vigente à época, distinções de regalias com título de Dona e do Hábito de Cristo.
A sua coragem e audácia fizeram com que a nossa formação histórica tivesse uma das suas páginas heróicas, escrita, também, com o generoso sangue indígena.
O seu contributo valioso de mulher desassombrada se impõe à admiração dos seus compatriotas do século vinte e um, como uma das expressões individuais mais marcantes da história rio-grandense-do-norte.



MÁXIMO MEDEIROS
Natural do município rio-grandense-do-norte de "Augusto Severo", da chamada tromba do elefante, fez os seus estudos iniciais em ambiente social modesto; continuan­do, depois, na progressiva cidade de Mossoró, deste Estado.
Desde cedo ostentou capacidade intelectual, aprendendo com relativa facilidade as disciplinas dos cursos primário e ginasial. Esse aprendizado capacitou-o a sua habi­litação ao vestibular em Medicina, na velha Faculdade do Derby, no Recife.
Esta foi a prova de fogo, como se chama, de Máximo Medeiros Filho, o potiguar de origem modesta que saiu do seu Estado para enfrentar os formidáveis desafios da Ciên­cia!
E saiu bem neste primeiro teste, estágio limiar para atingir outros, no Brasil e foradele.
O vestibular enfrentado por Máximo Medeiros foi o mais difícil até então realizado em Medicina, na Mauricéia. Apenas dez por cento dos candidatos foi aprovado. E, mesmo assim, enfrentando uma Banca com Bezerra Coutinho, examinando Biologia, ele, o humilde potiguar, foi aprovado em oitavo lugar.
Daí em diante a vida de Máximo foi uma verdadeira odisseia, transpondo obstácu­los os mais difíceis, numa jornada longa, perlustrando uma estrada juncada de espi­nhos.
Sintetizamo-la, através de algumas passagens do livro intitulado: "Lembrando Máximo Medeiros Filho",do autor Carlos Ernani Rosado Soares, o seu "amigo há qua­renta anos".
Com a palavra, o erudito autor:
"O campo dos radioisótopos lhe daria o renome internacio­nal"^... ) 'Tinha pendor pela Matemática e a Física". (...) A lição que Máximo Medeiros nos deu em vida continua após a sua mor­te. Lição de capacidade profissional, de cultura geral; porém, mais que tudo, lição de humanidade: honestidade, caráter, bondade, simplicidade, calor humano, tudo era transmitido por sua encan­tadora personalidade que se impunha sem se fazer notar".
(...) Máximo veio para Natal, prosseguir seus estudos, e o fez de modo caracte­risticamente brilhante. Eu me lembrava de tê-lo visto em uma fotografia, dessa época, ao lado de José Eufrânio, Moacyr de Góes, Ubiratan Galvão e outros. E foi a Ubiratan que recorri, em função da amizade e parentesco afim, obtendo dele o seguinte comen­tário:
'Máximo é um génio'.
Em 1962, conseguiu uma bolsa em Radiobiologia na Universidade da Califórnia, através da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Ficaria no Donner Laboratory of Biophisics, de setembro deste ano a junho do seguinte. Foram propostos sete candida­tos e apenas três aceitos, tendo Máximo ficado em primeiro lugar ( ... ) Insistia em receber velhos livros do Cónego Luiz Monte, de quem era grande admirador, incluindo
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um que ele sabia ter existência, de Biologia, e que teria sido publicado para uso nos Seminários.( ... ) Enviava-me o Jornal Brasileiro de Medicina Nuclear onde ele tinha trabalho publicado, bem como Separata da Ata Hematológica, idem,idem. ( ... ) Em 1967 representou o Brasil em Viena, num Simpósio Internacional sobre Dinâmica de Proteínas Marcadas, e que em carta ressaltou: - 'Foi uma reunião de alto nível de "set" internacional que trabalha atualmente em D. de P. M., se você me permite falar assim. Basta dizer que estavam presentes McFarlane (inglês, considerado presentemente a maior autoridade mundial em gamaglobulina); Waterlow (um inglês extraordinário, de cachimbo na boca, daquele jeito que você bem conhece), Jeejeebhoy, indiano, autorida­de internacional em assuntos relacionados com perda proteica por via gastrointestinal..."
São tópicos, apenas, desse grande livro de Ernani Rosado que retrata o cientista Máximo Medeiros, seu amigo e nosso conterrâneo, para orgulho do Rio Grande do Norte.
Ernani Rosado, para quem não sabe, é um dos valores mais destacados da Medi­cina Brasileira, sendo Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; autor do Tra­balho, dentre outros, "Pós-operatório sem Antibioticoterapia Profilática".
O Doutor Ernani Rosado foi aprovado em primeiro lugar no vestibular de Medicina, sendo o melhor aluno da sua Turma e escolhido o seu Orador, na sua Diplomaçao como Médico, em Recife.
Ele e Vingt-Un Rosado são os dois biógrafos do cientista Máximo Medeiros Filho.
Como frisou Ernani Rosado e adiante se verá nas paginas de Vingt-Un Rosado, o que imortalizou o nome de Máximo Medeiros, na Comunidade Científica Internacional, foi o de ter tomado parte integrante da Reunião, em Viena, da Agência de Energia Atómica, em outubro de 1967, aos trinta e seis anos de idade. Foi ele o único represen­tante do Brasil e um dos dois da América Latina.
A sua escolha foi feita, pessoalmente, pelo Professor Ernest Belcher, então Dire-tor daquela Agência científica internacional.
Conheci Máximo Medeiros no Recife. Foi meu contemporâneo de Universidade. Ele, fazendo Medicina, e eu, Direito. Terminamos o Curso no mesmo ano: 1956. O seu nome despontou, para nós, do Rio Grande do Norte, desde o vestibular: havia a curiosi­dade de se saber os aprovados de Natal. E Máximo estava na lista dos aprovados da famosa Faculdade do Derby, no exame vestibular mais apertado da sua história, até então.
Passou-se o tempo. No início do ano de 1980, recebo dele, uma carta atenciosa, do Rio de Janeiro, adiante transcrita, sobre um assunto científico estudado pelo Padre Luiz Monte, inserido na Antologia por mim organizada, cujo teor se vê em sequência, uma espécie de depoimento expressado por Máximo Medeiros em relação ao saber científico do mencionado sacerdote, pertinente à Fisiologia.

Mesmo tendo vivido apenas quarenta e nove anos de idade, Máximo Medeiros Filho armazenou acentuado cabedal de conhecimentos em matéria científica, galgando, pelo estudo, tenacidade e inteligência um lugar de destaque dentre os vultos Notáveis do Rio Grande do Norte.

22 de agosto de 2016

Historiador, minha profissão


                                                 Luciano Capistrano
Professor: Escola Estadual Myriam Coeli
Historiador: Parque da Cidade


História

Memória social, memória individual,
Memória alicerce da história
Em monumentos vestígios de um passado
Encontrado na oralidade, documentos achados/ perdidos
Arquivos públicos/privados, fungos, ácaros, fazedores
Da nova história, o campo da história dilata, expande.

Vico, Hegel, Croce, Toynbee, fronteiras antes lidas
Hoje fontes relidas, releituras, reinterpretações
Novas historiografias, visões, lições
Veyne vê contos verdadeiros
Narrativas cotidianas caminhantes literários
Da tradição marxista Hobsbawm persiste/insiste
O passado e a história podem/devem legitimar o presente.

Tempo presente diálogos intermitentes
Olhar o passado ver entre frestas racionalidades
Hoje inexistentes, para além do factual
Marc Bloch e LucienFebvre, vozes francesas
Apenas a política não explica a vida,
Há sinuosidades no caminho.

Não são simples narrativas, visão positiva primitiva
Análises descobrem estruturas sociais
Tempo e temporalidade vias luminárias
Explicações construídas sobre sociedades instituídas
Crias/recrias em tempos de vulcões de larvas,
Singularidade íntima, historiografia.
(Luciano Capistrano)


                Historiador é minha profissão, trago acho que no sangue, pois,  meu pai, tia e tios, trilharam os caminhos de Clio, sigo, então, essa trilha. Atualmente desenvolvo minhas funções no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, sou concursado da Semurb, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, e, ainda sou professor de História na Escola Estadual Myriam Coeli, cheguei ao magistério estadual por meio de concurso público. Tenho uma grande alegria em exercer meu oficio nestes lugares. Em ambos, busco ser ético e respeitoso nos parâmetros da minha profissão.
            Da Grécia de Heródoto até os nossos dias, muitas mudanças ocorreram na compreensão do fazer histórico, a clássica pergunta: O que é História? Ainda permeia minhas andanças nas terrasde E. H. Carr, Paul Veyne, Marc Bloch, Eric Hobsbawm, Jacques Le Goff, Ciro Flamarion Cardoso, Circe Bittencourt, e, tantos outros historiadores, responsáveis por pavimentarem  esta estrada que sigo em busca de um norte, de uma construção, nada tranquila e nem definitiva do que é História.
            Em linhas gerais, vejo a História como a ciência capaz de fazer compreender as transformações vivenciadas pela sociedade humana. Explicações, claro, fundadas na historicidade, assim, o tempo é fundamental no ofício do Historiador.
            A uma relação intrínseca entre os fatos, a interpretação e o Historiador, as escolhas que faço no meu mister, diz muito das minhas escolhas teóricas, das minhas compreensões do mundo em que estou inserido, se existe o fato, busco ver o processo, os fatores determinantes ou não, de determinado acontecimento. O fato não é algo isolado, no tempo e no espaço, faz se necessário compreender o processo, neste sentido, não basta a “narrativa” seca, é, necessário à interpretação, aí, reside à reflexão do Historiador.

Historiador

Clio memórias
Descortina ações
Constrói histórias
Leituras documentais
Vestígios rupestres
Papéis, oralidades
Historiadores
Intérpretes de passados
Esquecidos
Nos corredores obscuros
Do poder
Ofício de dizer
O esquecido por muitos!
(Luciano Capistrano)

            Meu amigo velho, faço dessa escrita minha afirmação de amor a HISTÓRIA, quando há uns anos atrás escolhi o curso de História, já tinha a certeza da feliz escolha, não me vejo, hoje, em outras áreas do conhecimento, em outra profissão.
            Me permitam finalizar citando Eric Hobsbawm, um Historiador de muitas reflexões:
Eu costumava pensar que a profissão de historiador, ao contrário, digamos, da de físico nuclear, não pudesse, pelo menos, produzir danos. Agora sei que pode. Nossos estudos podem nos converter em fabricas de bombas, como os seminários nos quais o IRA aprendeu a transformar fertilizantes químicos em explosivos. Essa situação nos afeta de dois modos. Temos uma responsabilidade pelos fatos em geral e pela crítica do abuso político-ideológico da história em particular. (HOBSBAWM, Eric. Sobre HISTÓRIA, São Paulo: Companhia Das Letras, 2011, p. 17-18)

            

18 de agosto de 2016

Documentário Passo da Pátria – Porto de Destinos lança olhar sobre uma das comunidades mais antigas de Natal


 A comunidade do Passo da Pátria se desenvolveu de forma improvisada e desordenada,espremida entre a linha do trem e o rio Potengi, próximo aos bairros do Alecrim, Cidade Alta e Ribeira, em decorrência da intensa movimentação comercial no local entre o final do século 19 e início do século 20, quando foi o principal porto e porta de entrada do comércio na capital do Rio Grande do Norte.
   Esse aspecto histórico do lugar inspirou o título do filme “Passo da Pátria - Porto de Destinos”. Dirigido pelos jornalistas Alex Régis e Paulo Dumaresq, o longa documentário lança um olhar humano sobre o cotidiano da comunidade. O fotógrafo Alex Régis precisou entrar no Passo da Pátria algumas vezes para fazer matéria.E os enfoques, quase sempre, eram negativos, de histórias tristes, de crimes, de problemas.
  “Certa vez,resolvi ir lá para produzir a capa de um caderno especial. A intenção era capturar uma imagem de pesca bem plástica. Tinha ali o local perfeito, com o cenário composto por barcos e a luz do pôr do sol refletida no rio Potengi. Depois de fazer a foto, comecei a conversar com o pescador ‘Nino do Peixe’. Ele falava do Passo com um orgulho, um brilho no olhar que me despertou o interesse em pesquisar a história da comunidade”, diz o fotógrafo, contando como surgiu a ideia do documentário.
  Alex Régis saiu de lá com a foto que lhe daria o prêmio BNB de Jornalismo e também com uma visão menos preconceituosa. “Eles sofrem discriminação. Quem passa ali na Avenida do Contorno e olha pra comunidade, tem medo”, diz. 
  Com o tema definido e uma prévia ideia de que linha seguir, convidou o jornalista e dramaturgo Paulo Jorge Dumaresq para escrever o roteiro e o ajudar na direção. Os dois já haviam trabalhado juntos no curta de ficção "Incontinências” (2014). Entre planejamento, pré-produção, produção, edição, finalização e mixagem de áudio, o documentário levou um ano para ser feito — 100% com recursos próprios e a colaboração de parceiros.
  Os diretores primaram por contar a história do Passo da Pátria, desde os primórdios até os dias atuais, pela boca de seus moradores.“Creio que fomos fieis ao nosso intento”, avalia Dumaresq.
  A ideia inicial era produzir um curta-metragem, mas, ao entrar no Passo, eles se depararam com a riqueza humana da comunidade, a geografia peculiar do lugar e belezas naturais. De modo que foram fortemente atraídos pelas possibilidades que o lugar ofereceu. “Quando assistimos todas as entrevistas e as imagens capturadas, chegamos à conclusão que o filme tinha virado um longa. Ele ficou com 70 minutos”, diz Alex Régis.
  Os realizadores optaram por uma fotografia limpa, com luz natural e sem muitos efeitos. “Aproveitamos ao máximo as cores da comunidade. Cor é vida. E o Passo tem sua dinâmica própria na colorida alegria de seus habitantes. Usamos ainda a cor sépia para remeter ao passado”, fala Dumaresq.
  O documentário é quase todo construído a partir das memórias e narrativas dos moradores. Mas Paulo Dumaresq e Alex Régis tiveram também a ideia de convidar um ator para interpretar Luís da Câmara Cascudo e recitar seus escritos sobre os tempos áureos do Passo. O escolhido para o papel foi o carioca Ruyter de Carvalho, com experiência no teatro, no cinema e na TV, inclusive participações em novelas da Globo, como o folhetim “Que Rei sou eu?”.
  “Os textos foram extraídos do livro História da Cidade do Natal. Mas não quisemos mimetizar o ator de Câmara Cascudo. Apenas remeter ao folclorista e historiador. É importante esclarecer isso”, ressalta Dumaresq.
  A trilha é toda potiguar e original, composta para o filme, com direção musical de Adriano Azambuja. Destaque para a canção "Passo da Pátria - Porto de Destinos" (de Antônio Ronaldo e Franklin Mário), interpretada pela cantora Antoanet Madureira, e o rap "As margens", do projeto Éris (Artur Faustino e Bruno Otávio). Participam ainda os músicos Nicholas Guitarman, Dudu Campos, Isaac Ribeiro e Heudes Régis.
 A equipe técnica praticamente foi a mesma de “Incontinências”, com a adição da cineasta e montadora Suerda Morais, da CaSu Filmes, produtora parceira. A Peron Filmes também apoiou com equipamentos. Colaboraram ainda Camilla Natasha e Davis Josino (produção de set), Nilson Eloy (som direto e mixagem de áudio) e Alysson Régis (platô). O filme contou com o apoio da Secretaria Municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Natal, Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo, Nalva Melo Café Salão, Bardallo’s Comida & Arte, Associação para o Desenvolvimento de Iniciativas de Cidadania (ADIC/RN), CBTU, Estúdio Sonorus e o jornal Tribuna do Norte.

15 de agosto de 2016

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte


Diego Avelino

Três anos depois da instauração do governo republicano, exatamente em 09 de junho de 1892, foi criado o Superior Tribunal de Justiça no Rio Grande do Norte. Nessa época estava em exercício o primeiro governador republicano em solo potiguar, Pedro Velho de Albuquerque Maranhão. O tribunal foi inaugurado em 01 de julho de 1892, inicialmente funcionando no antigo Palácio do Governo, hoje conhecido como Pinacoteca.
Na ocasião do sancionamento da lei que criara o Superior Tribunal de Justiça foram nomeados cinco desembargadores para ocuparem vagas que seriam precisas para dar inicio ao funcionamento e atividades dessa mesma instituição. Na mesma seção, em que se firmava a fundação do Tribunal, foi eleito o presidente efetivo do mesmo, assim como os devidos empregados a compor o quadro de funcionários. Eleito pela maioria absoluta dos votos, o presidente efetivo seria o Desembargador Jerônymo Américo Rapouso da Câmara. Como funcionários tiveram os seguintes homens o prestigio em desempenhar suas funções ao Tribunal de Justiça: o Bacharel Joaquim Bernardo Falcão Filho (secretario); José Mendes da Costa Filho (porteiro-contínuo); João Damasceno Freire e José Pedrosa de Oliveira (ambos Oficiais de Justiça) e, por fim, a nomeação como Juiz de Direito foi dada aos bacharéis Vicente Simões Pereira de Lemos (Juiz em Canguaretama), Francisco de Salles Meira e Sá (Juiz em Ceará - Mirim) e Manoel Moreira Dias (Juiz em Martins).
 Mas, o destaque maior dado nessa matéria será aos cinco primeiros Desembargadores:: Desembargador Jerônymo Américo Rapouso da Câmara, único natalense dentre eles. Nasceu em 14 de novembro de 1843 e faleceu em 26 de novembro de 1920. Durante sua vida terrena, esse Desembargador atuou em diversos cargos. Obteve o diploma de Bacharel em Direito no Recife. Depois desse título passou a atuar como Promotor Publico em Mossoró, Açu, Martins e Pau dos Ferros. Em Martins, além do cargo de Promotor Publico, ocupou a função de Juiz Municipal e de Órfãos. Foi Chefe de Polícia, Deputado Estadual (tendo assumido a presidência do Congresso Legislativo), Juiz de Direito da Comarca de Nova Cruz, sendo depois transferido para São José de Mipibu. E, como presidente do Tribunal de Justiça, exerceu o cargo por mais de cinco vezes.
Desembargador Joaquim Cavalcante Ferreira de Melo, paraibano, nasceu em 18 de novembro de 1846 e faleceu em 18 de abril de 1911. Adquiriu o diploma de Bacharel em Direito no Recife. Com a posse de sua titulação acadêmica, veio estabelecer-se no RN, onde desempenhou inúmeras atividades até ocupar cargo de Desembargador no Superior Tribunal de Justiça.
Desembargador José Clímaco do Espírito Santo, pernambucano, nasceu no dia 30 de março de 1843 e faleceu em dezembro de 1909. Formou-se na Faculdade de Direito no Recife. No RN, ocupou diversos cargos políticos até ser nomeado como Desembargador.  Em seguida, ingressou no cargo de Juiz Federal em Vitória. No estado do Espírito Santo permaneceu o resto de sua vida.
Desembargador Joaquim Ferreira Chaves Filho, pernambucano, nasceu na capital de Pe, em 15 de outubro de 1853 e faleceu em 1937. Obteve o titulo de Bacharel em Direito no Recife. Sua vida pública esteve marcada por inúmeras atividades na política e magistratura. Foi: Juiz de Direito em Nova Cruz; Juiz de Casamento e Desembargador em Natal; membro da Junta Governativa; Governador por duas vezes; Senador; Ministro da Marinha e da Justiça e Interior.
Desembargador Olympio Manoel dos Santos Vital, baiano, nasceu em 15 de abril de 1839 em Feira de Santana e faleceu em 19 de fevereiro de 1910. Adquiriu o titulo de Bacharel em Direito no Recife. Sua vida, igual a dos outros Desembargadores¸ esteve marcada por inúmeras atividades na magistratura. Dentre elas: Promotor Público em Salvador; Juiz Municipal e de Órfãos em Nazaré; Juiz de Direito em Comissão; Deputado por varias vezes na Assembléia Legislativa do mesmo Estado em que nasceu; Juiz de Direito em Macau (RN); Chefe de Policia no Sergipe; Presidente provinciano no Sergipe; Desembargador (RN) e Presidente interino no Superior Tribunal (RN), sendo substituído pelo Desembargador Jerônymo Américo Rapouso da Câmara e, por ultimo, Juiz Federal em Natal.
Esses cinco Desembargadores que entregaram suas vidas a carreira política e à magistratura merecem nosso respeito e os dignos louros, mesmo pós-morte, pelas atividades desempenhadas em nosso Estado. Eles foram os primeiros brilhantes a ornamentarem a coroa da Alta Corte do RN.
(Fonte consultada: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte).


11 de agosto de 2016

América Futebol Clube


 

 Um século de existência

  

Por: CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
A Cidade Alta foi o berço da povoação da terra de Poty. Ainda província, suportou as agruras decorrentes do Primeiro Grande Conflito Mundial, onde o cenário emocional que prevalecia era o das sequelas decorrentes da guerra iniciada em 1914 e só terminada em 1918, caracterizada pela falta de suprimentos, dificuldade de crédito e incerteza política.
Nessa contingência histórica pouco havia em que se ocupar e o esporte passou a ser motivação da nossa juventude, já acostumada ao remo no Potengi.
E foi no corredor histórico da cidade que surgiu o primeiro movimento visando a concretização da vida esportiva em nova modalidade – o futebol. Diria que para isso teve um incentivo a mais, o conhecimento de um artefato de couro chamado “ bola” quando em 1872 aqui aportaram marinheiros do navio Criméia. Posteriormente houve a introdução no Brasil do jogo de futebol, por inspiração a Charles Muller, em 1894, que trouxe modelos de regulamentos do velho continente.  Aqui em Natal ela chegou pelas mãos dos estudantes que vinham da Europa, integrantes da família Pedroza, que criou o Sport Club Natalense (ou Natal Sport Club) em 1907, através de Fabrício Pedroza Filho
Por conseguinte, havia na cidade um verdadeiro clamor pela formação de equipes e a concretização começou com o ABC, por iniciativa de jovens atletas residentes nos bairros da Ribeira e Rocas, conhecidos como “canguleiros”, em 29 de março, na parte baixa da avenida Rio Branco, aos fundos do Teatro Carlos Gomes, hoje Alberto Maranhão, na residência do coronel Avelino Alves Freire - respeitado comerciante e presidente da Associação Comercial do RN.
Seguindo idealismo semelhante e sem nenhum espírito de dissidência, jovens atletas do bairro da Cidade Alta e cercanias fizeram uma reunião preparatória no dia 11 de julho de 1915, coincidentemente também na Rua Nova (atualmente Av. Rio Branco), porém na parte alta (centro da cidade) na residência do Senhor Manoel Coelho de Souza (Inspetor da Alfândega), local que corresponde à proximidade do prédio onde funcionou, por muito tempo, a Livraria Universitária, aprazando-se a reunião oficial para fundação do novo clube no dia 14 de julho de 1915, feriado nacional comemorativo da “Queda da Bastilha”, na França, fato ocorrido na residência do Desembargador Joaquim Homem de Siqueira Cavalcanti, situada na Rua Vigário Bartolomeu, possivelmente nº 565, antiga Rua da Palha na Cidade Alta, precisamente em uma dependência onde ocupavam os irmãos Carlos e Oscar, que dava para o Beco da Lama, depois Rua Vaz Gondim e hoje Rua Professor José Ivo, que recebeu inicialmente o nome de América Foot Ball Club, expressão inglesa muito em voga, quinze dias depois da fundação do ABC que, no futuro, tornar-se-ia o seu principal adversário.
Numa sequencia cronológica, a mesma intenção ocorreu com um grupo de rapazes atletas, formado por Lauro Medeiros, Pedro Dantas, Cel. Solon Andrade, José Firmino, Café Filho (ex-goleiro do Alecrim em 1918 e 1919), que foi Presidente da República, e ainda: Lauro e Humberto Medeiros, Gentil de Oliveira, José Tinoco, Juvenal Pimentel e Miguel Firmino, que em reunião realizada na casa do Cel. Solon Andrade, no dia 15 de agosto de 1915 fundaram, no então longínquo bairro do Alecrim o clube piriquito (cor verde), então denominado ALECRIM F.C. com um objetivo a mais - ajudar de forma filantrópica as crianças pobres do bairro que lhe deu origem.
   Sobre o Mecão centenário existem informações que, antes de se pensar sejam conflitantes, em verdade se completam num racioscínio lógico, uma vez que a cada reunião compareciam os rapazes, não necessariamente todos numa mesma sessão, mas numas e noutras. Inicialmente foram 15, depois 27, ainda 36. Enfim, após pesquisas e informações adicionais chegamos ao número de 38, (versões comparadas de Gil Soares, Oscar Siqueira, José Rodrigues de Oliveira, Miguel Leandro, Carlos Barros, Lauro Lustosa, Fernando Nesi e Luiz G.M.Bezerra):
1 – ABEL VIANA, estudante e foi proprietário de uma das mais tradicionais padarias de Natal;
2 – AGUINALDO CÂMARA, conhecido por “Barba Azul”, irmão da Profª Belém Câmara;
3 – AGUINALDO FERNANDES DE OLIVEIRA, filho do Des. Luiz Fernandes;
4 – AGUINALDO TINOCO, filho do Cel. João Juvenal Pedrosa Tinoco, chefe da firma Pedrosa & Tinoco & Cia.;
5 – ANIBAL ATALIBA, filho do velho Ataliba, da Estrada de Ferro Central /RN e grande amigo do trovador João Carlos de Vasconcelos;
6 – ANTONIO BRAGA FILHO, empregado da “Casa Lotérica”, de Cussy  de Almeida;
7 – ANTONIO DA ROCHA SILVA (Bidó), cunhado do falecido Aurélio Machado França, funcionário federal;
8 – ANTONIO TRIGUEIRO, empregado da Loja “O Amigo do Povo”, de Felinto Manso, na Praça do Mercado, Cidade Alta;
9 - ARARY DA SILVA BRITO, funcionário do Ministério da Fazenda, Oficial Administrativo da Alfândega/Natal e de Tributos Federais da Alfândega/RJ;
10 - ARMANDO DA CUNHA PINHEIRO, filho do Prof° João Tibúrcio e falecido como tenente do Exército;
11 – AUGUSTO SERVITA PEREIRA DE BRITO (Pigusto), funcionário do Departamento de Segurança Pública do Estado;
12 – CAETANO SOARES FERREIRA, amazonense e irmão do 2° Presidente Getúlio Soares Ferreira;
13     – CARLOS DE LAET, filho de João Antonio, da Brigada do Exército;
14 – CARLOS FERNANDES BARROS, fiscal de Consumo, aposentado;
15 – CARLOS HOMEM DE SIQUEIRA, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil/RN;
16 – CLINIO BENFICA, estudante, nascido em Baixa Verde (hoje João Câmara);
17 – CLOVIS FERNANDES BARROS, comerciário, passou a residir em Recife/PE;
18 – CLODOALDO BAKKER, estudante e funcionário federal;
19 - EDGAR BRITO;
20 - EUCLIDES OLIVEIRA, nome acrescentado pelo tabelião Miguel Leandro;
21 - FRANCISCO LOPES DE FREITAS, chefe do expediente da Prefeitura de Natal e do Dep. De Finanças e campeão de bilhar em Natal, amante do remo e apontado como 1º Presidente do América no período de 14/7 a 14/12/1915.  Assinala-se o nome de FRANCISCO LOPES TEIXEIRA também apontado como 1º Presidente. Contudo, pela similitude do nome, cremos que se trate da mesma pessoa;
22 – FRANCISCO PEREIRA DE PAULA (Canela de Ferro), estudante e funcionário público;
23 – FRANCISCO REIS LISBÔA, estudante falecido ainda jovem;
24 – GETULIO SOARES FERREIRA, 2° Presidente do América por eleição direta por aclamação (15/12/15 a 14/12/16). Era campeão de Natação pelo Centro Náutico Potengi, tendo treinado para uma das Olimpíadas. Amazonense, ingressou no Banco do Brasil e serviu em Natal;
25 - JOAQUIM REVOREDO, nome apontado pelo tabelião Miguel Leandro;
26 – JOÃO BATISTA FOSTER GOMES SILVA (Padaria), funcionário de “A República” e responsável pela cobrança/América;
27 – JOSÉ ARAGÃO, estudante e funcionário público;
28 – JOSÉ ARTUR DOS REIS LISBÔA, estudante, irmão de Francisco, ambos filhos do Capitão do Porto, Reis Lisboa, intelectual, foi Delegado de Policia em Recife;
29 – JOSÉ FERNANDES DE OLIVEIRA (Lélio), estudante. A família residia no “chalet” da av. Rio Branco, onde morou o Dr. Solon Galvão, esquina com a rua Apodi;
30 – JOSÉ LOPES TEIXEIRA, comerciário e irmão de Francisco Lopes Teixeira (de Freitas), 1° Presidente eleito, por aclamação, na reunião de fundação;
31 – LAURO DE ANDRADE LUSTOSA, empregado da firma Olimpio Tavares & Cia.;
32 – LUCIANO GARCIA, estudante, posteriormente funcionário público;
33 – MANOEL COELHO DE SOUZA FILHO, estudante, que muito se esforçou para as atividades do clube. Faleceu no Rio de Janeiro;
34 – MARIO MONTEIRO, irmão do falecido telegrafista Orlando Monteiro.  Trabalhava no semáforo da torre da Catedral;
35 – NAPOLEÃO SOARES FERREIRA, irmão de Getúlio e Caetano Soares Ferreira;
36 – OSCAR HOMEM DE SIQUEIRA, estudante, atleta e Presidente do América, que alcançou o alto posto de Desembargador, como seu pai Joaquim Homem de Siqueira;
37 – SIDRACK CALDAS, irmão de Abdenego Caldas, figura ilustre da cidade;
38 – VITAL BARROCA, eleito Vice-Presidente para a segunda gestão, iniciada em 15/12/1915.
DIRIGENTES:
GALERIA DE PRESIDENTES
14/7 a 14/12/1915 - Francisco Lopes de Freitas
15/12/1915 a 1928 - Getúlio Soares, com circunstanciais convocações dos auxiliares Vital Barroca, Aníbal Barata, Oscar Homem de Siqueira, Aníbal Ataliba, Clidenor Lago, Carlos Fernandes Barros, Afonso Joffily, Zélio Perouse Pontes, Oswaldo da Costa Pereira e Clóvis Fernandes Barros;  
1928 a 1930 José Gomes da Costa;
1931 a 1932 Edgar Homem de Siqueira e Álvaro Pires; 
1933 a 1934 Osório Bezerra Dantas;
1934 a 1935 João Tinoco Filho, com eventuais convocações de Humberto de Oliveira, João Bezerra de Melo, José Otoch e Oscar Homem de Siqueira;
1935 a 1936 Afonso Ligório Pinheiro;
1937 a 1938 Clóvis Fernandes Barros;
1938 a 1941 Rui Moreira Paiva;
1942 a 1943 Humberto de Oliveira Fernandes;
1944 a 1945 Humberto Nesi;
1945 a 1947 Rui Barreto de Paiva;
1947 a 1950 José Rodrigues de Oliveira;
1951 a 1953 -  Miguel Carrilho de Oliveira;
1953 a 1956 Jeremias Pinheiro da C. Filho;
1956 – 1958 Murilo Tinoco Carvalho;
1958 a 1961 Heriberto Ferreira Bezerra;
1961 a 1964 Ulisses Cavalcanti;
1965 a 1970 Humberto Pignataro;
1970 a 1972 Hugo Manso;
1972 a 1974 Dilermando Machado;
1974 a 1976 José Vasconcelos da Rocha;
1976 a 1978 Carlos Jussier Trindade Santos
1979 a 1980 Dilermano Machado;
1980 a 1984 Henrique Arnaldo Gaspar;
1985 Amando Homem de Siqueira, falecido no curso do mandato e sucedido por Adroaldo Fonseca até o final do mandato;
1985 a 1992 Carlos Jussier Trindade Santos
1993 a 1994 Fernando José de Resende Nesi, que renunciou em 23/02/94 (dia do seu aniversário), sucedido de fev. a dez. 1994 por uma Junta Governativa formada por Cláudio Bezerra, Rogério Vilar, Walter Nunes da Silva, Zacheu Santos e Marcos Antônio B. Cavalcanti;
1994 (01/12) a (01.04.1996) Marcos Antônio B. Cavalcanti, sucedido, por sua renúncia por José Maria Barreto de Figueiredo;
1997 a 1998 Eduardo Serrano da Rocha;
1998 a 1999 Roberto Bezerra (dez. 98 a maio de 99), sucedido por Cláudio Negreiros Bezerra e Carlos Jussier Santos (60 dias);
1999 e 2000 Pio Marinheiro, renunciou com 45 dias, assumindo Jerônimo Câmara Ferreira de Melo;
2001 a 2003 José Vasconcelos da Rocha;
2003 a 2005 Francisco Soares de Melo, Roberto Bezerra Fernandes, a partir de janeiro de 2005 e por 45 dias, e depois José Vasconcelos da Rocha;
2006 a 2007 Gustavo Henrique Lima de Carvalho;
2008 a 2009 José Vasconcelos da Rocha;
2010 a 2011 José Maria Barreto de Figueiredo (12/01/2010 a 20/10/2010), com sua renúncia assume Clóvis Antônio Tavares Emídio (21/10/2010 a 10/5/2011) e a partir de maio de 2011 assume Hermano da Costa Moraes;
2012 a 08/01/2014 Alex Sandro Ferreira de Melo (Padang);
2014 a 2015 Gustavo Henrique Lima de Carvalho, licenciado em 19/5/2015 e Hermano da Costa Moraes, em exercício.
Nos primitivos registros verbais obtidos dos mais antigos, a Primeira Diretoria Provisória para o período de 14/7 a 14/12/1915 contava com Francisco Lopes de Freitas na Presidência; Vice-Presidente Oscar Homem de Siqueira, Orador Getúlio Soares Ferreira, depois escolhido por aclamação como novo Presidente (período 15/12/15 a 14/12/16), e mais Manoel Coelho – Secretário, Napoleão Soares Ferreira – 2º Secretário, José Fernandes de Oliveira (Lélio) – Diretor de Esportes, José Lopes Teixeira – Tesoureiro e João Batista Foster Gomes da Silva (Padaria) como Cobrador. Na gestão do 2º Presidente foram escolhidos outros dirigentes nas pessoas de Vital Barroca, Vice-Presidente (este não consta em nenhuma das versões entre os fundadores); Mário Monteiro, Secretário; Clóvis Fernandes Barros, Tesoureiro; Francisco Lopes de Freitas, Diretor Técnico e Manoel Coelho Filho, Guardião de Materiais.
Sob o prisma legal, no entanto, o América é o clube mais antigo do Rio Grande do Norte, haja vista que a publicação do seu primeiro estatuto ocorreu no dia 02 de julho de 1918 no jornal A República de nº 144, 2ª página e o seu registro em Cartório aconteceu no dia 03 de julho de 1918, enquanto nosso maior e respeitável rival só providenciou o seu registro em 13 de dezembro de 1927.
O fato de ordem legal que gerou a oficialização do clube, narrada pelo velho americano Lauro Lustosa, diz que foi em razão de um acontecimento inusitado, quando num treino no campo da praça onde hoje é a Catedral: “o então Coronel Júlio Canavarro de Negreiros Melo, Comandante do 40º Batalhão de Caçadores, que ali passava no dia 3 de junho de 1918, foi atingido por um chute, o que motivou a determinação dada ao seu ordenança armado com um sabre, para furar a única bola que o clube tinha para treinar e jogar, tendo sido o América obrigado a buscar sua personalidade jurídica para poder entrar com uma ação indenizatória, através do advogado Bruno Pereira em nome do então Presidente Oswaldo da Costa Pereira. Para tanto, os estatutos foram registrados pela primeira vez no dia 3 de julho de 1919, no Primeiro Ofício de Notas, em documento assinado pelo então presidente Oswaldo da Costa Pereira.” Nessa narrativa há o equívoco do ano do registro, que deve ser considerado como 1918, isto é, no dia que se seguiu ao da publicação do estatuto. Essa ação intentada não chegou a ser julgada porque o Governador Ferreira Chaves resolveu indenizar o clube, evitando maiores consequências do incidente em razão do que foi adquirida nova bola, marca “olimpic”, e uma sobra ficou para as comemorações. Mas, de qualquer forma, o América ganhou existência legal.
      Seu uniforme, inicialmente ao tempo da fundação era azul (camisa) e branco (calção), porquanto existia um antigo clube denominado Sport Club Natalense (Natal Sport Club), onde alguns dos fundadores nele atuavam e já usava as cores branca e vermelha. Com a extinção deste, o América trocou as suas cores, que eram as preferidas desde a fundação, coincidindo com o que adotavam outros times com o mesmo nome em outros estados, isto é, “encarnado e branco”, como já constou no registro do estatuto. Obviamente que as bandeiras guardaram as cores de cada época. De qualquer forma essas cores findaram coincidindo com as cores da bandeira da França.
Meus estimados americanos e americanas a história é muito longa e tive o cuidado de fazer uma modesta publicação com vários outros valiosos detalhes, de onde resumo os que reputo mais importantes.
Aqui e agora relembro alguns momentos marcantes:
1.       O TERRENO E AS SEDES

(fl. 38 do registro da escritura de aquisição do terreno)
TERRENO: Graças à generosidade dos amigos Manuel Fagundes e Jairo Procópio, tive acesso aos documentos referentes à compra do terreno (quarteirão limitado pelas ruas Rodrigues Alves, Maxaranguape, Campos Sales e Ceará-Mirim), naquele tempo considerado como do Quarteirão da Av. Campos Sales, bairro de Cidade Nova, constatando que foi adquirido ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte, ao tempo do Governador Juvenal Lamartine e na gestão do meu pai José Gomes da Costa, então Presidente americano no período 1928 a 1930, conforme inúmeros artigos e livros sobre o fato, pela quantia de nove contos de réis, em moeda corrente e legal, conforme autorização feita pelo Ofício nº 368, datado de 21 de maio de 1929, emitido no Palácio da Presidência, tendo sido objeto de escritura pública lavrada no livro 134, fls. 36 a 38, em 02 de julho daquele ano, no Cartório de Notas do tabelião Miguel Leandro, hoje pertencente ao acervo do 1º Ofício de Notas desta Capital, a escritura assinada em nome do América, pelo Tenente Júlio Perouse Pontes, Vice-Presidente, em exercício da Presidência (o Presidente estava ausente por haver assumido o cargo de Promotor da Comarca de Caicó), e pelo Governo do Estado o Procurador Fiscal do Departamento da Fazenda e do Tesouro Doutor Bellarmino de Lemos, sendo objeto da Carta de Aforamento nº 429, da Municipalidade de Natal, medindo uma área de 15.100 m2. Como testemunhas assinaram Orestes Silva e Osmar Lopes Cardoso, perante o escrivão substituto Crispim Leandro, tendo sido efetuado o pagamento em moeda corrente e o Imposto de Transmissão pago em 26 de junho de 1929 ao Dr. Aldo Fernandes, Administrador e Sr. F. Pignataro, Tesoureiro, sendo registrado no Livro “3-C”, de Transcrição das Transmissões, sob o nº 24, fl. 61v. s 62, presentemente do acervo do 3º Ofício de Notas, com o nº de matrícula 828.
            Com estes registros, podemos concluir que são verdadeiros os relatos de Luiz G.M. Bezerra, no artigo do jornal “O Potiguar” nº 42 (março/abril/2005) de que o terreno fora adquirido com a ajuda de abnegados como Orestes Silva, José Gomes da Costa, Tenente Júlio Perouse Pontes, Clóvis Fernandes Barros e Osmar Lopes Cardoso com recursos dos mesmos e doados ao América, pois recusaram o recebimento do valor “emprestado”.
O terreno só foi murado alguns anos depois graças ao grande esforço do diretor Tenente Armando Pinheiro local onde o América Futebol Clube ergueu as suas duas sedes, a primeira pela Rua Maxaranguape e a segunda com frente para a Av. Rodrigues Alves nº 950, bairro do Tirol.
 A primeira sede foi um prédio simples, aliás, o primeiro clube de futebol do Estado a possuir uma sede social própria, fato ocorrido na gestão do Presidente Humberto Nesi, figura que merece destaque especial em razão de sua permanente dedicação. Contou com a firme colaboração do seu 1º Secretário Rui Barreto de Paiva, que o sucedeu em 1945.
Sobre a construção registramos que foi fincada a primeira pedra no dia 14 de julho de 1945, com entrada pela Rua Maxaranguape, nela incluído um campo de futebol e espaço para outras modalidades esportivas. A inauguração ocorreu na gestão do Presidente José Rodrigues de Oliveira, com um jogo amistoso frente ao ABC, ganho pelo América por 6 x 2 (gols de Marinho, Pernambuco - duas vezes, Alínio, Tico e Gargeiro contra, descontando Albano duas vezes para o ABC) no dia 10/07/1948.
 Segunda sede decorreu da insuficiência do espaço da antiga sede social e no mesmo terreno adquirido em 1929, mas agora com entrada para a Rodrigues Alves e aproveitando o espaço do campo de futebol. Para possibilitar esse empreendimento o América esteve licenciado do futebol no período de 1960 a 1965.
Com enorme sacrifício e mercê da substancial ajuda dos seus sempre abnegados sócios, a exemplo de Humberto Nesi, Osório Dantas, Heriberto Bezerra, Rui Barreto de Paiva, Humberto Pignataro, Antonio Soares Filho, Manoel Carlos Noronha, Aldair Villar de Melo, José Penha, João Carneiro de Morais (Ferreirinha), Hermita Cansanção, Amaro Mesquita, Adalberto Costa, Carlos José Silva, Luciano Toscano e outros americanos de fibra, que enfrentaram esse novo desafio. Eis que afinal nasceu a “Babilônia Rubra”, como é carinhosamente chamada, ficando pronta na gestão de Humberto Pignataro (maior responsável por sua construção) em 14/07/1967, num dia festivo para cidade do Natal e, especialmente, para Torcida Americana, ali realizando memoráveis festas, inclusive nos carnavais, concorrendo com outras semelhantes do querido Aero Clube. Ajudas substanciais ocorreram com a participação do Senador Dinarte Mariz liberando a realização de um “bingo”, verdadeira redenção, notadamente pela excelente administração dos recursos oriundos, a cargo dos competentes Carlos José da Silva e Paulo Bezerra, responsáveis pelas finanças do clube e o então Prefeito Agnelo Alves, que resolveu os problemas da iluminação do prédio.
Em agosto de 1973 inaugura-se a Pousada do Atleta “Renato Teixeira da Mota” (Nenem), no terreno adquirido por Humberto Pignataro, com benfeitorias realizadas ao tempo da gestão de Dilermano Machado, onde funcionou o Estádio General Everardo, posteriormente vendida para saudar dívidas.
 Outra visão de futuro foi a aquisição do terreno de Parnamirim, depois adaptado para ser o CT do Clube, outro empreendimento fundamental, que teve à frente os mesmos abnegados Carlos Silva, Pedro Paulo Bezerra e Oscar da Cunha Medeiros, com melhorias realizadas na gestão do Presidente Carlos Jussier 
                                                                   
              Trindade Santos, que recebeu o nome de “CT Dr. Abílio Medeiros”, em homenagem ao dirigente que foi baluarte na aquisição do terreno e onde está sendo construída a “Arena do Dragão”.
É bem de ver que cada Presidente colocou uma pedra no alicerce do glorioso América, seja na construção e manutenção do seu patrimônio ou na preservação do seu valor esportivo e confraternização social, contornando crises e garantindo altaneira a bandeira alvi-rubra.
Contudo, tendo em vista as dificuldades, sempre crescentes, de manter íntegras as finanças do tradicional clube, o América se viu obrigado a fazer negociações com parte do terreno, mantendo a propriedade de parte dos empreendimentos e continuando a galgar vitórias e glórias, enchendo a sua torcida de justificado orgulho.Agora, graças à liderança do Conselheiro José Rocha, acalenta-se o sonho, quase realidade já, da “Arena do Dragão”.
1.  O alvi-rubro começou glorioso, como primeiro campeão oficial da Liga de Desportos Terrestres da cidade, fundada, também, em 1918, sendo o campeonato realizado em 1919. Nesse intervalo de tempo (1919 a 1927), o América ganhou todos os títulos disputados, exceto no ano de 1925, que foi ganho pelo Alecrim Futebol Clube.
2. Ganhou o campeonato de 1922 na disputa da Taça em homenagem ao centenário da Independência do Brasil. Na final, João Maria Furtado, conhecido como "De Maria" fez o único gol da partida frente aos eternos rivais dos americanos, o ABC Futebol Clube.
Não poderia deixar de registrar um fato particular da minha família: O desportista José Gomes da Costa, peladeiro no Colégio Marista e nas ruas, quando estudante na Faculdade de Direito do Recife jogou no time do Náutico, depois jogou no America, ao lado de Nilo Murtinho Braga, mais tarde grande jogador do Botafogo carioca e da seleção brasileira, integrou essa equipe de 1922 ao lado de Nilo, Oscar Siqueira, Chiquinho, João Maria Furtado, Benfica, Canela de Ferro, João Ricardo, Américo, Ararí, Aguinaldo e Cazuza, conforme se vê em foto daquele tempo, em uma das partidas, verdadeira relíquia histórica. Quando deixou o futebol foi presidente do seu clube do coração e responsável, junto a outros membros da diretoria, pela aquisição do terreno onde foram erguidas as duas sedes, da Rua Maxaranguape e da Av. Rodrigues Alves.
 3.  Sagrou-se VENCEDOR, em 1974, do primeiro campeonato estadual de futebol realizado pela Federação Norte-Rio-Grandense de Desportos.
 4. Campeão do Centenário da República, em 1989. Essa vitória também levou à conquista do seu segundo tricampeonato (Machadão), com a equipe formada por César, Baéca (ou Lima), Medeiros, De Leon e Soares, Indio, Baíca e Demair (Fábio), Lico, Casquinha (Edson) e Edmilson. Técnico Ferdinando Teixeira. Outros jogadores que ajudaram em outras partidas: Eugênio, Baltazar, Edson, Alfinete, Lauro, Marcelo José, Nunes, Guetener e Almir.
 5. Campeão  da Copa do Nordeste de 1998, derrotando o Vitória na final por 3 a 1, gols de Kobayashi, Biro Biro e Carioca.
6.  E agora AMÉRICA FUTEBOL CLUBE
CAMPEÃO DO CENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO 
  
1.       Desembargador José Gomes da Costa
2.       Humberto Nesi
3.       Grupo que obtiveram os primeiros tijolos: Humberto Nesi, Hugo de Castro, Aldair Villar, Murilo Carvalho, Odilon Garcia e José Herôncio
4.       Portão de entrada do Parque Esportivo do América localizado na esquina entre a Rua Maxaranguape e a Rodrigues Alves
5.       Fachada da primeira sede do América, após algumas reformas e modernizações (Ribamar Cavalcante)
6.       Visão da parte lateral da antiga sede
7.       Rui Barreto trabalhou para a construção das duas sedes
8.       Humberto Pignataro liderou a construção da nova sede
9.       Carlos Jussier Trindade Santos adquiriu o terreno onde hoje está funcionando o CT Abílio Medeiros
10.    Hermano Moraes, Presidente em exercício
11.    José Rocha atual Presidente do Conselho Deliberativo e ex-Presidente do Clube.