As
árvores são elementos essenciais não somente à vida em si, mas a vários
simbolismos culturais. Em seu livro “Dicionário do Folclore Brasileira”, Luis
da Câmara Cascudo afirmou que “europeus, africanos e ameríndios têm pelas
árvores o mesmo sentimento religioso. Todos os cultos possuem bosques sagrados,
árvores dedicadas aos deuses, entes sobrenaturais vivendo dentro das árvores,
ritual para homenagens e súplicas a esses deuses que presidem a vida da
semente, fecundação, germinação, conservação, reprodução.”
Na
história contemporânea, esta veneração religiosa se transformou em ação
prática. Por exemplo: para proteger ecologicamente as cidades, preservando
árvores e favorecendo o plantio de novas mudas de árvores, já existe no Rio
Grande do Norte uma consciência ambiental, tanto do ponto de vista de setores
governamentais como de setores privados. Precisamente no dia 02
de março de 1991, o professor universitário José Ramos Coelho criou no conjunto
Cidade Satélite o Horto Florestal Parque das Serras.
No
livro dedicado ao referido conjunto, publicado como integrante do
projeto “Memória Minha Comunidade”, da Prefeitura de Natal, organizado por
Carmen Margarida Oliveira Alveal, Henrique Alonso de Albuquerque Pereira e
Luciano Fábio Dantas Capistrano, é explicado que o Horto Florestal doa mudas de
árvores para serem plantadas no quintal, na frente da casa e nos terrenos
baldios. O Unibanco aprovou o projeto, deu verbas e usou o horto como
referência para todo o Nordeste.
Outro
professor interessado no incentivo ao plantio de árvores é Rogério Câmara, da
rede estadual de ensino. Ele fundou em 1998 a ONG SOS Mangue. Na revista “Viver Bem em
revista”, na reportagem “Busque a Sustentabilidade no
Dia-a-Dia salvando o meio ambiente sem sair de casa”, detalha-se o desempenho
da ONG SOS Mangue, através de um trabalho de reflorestamento na Escola Estadual
Luiz Soares, no Alecrim. Ali se distribui mudas de plantas, e se organiza
palestras e oficinas.
Mas não
somente os professores; os estudantes também se interessam atualmente pelos
problemas ambientais e se encantam pelas áreas verdes. Conforme registrou o suplemento “Domingo”, do “Jornal
de Fato”, de Mossoró, a jovem engenheira agrícola e gestora ambiental Maria
Clara Torquato Salles denuncia, em seu trabalho de conclusão do curso, o crescimento imobiliário em condomínios mossoroenses, como prejudicial, pois
não segue o estabelecido no Plano Diretor do Município.
Disse Maria Clara: “Há a lei de que
tem de haver pelo menos 5% de áreas verdes, mas não há a manutenção do bioma
que já existia. No que se refere ao bioma, a nossa vegetação típica são as
espécies da caatinga como o Pau Branco,
Sabiá, Pau Preto, Jurema, entre outros. Em muitos dos lotes vendidos árvores
seculares foram derrubadas. Outras preservadas, mas apenas enquanto o dono do
lote não vier a construir sua casa.” Maria Clara defende uma gestão ambiental
integrada, “com o envolvimento do poder público, privado e da comunidade
local.”
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