Iolanda de Oliveira
Paulo Jorge Dumaresq
Telas,
azulejos, porcelanas, adornos, caixas de presente e peças de vestuário compõem
o universo pictórico da artista plástica Iolanda Bezerra de Oliveira. Membro da
Associação de Pintores de Porcelana do Rio Grande do Norte (APPRN), há 15 anos
a artista se aventurou no mundo dos pincéis e das tintas, diga-se de passagem,
com muita propriedade. As pinceladas ora fortes ora suaves nas telas e nas
pinturas em objetos outros produzem marcas indeléveis na sua obra. Estamos
diante de uma artista compromissada com a sua estética particular, porque
singularíssima e rica de experiência.
Iolanda
de Oliveira flerta em diversos estilos, desde os mais clássicos aos populares,
sempre com invulgar talento. Pintar a óleo paisagens que remetem ao
figurativismo é característica do trabalho da artista plástica. Nesta linha
predominam temas que envolvem a dança clássica, imagens sacras, casarios e
reproduções de conhecidas obras plásticas. Outra vertente da obra de Iolanda de
Oliveira está mais próxima do naturalismo, onde predominam telas com temas
voltados à descrição de naturezas mortas e marinas, passaportes para a
(re)descoberta de paisagens bucólicas e pastoris que o homem moderno tem
preterido.
Nos trabalhos em porcelana, no entanto,
há uma maior variedade de estilos, expressões e temas. São jarros, pratos,
copos, quadros, entre outros objetos, submetidos às tintas e instrumentos
especiais destinados a essa arte. “Pinto a peça e a ponho em um forno próprio a
750°, para
queimar a tinta especial”, explica. Iolanda de Oliveira vale-se de diversas
técnicas para utilizar na porcelana, destacando-se a imersão da peça na água,
onde a tinta dissolvida se fixa no objeto, indo depois ao calor do forno.
Os dons artísticos de Iolanda de
Oliveira não conhecem limites. Quadros feitos à base da prata boliviana são os
mais procurados. O material é trabalhado por meio de moldes: “Você tira o que
deseja e risca a prata, com cuidado, pois o que for riscado fica permanentemente.
Os efeitos de auto-relevo são criados com um lápis especial. A prata é pintada
com betume e depois de ser lavada com solvente adquire brilho especial”,
sublinha.
Iolanda descobriu o talento para a arte
já na maturidade, depois dos filhos adultos e encaminhados na vida. Aos 69
anos, procura manter-se informada. Não é sem razão que navega nas águas calmas
da internet em busca de novas ideias para a sua pintura, pesquisa preços e
troca e-mails com outros artistas. Anualmente, realiza exposição individual com
as obras produzidas ao longo de 12 meses resultado da sua labuta e militância
artística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário