2 de março de 2020

Casa do Cordel



          
Costa Junior

A Casa do Cordel é uma referência em nossa cidade para os apreciadores da literatura potiguar. Tem a difícil missão de se manter nos dias atuais, devido a falta de incentivo a nossa cultura popular.  Ela foi fundada em agosto de 2007, por Erivaldo Leite de Lima, mais conhecido como Abaeté do Cordel. "A cultura no RN não é valorizada e os que trabalham neste segmento não tem incentivo nenhum. Trabalhamos por amor a arte" argumenta Abaeté.
          Como a literatura de cordel, tem muita informação e atinge aos temas como, de cunho social e meio ambiente, ela é muito importante sua aplicação nas escolas públicas. "Era fundamental se os setores de educação pudessem levar os editores potiguares, para dar palestras nos estabelecimentos de ensinos. Os alunos da nossa cidade, alguns que residem em bairros periféricos, teriam a oportunidade de conhecer os autores norte riograndenses. A literatura serve também como uma forma de tirar os jovens das drogas".
         Para Abaeté do Cordel, outro segmento que deveria incentivar a nossa cultura, seriam os sindicatos. Esse setor poderia investir nas compras de livros, livretos e distribuir com os trabalhadores. "O que os sindicatos arrecadam dar demais para gastar com a produção cultural do Estado. Eu e muitos que lidam com cultura, sobrevivem apenas dos nossos trabalhos, sem receber incentivos de nenhum órgão."
          Outra instituição, na sua opinião, que não incentiva a nossa cultura é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ela é fechada para a cultura popular. Deveria realizar feiras de livros, palestras com autores do RN, incentivando os jovens a conhecer mais a cultura do Estado e os autores norte-rio-grandenses. " Nós precisamos muito do apoio de instituições, seja estadual ou federal, mas, infelizmente isso não acontece.  Investir na cultura é dar um conhecimento aos jovens e um futuro de vida melhor".
           A literatura potiguar não recebe apoio e   são poucos os que lutam por ela. O cordel, apesar de ser cem por cento nordestino, não recebe o incentivo que merece. Os cordelistas têm dificuldade de exercer seu trabalho, por falta de ajuda. Assim também é a literatura potiguar."Eu reverencio todos aqueles que conseguem divulgar os autores de livros norte-rio-grandenses, com os seus próprios esforços, criando editoras particulares"
                Hoje a Casa de Cordel é um espaço para receber alunos e professores das escolas de Natal. O Cordel é criado pelo povo e para o povo, o que falta são politicas públicas. "O trabalho que fazemos aqui não é só por dinheiro e sim por amor a nossa cultura. Trabalho para que nunca deixe de existir o cordel em nosso Estado. Luto pela valorização da nossa arte, dos nossos artistas e as potencialidades da literatura do RN, por isso a necessidade deste espaço ". Conclui Abaeté Cordel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário