Virna Cristina
Edson Benigno
O mês de março (dia 08) é dedicado
internacionalmente à figura da mulher, transpirar lutas, obstáculos históricos
para a sua auto-afirmação. Uma questão que preocupa no tocante a essa classe,
cuja solução deve ser urgente, é a da violência doméstica, hoje, felizmente,
denunciada com maior freqüência. Mas
elas, apesar das dificuldades enfrentadas em diversas camadas sociais, procuram
realizar suas ambições pessoais e os desejos diante da sociedade. As mulheres
potiguares, principalmente as que são públicas, estão cada vez mais em ascensão
e vem representando vários segmentos, como por exemplo, no esporte, música e
cultura.
Algumas delas continuam em atividade realizando o seu
saber, enquanto outras entraram para história do Rio Grande do Norte pelas suas
conquistas e conseqüentemente seus nomes estampados nas páginas da mídia
nacional. De vários exemplos, temos o caso da atleta de nível internacional
como Maria Magnólia Sousa Figueiredo, que nasceu em Natal no ano de 1963 e
conquistou medalhas participando de três olimpíadas. Mulher, esposa, mãe,
professora, um exemplo dentro do atletismo brasileiro. Veterana de quatro Jogos
Olímpicos e muitos títulos, aguerrida atleta tornou-se especialista em
praticamente todas as provas de velocidade e resistência.
Nas principais competições do país, ela conquistou
títulos e bateu marcas nos 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m e revezamento 4 x
400m. Ela sempre se superou em cada prova que participou, coleciona hoje recordes
nacionais e sendo a primeira norte-rio-grandense a participar de uma Olimpíada.
È recordista de diversas provas no Norte-Nordeste e assim como do campeonato Brasileiro
Universitário de corrida 200m, 400m e
revezamento de 4 x 400m; alcançando recorde também sul-americana de 200m e
revezamento de 4 x 400m ibero-americana. Participou das Olimpíadas de Seul,
1988, Barcelona, 1992, e Atlanta, 1996. De 1986 a 2000, Magnólia
participou 35 vezes do Troféu Brasil, o maior evento do atletismo nacional.
Chegou em primeiro lugar 27 vezes; em segundo, cinco
vezes; em terceiro lugar, três vezes. Fez os estudos primários e secundários em
escolas públicas de nossa cidade, formou-se em educação física, em 1987, pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Revelou-se para o esporte
aos 12 anos, quando representou o RN nos Jogos Escolares de Porto Alegre. No
ano seguinte, durante as Olimpíadas de Montreal, sentiu-se profundamente
identificada com o atletismo e a partir de 1977, encarou essa prática com espírito
de profissionalismo. Iniciou seus treinos nas pistas de asfalto do campus
Outra atleta potiguar que fez a história a nível
nacional é Virna Cristina Dantas
Dias, nascida em Natal
no dia 31 de agosto de 1971, atualmente ex-jogadora
de voleibol. Ela
saiu da cidade cedo com 19 anos para o Rio de Janeiro e pouco tempo foi sendo
atleta de grande destaque. Foi convocada pela primeira vez para a
seleção brasileira adulta de voleibol feminino em 1991, a convite de Wadson Lima, então treinador da
equipe. Nesta época, não costumava participar dos torneios principais, atuando
apenas em competições de menor importância, e a maior parte do tempo no banco. Com
a entrada do técnico Bernardo
Rezende,(Bernadino) em 1993, passou a integrar
o grupo de forma permanente.
Virna esteve presente nas principais
conquistas do voleibol brasileiro, tais como a medalha de ouro no Grand Prix de
Campeonato Mundial, 1994, Grand Prix, 1995, (medalha de prata) Copa do Mundo, 1995,(medalha de prata) Jogos Olímpicos de Atlanta, 1996,
( medalha de bronze) Grand Prix, 1996, (medalha de ouro) Grand Prix, 1998,( medalha de ouro) Grand Prix, 1999, (medalha de prata) além de
ser nesta competição a melhor jogadora, melhor atacante, que teve mais passes
perfeitos e sendo a maior pontuadora. Conquistou ainda os
seguintes títulos, Copa do Mundo, 1999,( medalha de bronze) Grand Prix, 2000, (medalha de bronze) Jogos Olímpicos de Sydney, 2000, (medalha
de bronze) Copa do Mundo, 2003,( medalha de prata) Grand Prix, 2004, (medalha de ouro).
Ela é de
uma geração que incluía algumas das maiores atletas da história do esporte no
Brasil, tais como Fernanda Venturini e Ana Moser.
Tinha a facilidade de desempenhar funções específicas, tais como sacar ou
bloquear em determinadas passagens de rede. Sua grande oportunidade de firmar
na Seleção Brasileira foi em 1996, durante as Olimpíadas de Atlanta. O Brasil
terminou a competição com a medalha de bronze, melhor colocação obtida até
2008, quando o Brasil obteve medalha de ouro pelo voleibol feminino em jogos
olímpicos. A partir de então, Virna tornou-se titular incontestável da seleção
brasileira de voleibol, e uma das suas mais importantes atletas.
Na parte musical
as mulheres potiguares mostram que também são talentosas e algumas delas
figuraram por muitos anos no cenário nacional. Como é o caso de Terezinha de Meneses Cruz, (Teresina de Jesus),
que nasceu em Florânia, no Rio Grande do Norte, no
dia 03 de julho de 1951, mas veio logo criança para Natal. A discografia da seridoense
inclui os elepês Vento Nordeste (1979), Caso de Amor (1980), Pra Incendiar Seu
Coração (1981), Sotaque (1982) e Frágil Força (1983). A estréia no vinil se deu
em um compacto lançado pela Funarte, em 1978, pelo projeto Vitrine.. Os CDs
lançados por ela foram 20 Sucessos de Terezinha de Jesus (1997), pela Sony, e
Mares Potiguares, uma produção independente datada do ano de 2002.
Ela conta que é batizada como Terezinha
mesmo, o diminutivo de Tereza. Quando começou a cantar, tinha um apelido:
Tiazinha. O poeta e compositor Abel Silva achava que esse era um nome muito
familiar para ser o de uma artista e sugeriu um nome artístico de Terezinha de
Jesus.
Começou a cantarem Currais Novos , quando criança, no coral de colégio. Depois veio do
interior para Natal, sua irmã Odaíres, já era cantora e seu marido Mirabô,
também cantava, tocava e compunha. Através deles dois recebeu um convite para
fazer uma participação especial em um show o no Sesc da Cidade Alta em 1970.
Começou a cantar
Não
voltou mais para o interior e ficou cantando
aqui em Natal, onde participou de festivais de música popular nordestina. Defendeu
a música de dois compositores potiguares: Ivanildo Cortez e Napoleão Veras. Com
esta canção venceu os festivais em Natal e Recife, perdendo apenas em Salvador. Depois da era de festival ainda ficou em
nossa cidade por mais dois anos, integrando uma turma que além dela tinha Mirabô Dantas,
Márcio Tarcino, Expedito e outros. Era o Grupo Opção. Depois foram todos eles tentar a vida musical no Rio de Janeiro. Na capital
carioca, ela antes de gravar, até 1978, 1979, trabalhou como vocalista de Tim
Maia, fez vários jingles, gravou com o Trio Esperança, com os Golden Boys, o
Quarteto em Cy, Sempre fazendo vocal. Depois, a convite de Fagner, que estava
na CBS, gravou seu primeiro elepê.
Mas existem aquelas que ainda cantam e
encantam as platéias de Natal, e outros estados e países. Entre algumas delas, está a Valéria Silva de Oliveira é uma das
principais artistas da música potiguar. Depois de fazer sucesso em Natal e no
Japão, hoje é um nome consagrado da musica brasileira. Ela cresceu ouvindo
música através de sua mãe, que gostava de Nélson Gonçalves, Orlando Silva,
Agnaldo Timóteo, Ângela Maria. Mas Valéria sempre ouviu muito samba e vê o trabalho de Clara Nunes como inesquecível. Ouvia também Beth Carvalho,
Alcione, Agepê outros sambistas. Foi assim que ela foi se familiarizando com a
musica e na adolescência começou a se interessar em aprender violão, nas rodas
familiares.
Foi tocando junto com seus irmãos mais
velhos, que surgiu o interesse em ser cantora. Começou com as famosas
revistinhas de violão a pegar as músicas, sozinha. Sua mãe promovia em casa uma
reunião de amigos e seresteiros que moravam no bairro de Candelária. Nesses
encontros ela conheceu Martins Filho, que na época era radialista e tinha um
programa chamado Show da Cidade, na Cabugi AM.
Ele convidou Valéria para
participar de um dos seus programas, que realizava às 23 horas, simulando uma mesa de bar. Ainda de menor, abriu shows
na Casa da Música Popular Brasileira, que funcionava na Praia do Meio. Ela
participou do Festival do Sesc, do Festival de Candelária e depois disso a
cantar em bares.
O primeiro bar
onde ela cantou foi o Bora Bora, na
estrada de Ponta Negra. Foram nos anos de 1993 e 1994 que ela começou a estudar música,
mas só em 1998 começou a dedicar integralmente à música, a fazer shows
, acompanhada do seu violão. Alguns anos também começou a fazer
composições, isso aconteceu através de estimulo do seu produtor no Japão, Kazuo
Yoshida, inicialmente em trabalhos de músicos japoneses. Gravou o CD, “Cartas do Brasil” e lançou também “
Imbalança”. No dia 01 de fevereiro de 2012 na Casa da
Ribeira, Valéria realiza o show "Em Águas Claras” para homenagear os
70 anos de nascimento da cantora mineira Clara Nunes.
A jornalista
Rejane Cardoso Serejo Gomes
é considerada uma das
melhores escritoras do Estado,
com vasto currículo desempenhado na literatura potiguar. Formada pela Faculdade
de Jornalismo Eloy de Souza, assinou durante 07 anos uma coluna sobre cultura
no semanário “Dois Pontos”. Foi a primeira presidente do Conselho Municipal de
Cultura e também responsável pela implantação da Capitania das Artes. Quando
presidiu a entidade apoiou o FestNatal e tem participado como jurada das
amostras competitivas do Festival de Cinema e Vídeo de Natal.
Junto
com seu marido, também jornalista Vicente Serejo, possui na sua casa
no bairro de Morro Branco uma
Biblioteca de fazer inveja, onde tem mais de 16 mil livros. Ela é neta do jornalista Eloy de Souza, no qual
organizou e publicou o livro Memórias, do patrono do
jornalismo potiguar. Também doou alguns de seus documentos textuais e iconográficos do seu avô ao Centro
de Documentação Cultural Eloy de Souza, que está situado na Av. Câmara Cascudo, 431- Cidade Alta. Outra obra
importante é “Imortais do RN”, fascículo para a obra Leituras Potiguar, coordenado
por Rejane Cardoso. Natal: SECD-RN/Diário de Natal, 2004.
Ela também foi a responsável pela coordenação do
projeto do livro “400 nomes de Natal” no qual foi planejado para celebrar os
400 anos da fundação da cidade de Natal. Nas suas páginas contas com nomes ilustres da cultura potiguar como o
folclorista Câmara Cascudo, o teatrólogo
Jesiel Figueiredo, poeta e crítico de cinema Berilo
Wanderley. Rejane Cardoso também é autora do livro "Erasmo Xavier, o
Elógio do Delírio", publicado em 1989 pela Editora Clima. Retrata a vida do artista plástico Erasmo Xavier,
nascido a 31 de outubro de 1904 em Natal. Em sua pesquisa sobre cartunista potiguar, analisa
que ele era do mesmo nível de Ziraldo e Jaguar e que sua obra foi
marcada profundamente pelo movimento modernista brasileiro, depois de 1922.
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