9 de julho de 2018

Proteção arbórea, ação oficial e privada




                 As árvores são elementos essenciais não somente à vida em si, mas a vários simbolismos culturais. Em seu livro “Dicionário do Folclore Brasileira”, Luis da Câmara Cascudo afirmou que “europeus, africanos e ameríndios têm pelas árvores o mesmo sentimento religioso. Todos os cultos possuem bosques sagrados, árvores dedicadas aos deuses, entes sobrenaturais vivendo dentro das árvores, ritual para homenagens e súplicas a esses deuses que presidem a vida da semente, fecundação, germinação, conservação, reprodução.”
                 Na história contemporânea, esta veneração religiosa se transformou em ação prática. Por exemplo: para proteger ecologicamente as cidades, preservando árvores e favorecendo o plantio de novas mudas de árvores, já existe no Rio Grande do Norte uma consciência ambiental, tanto do ponto de vista de setores governamentais como de setores privados. Precisamente no dia 02 de março de 1991, o professor universitário José Ramos Coelho criou no conjunto Cidade Satélite o Horto Florestal Parque das Serras.
                No livro dedicado ao referido conjunto, publicado  como integrante do projeto “Memória Minha Comunidade”, da Prefeitura de Natal,  organizado por Carmen Margarida Oliveira Alveal, Henrique Alonso de Albuquerque Pereira e Luciano Fábio Dantas Capistrano, é explicado que o Horto Florestal doa mudas de árvores para serem plantadas no quintal, na frente da casa e nos terrenos baldios. O Unibanco aprovou o projeto, deu verbas e usou o horto como referência para todo o Nordeste.
             Outro professor interessado no incentivo ao plantio de árvores é Rogério Câmara, da rede estadual de ensino. Ele fundou em 1998 a ONG SOS Mangue. Na revista “Viver Bem em revista”, na reportagem “Busque a Sustentabilidade no Dia-a-Dia salvando o meio ambiente sem sair de casa”, detalha-se o desempenho da ONG SOS Mangue, através de um trabalho de reflorestamento na Escola Estadual Luiz Soares, no Alecrim. Ali se distribui mudas de plantas, e se organiza palestras e oficinas.
              Mas não somente os professores; os estudantes também se interessam atualmente pelos problemas ambientais e se encantam pelas áreas verdes. Conforme registrou  o suplemento “Domingo”, do “Jornal de Fato”, de Mossoró, a jovem engenheira agrícola e gestora ambiental Maria Clara Torquato Salles denuncia, em seu trabalho de conclusão do curso,  o crescimento imobiliário em condomínios mossoroenses, como prejudicial, pois não segue o estabelecido no Plano Diretor do Município.
               Disse Maria Clara: “Há a lei de que tem de haver pelo menos 5% de áreas verdes, mas não há a manutenção do bioma que já existia. No que se refere ao bioma, a nossa vegetação típica são as espécies da caatinga  como o Pau Branco, Sabiá, Pau Preto, Jurema, entre outros. Em muitos dos lotes vendidos árvores seculares foram derrubadas. Outras preservadas, mas apenas enquanto o dono do lote não vier a construir sua casa.” Maria Clara defende uma gestão ambiental integrada, “com o envolvimento do poder público, privado e da comunidade local.”
               

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