28 de dezembro de 2018

PATHÉ CINEMA


Anchieta Fernandes

O ano de 1913 foi muito feliz (não deu azar a terminação em 13) para a Sétima Arte em Natal, pois foi o ano em que se inauguraram dois cinemas em nossa cidade: o Pathé Cinema, de propriedade de Antônio Serrano (o nome todo de Antônio Serrano era Antônio Serrano Filho), situado à Avenida Tavares de Lira e inaugurado numa quarta-feira, dia 19 de fevereiro de 1913; e o sempre lembrado Royal Cinema, de propriedade da firma Paiva & Irmão, situado na Cidade Alta (aliás, foi o primeiro cinema a se inaugurar no bairro) e inaugurado numa segunda-feira, dia 13 de outubro de 1913.
O que é que significava o nome Pathé de tão importante para denominar o novo cinema de Natal, depois do Cinema Natal e do Politeama? Era uma homenagem a um dos pioneiros da Sétima Arte, o francês Charles Pathé. Nascido em Chevry-Cossigny, a 25 de dezembro de 1863 (há 150 anos), ele comprou um fonógrafo de Thomas Edison e o expôs em uma festa em 1894. Depois, passou a vender mais fonógrafos, e logo descobriu também outra novidade tecnológica da Belle-Époque projetores de filmes, que eram então produzidos isoladamente, enão industrialmente.
Ele pensou pioneiramente e foi a mola propulsora do início do cinema no contexto da revolução industrial comunicacional, aindaantes de Hollywood se afirmar, convocando seus irmãos Emile, Jacques e Théophile criou em Vincennes, em 1896, a empresa Pathé Frères, inicialmente apenas dedicadaa à venda de projetores de filmes. Mas Charles Pathé era um homem dinâmico não somente do ponto de vista industrial, mas também intelectual. Expressou certa vez um pensamento: “o cinema será o teatro, o jornal e a escola de amanhã”. Quem falava assim, não era apenas um comerciante.
Logo, os Pathé Freres começaram a produzir seus próprios filmes (dois dos primeiros foram “A Quadrilha” e “Moulin Rouge”,este realizado em 1897”. Foi criado o símbolo da companhia, por sinal coincidentemente tendo a ver algo com Natal, pois o símbolo era um galo que surgia na tela, batia as asas e abria o bico (como se estivesse cantando, embora não se ouvisse nada, pois ainda era a época do cinema mudo) e o galo é um dos símbolosde Natal, fixado na nossa memória pela imponência singela do galo metálico na torre da Igreja de Santo Antônio, e pelos galos de louça da artesã Loma Nenem.
Em 1901, Charles deixou sue irmão Emile como administrador de venda de projetores, e partiu para concretizar seus sonhos mais altos. Construiu seu estúdio de produção de filmes, laboratórios e contratou outro inventivo sonhador: o ator Ferdinand Zecca, vindo do chamado café-concerto parisiense. Enquanto Zecca se afirmava como autor dos argumentos, ator e diretor dos filmes produzidos pela empresa, Charles pesquisava a melhoria dos aparelhos projetores, criando o filme de 9,5 milímetros com perfurações centrais, facilitando o uso da câmera por cineastas amadores.
Zecca realizou em 1902 o filme “História de um crime” que é considerado o primeiro filme policial da história do cinema. Depois da primeira guerra mundial, os Pathé Freres criaram o Pathé Color, produzindo e distribuindo filmes para todo o mundo, e construindo e monopolizando salas exibidoras em vários países. A essas alturas, o Pathé Journal já fora lançado, iniciando a modalidade que seria normal no cinema e depois na televisão, do noticiário cinematográfico contínuo, registrando filmicamente o que se passava dia a dia nas ruas e ambientes interiores do mundo.
Numa das apresentações do Pathé Journal bastante emocional para os espectadores foi noticiada “A travessia do Canal da Mancha por Bleriot”, visto nos anúncios do Cinema Natal, em 1909, como o feito mais importante da aviação. É que o engenheiro e aviador francês Louis Bleriot batera o recorde, a 25 de jullho de 1909, sobrevoando o Canal da Mancha em trinta e dois minutos, em um aparelho de sua invenção. Pelo imediatismo do seu feito foi premiado, recebendo mil libras, oferecidas pelo jornal inglês Daily Mail, que circulava em Londres.
Em 1908, a quantidade de filmes começados com o galo batendo asas e cantando silenciosamente e vendidos nos Estados Unidos era maior que a dos filmes produzidos pela terra do òscar. Um homem de cinema alemão chegou a dizer de Charles Pathé: “ganhou no nosso país muito mais do que os cinco milhões pagos pela França após 1871” (ele estava falando de indenização paga pela França à Prússia – como se chamava a Alemanha - após perder na guerra entre ambos os países nos anos de 1870/1871; a proposta de paz da Prússia provocou a insurreição popular de sentido marxista, conhecida como Comuna de Paris).
Afinal, não se deve esquecer que os Pathé Freres produziram desde que Ferdinand Zecca entrou para a equipe, uma série de filmes que fizeram sucesso, como as comédias “A Sopeira”, “A Megera Recalcitrante”, “As Lentes da Vovó”, “Como Fabiano vem a ser Arquiteto”, “A Batalha dos Travesseiros”, ou, no outro lado do interesse da emoção humana, os dramas sociais, como “Um Drama na Mina”, “A Vida Perigosa”, “A Honra de um Pai”, “A Escola da Infelicidade”, “Vítima do Alcoolismo”; Zecca também realizou um filme endereçado as pessoas de fé cristã, uma “Vida de Jesus”, e alguns filmes infantis.
Além dos seus filmes vistos na América do Sul, e dos vários cinemas com o nome Pathé em cidades de vários países da América do Sul, este nome, Pathé, influenciou, parece, um fato cinematográfico pioneiro aqui no Rio Grandedo Norte; foi a primeira filmagem de terras norte-rio-grandenses. A 21 de dezembro de 1922, uma quarta-feira, descendo do hidroavião Sampaio Correia II (primeiro avião a cruzar os céus do Brasil vindo dos Estados Unidos, e também o primeiro a sobrevoar e pousar no Rio Potengi), o cinegrafista John Thomas Baltzel, da Companhia Pathé News, fez estas filmagens.
A diferença entre os irmãos Pathé e antecessores como Lumiére e Meliès e’que, enquanto estes últimos mandavam seus câmeras-mens irem filmar pelo mundo, para voltarem a Paris e apresentarem na capital francesa o material filmado, os Pathé começaram a instalar sucursais próprias nos diversos países, tanto da Europa (Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Rússia), como da América (Estados Unidos) e, inclusive, da Ásia (Índia e Singapura). Assim, filmes feitos nestes países eram primeiro vistos localmente, e depois mostrados aos parisienses. Com isso, se criavam novos tipos de espectadores.
E se enriqueceram as situações temáticas, já que países diferentes tem costumes e tradições diferentes, e os cinegrafistas procuravam focalizar as peculiaridades antropológicas testemunhadas. Foram se definindo o filme histórico, o filme de mágicas e circenses, filmes políticos, filmes esportivos, filmes religiosos. Além das variações dos dramas cotidianos (às vezes mesclados de humor). Como pioneiros, os estúdios Pathé criaram até histórias que depois cineastas famosos reutilizaram. Como o filme “Le Voleurs de Bicyclette”, de 1905, e que Vitorio De Sica refilmaria em 1948, apenas pluralizando o título.
Mas nas décadas vinte e trinta, o sonhador e inventor começou a ser cercado pelas empresas endinheiradas, cujos diretores já haviam notado o quanto o cinema e outras invenções vindas do século dezenove seriam fonte de lucro. Em 1928, os Pathé Freres, que haviam feito aperfeiçoamentos revolucionários na tecnologia de gravação do som, substituindo o cilindro de gravação pelo disco de gravação vertical e depois lateral, não resistiram à oferta e venderam sua indústria de fonógrafosà English Columbia Company. Enquanto isso, a poderosa RKO Radio Pictures Filme começou a voltar as vistas para a empresa Pathé Freres.
Não deu outra: em 1931, a RKO comprou o que restava dos setores de produção e distribuição de filmes do império dos Pathé Freres, que já se estendia até a Austrália e Japão.... e Brasil, é claro. Charles recolheu-se à Mônaco, vindo a falecer em Monte Carlo a 26 de dezembro de 1957. Pelo que fez pela arte cinematográfica, tanto em termos de invenções para melhorias técnicas, quanto em termos de criação de um mercado consumidor para os filmes produzidos merece ser sempre homenageado ainda hoje; donos de cinema em todo o mundo não fazem mais do que justiça pondo o nomePathé nas fachadas dos prédios.
Bibliografia:
“DBU – Dicionário Biográfico Universal Três” – Tonso, Lívia De Caroli e Minillo, Marcia Maria, 2ª edição, Três Livros e Fascículos Ltda., 1984.
“Dicionário dos Cineastas”; Sadoul, Georges, Livros Horizonte, 1979.
“Le Cinéma”; Charensol, Georges, Libraírie Larousse, 1966.
“1000 Que Fizeram 100 Anos de cinema”; Pereira, Arley e Castellon, Lena, ISTO É, The Times, Editora Três Ltda., sem data.

“Romance do Gato Preto”; Ortiz, Carlos, Livraria Editora da Casa do Estudante do Brasil, sem data


19 de dezembro de 2018

DIALOGANDO COM OS QUADRINHOS EM SALA DE AULA


                                                                                               Parte dos cursistas 
                                                            Trabalho dos alunos do Adelino Dantas 

                                                     Capa da revista com coletânea da produção dos professores

Por Roberto Flávio

A utilização de imagens tem se tornado cada vez mais frequente nos processos seletivos, o que tem ocasionado um grande pavor por parte de candidatos (despreparados) de concursos públicos e de exames do ENEM. Grande parte disso se deve ao fato de que a leitura crítica de imagens não ter sido devidamente trabalhada ou estimulada ao longo de toda a vida estudantil do candidato. Pensando nisso e visando contribuir para minimização desse tipo problema, é que o Projeto Diálogos com os Quadrinhos em parceria com a Gibiteca Potiguar do Centro de Estudos e Biblioteca Escolar Prof. Américo de Oliveira Costa, localizado no Santarém, resolveram promover uma Formação continuada direcionada aos educadores da capital norte-rio-grandense.

O Curso Quadrinhos e Educação: possibilidades de aplicação foi ministrado pelo historiador e cartunista, Beto Potyguara, que a cerca de dez anos se dedica a pesquisa e a difusão desse tema. Entre 25 de setembro e 20 de novembro, os educadores inscritos passaram por um processo de sensibilização e de aprofundamento a cerca da natureza das histórias em quadrinhos (HQs) e das inúmeras possibilidades de sua utilização no processo de ensino aprendizagem. Além do contato com técnicas de leitura de imagens e de dinâmicas de sensibilização, os educadores foram convidados a produzir peças gráficas autorias, como tiras, charges, fotonovelas e fanzines.

A formação foi ofertada na modalidade Ead semipresencial, com encontros presenciais, quinzenais. O que possibilitou que esses encontros fossem mais produtivos e práticos, já que o cursista tinha acesso ao material de estudo sempre de forma antecipada – Concomitantemente, atividades extras, dúvidas e materiais adicionais eram socializados com o grupo de forma virtual.

Dos quinze cursistas inscritos, onze foram certificados na manhã do último dia 7 de dezembro, tornando-se a primeira turma oficial de educadores do Estado do Rio Grande do Norte capacitados a utilizar as HQs e demais artes gráficas em sua prática pedagógica.

Mas as primeiras experiências exitosas já começaram a ocorrer durante o próprio desenrolar da formação. Além de introduzirem peças gráficas em exercícios e atividades avaliativas, alguns cursistas ousaram e foram além, trabalhando a produção de HQs com suas turmas. Como exemplo, podemos citar a fotonovela produzida por alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental da E. E. Adelino Dantas. Sob a orientação do professor de Educação Física Ângelo Rocha, os jovens foram convidados a apresentar suas pesquisas sobre a Área de Lazer do Panatis, na Zona Norte de Natal, sob a forma de uma HQ.

A proposta para 2019 é que a Formação tenha continuidade com pelo menos mais duas novas etapas, ampliando a análise da leitura e da produção de imagens para além do campo das artes gráficas, passando a abordar outras Artes Visuais ao programa do Curso.

O Curso Quadrinhos e Educação: possibilidades de aplicação foi mais uma ação bem sucedida desenvolvida pela Gibiteca Potiguar no ano de 2018. Anteriormente a Gibiteca já tinha se destacado com o Projeto Aprendendo Cidadania com a Arte dos Quadrinhos com atividades direcionadas às crianças do 1º a 4º Anos do Centro Educacional Alferes Tiradentes - ação que rendeu a dupla de formadores Luiz Elson Dantas e Beto Potyguara a Comenda RN Mais Leitor.

Os interessados em conhecer mais sobre o Projeto Diálogos com os Quadrinhos e suas áreas de atuação, podem acompanhar as novidades pelas redes sociais (Facebook e Istagram) de seu idealizador (Beto Potyguara) ou diretamente no blog do Projeto:https://hqedu.blogspot.com/.

A Gibiteca Potiguar está localizada no interior do Centro Cultural e Biblioteca Escolar Prof. Américo de Oliveira Costa, localizado na Av. Itapetinga, 1430, Conj. Santarém, Zona Norte de Natal/RN.Contatos pelo fone (84) 3232-7396 ou pelo e-mail gibitecapotiguar@gmail.com.




4 de dezembro de 2018

Sinfonia inacabada


              Maior cajueiro do mundo na praia de Pirangi RN  - Foto: divulgação

Verailton Alves
          
         Ele é do tamanho de um campo de futebol, encanta milhares de turistas e provoca discussões até na Justiça. É o cajueiro de Pirangi, considerado o maior do mundo. A árvore está localizada na praia de Pirangi do Norte, em Parnamirim, a doze quilômetros ao sul de Natal. Os números são gigantescos como a árvore. A área de cobertura é de aproximadamente 8.500 metros quadrados, com um perímetro de aproximadamente 500 metros. Na safra, chega a produzir até 80 mil cajus. Equivale a duas toneladas e meia. Tem o tamanho equivalente a 70 cajueiros.
          E quando tudo isso começou? O cajueiro teria sido plantado em 1888 por um pescador chamado Luís Inácio de Oliveira. Ele morreu aos 93 anos de idade, sob as sombras do cajueiro. E qual a explicação para o crescimento da árvore? Segundo os botânicos, trata-se de uma conjunção de duas anomalias genéticas. De acordo com a teoria, os galhos, que Vista panorâmica da árvore, cobrindo 8.500 m². Sinfonia inacabada deveriam crescer para cima, crescem para os lados.
          E com o passar do tempo, por causa do próprio peso, eles tendem a se curvar para baixo, até alcançar o solo. Essa seria a primeira anomalia. Na segunda anomalia, ao tocar o solo os galhos começam a criar raízes, e daí passam a crescer novamente. É como se fossem troncos de uma outra árvore. Esse processo, repetido, dá a impressão de que existem vários cajueiros. Na verdade, são dois cajueiros.
      O maior, que sofre da mencionada anomalia, cobre aproximadamente 95% da área do parque; existe também um outro cajueiro, plantado alguns poucos anos antes, que não sofreu tal anomalia. “SALÁRIO MÍNIMO” - O tronco principal está dividido em cinco galhos; quatro deles sofreram a alteração genética, e criaram raízes e troncos que deram origem ao gigantismo da árvore. Apenas um dos galhos teve comportamento normal, e parou de crescer após alcançar o solo; os habitantes do local então apelidaram esse galho de “Salário Mínimo”.
        As raízes do cajueiro podem chegar a 10m de profundidade. “O POLVO” – O cajueiro ganhou projeção nacional e internacional. A histórica revista O Cruzeiro, em uma de suas publicações de 1955, batizou a árvore de “O Polvo”. Segundo a reportagem, o fenômeno foi denifido como uma “sinfonia inacabada” de “galhos lançados em progressão geométrica”. Nessa época, a planta tinha dois mil metros quadrados.
        Em 1994, o cajueiro entrou para o Guiness Book, o livro dos recordes. Existe um mirante no próprio cajueiro que é muito frequentado por turistas. Dele, se tem uma visão panorâmica do cajueiro e da praia de Pirangi do Norte. Ao mesmo tempo em que encanta os turistas, o cajueiro também provoca polêmica. Tudo por causa da poda. Quem mora próximo é a favor dela. O argumento? Se for feita a poda o trânsito na Rota do Sol, um dos acessos ao litoral sul, vai melhorar.
      Os galhos do cajueiro estão invadindo a pista, causando congestionamento em horário de maior movimento. Quem tem casa próxima à árvore tem medo que os galhos avancem em direção às residências. Quem é contra a poda, como os comerciantes, defende que o cajueiro poderá ter comportamento inesperado com o corte dos galhos e até morrer, causando prejuízos à natureza e ao turismo do Rio Grande do Norte. Uma discussão que sempre acaba na Justiça.
      A beleza é tanta que ganhou até letra na música O Cajueiro de Pirangi, na voz do saudoso Elino Julião: “Mamãe eu quero ir Mamãe eu quero ir Passar o dia inteiro No cajueiro de Pirangi Não tem outro cajueiro No mundo só tem esse aqui O maior cajueiro Do mundo é o de Pirangi”.

13 de novembro de 2018

ADEN promove corrida no Bairro




Agência Para o Desenvolvimento de Natal - ADEN, que tem como Diretor Geral José Wili Faustino da Silva, promove no dia 17 de novembro deste ano a 2.ª Corrida do Bairro do Planalto, edição novembro azul, em prol das crianças com Microcefalia.  A concentração será na Feira do Bairro e o início da competição está marcado para as 15 horas.  O percurso é de 5 a 9 km, com premiações de troféus para o primeiro, segundo e terceiro colocados.  Estão sendo inscritos pessoas de ambos os sexo e o evento é dividido em quatro faixas etárias, 18 a 29 - 30 a 39- 40 a 49 – 50 a 60 anos acima.
          O projeto da ADEN busca uma maior participação dos moradores do bairro Planalto e teve seu início em 21 de junho 2013. O objetivo é promover a prática esportiva através das estruturas existentes, ajudando na construção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida da comunidade.  Tem outros programas como: Escola de Futebol de Campo, categorias, Mirim e Infantil-Juvenil, com atletas de 09 a 16 anos, que atende 30 crianças/adolescentes.
Tem também como missão o desenvolvimento econômico e social do bairro Planalto e o combate à pobreza. Conta com programas desenvolvidos na área social, saúde, educação, esporte, formação profissional e segurança alimentar. Atua com assistência à maternidade, infância, adolescência, família, portadores de necessidades especiais e a terceira idade. É uma organização que  distribui projetos que colaboram para o desenvolvimento integral do indivíduo, os tornando agentes de transformação social.
ADEN foi fundada em 2013, no bairro Planalto. O primeiro projeto se deu com a Escolinha de Futebol: ”Desafiando Gigantes”, participando  60 crianças e adolescentes. Funcionando aos sábados das 7 às 9h, e 30 alunos, dividido em duas turmas. Uma formada com crianças de 7 a 10 anos, e outra de 11 a 14 anos. O projeto atende jovens do Lenigrado, localidade com maior índice de criminalidade do bairro. São feitos com estes adolescentes um trabalho muito saudável, com participação em campeonato promovido pela Secretária de Esporte do Estado do Rio Grande do Norte.
Todos estes programas contribuem socialmente com o desenvolvimento de vários públicos na localidade. Em 2015 iniciou-se um projeto em parceria, com a Igreja Evangélica Assembléia de Deus, que tinha por denominação: AMAR – Assembleianos Mirins em Ação de Resgate, voltado para o publico infantil. Permitia às crianças de 7 a 12 anos, práticas de ordem unida, valorização do patriotismo, exercício da cidadania, através do ensino da Bíblia Sagrada.
No mês de maio do ano de 2017 foi iniciado, o projeto de Zumba com as mulheres no bairro Planalto. No inicio eram 10 mulheres e no mês seguinte, o projeto já contava com a participação de 50. Com aulas de danças, que ocorrem duas vezes por semana, no período da noite. Inicialmente o projeto era realizado na quadra de uma escola. Atualmente funciona na sede da associação do bairro Planalto.
         A Pedalada pela PAZ foi iniciada pela primeira vez no dia 21 de março de 2016. O objetivo do evento, além de despertar a comunidade local pelo sossego, também busca florescer o sentimento pelo esporte nos moradores da comunidade. A interação entre pais e filhos, buscando a melhor qualidade de vida no bairro, desassistido pelo poder público.
No ano de 2017 foi realizado um curso de corte de cabelo em parceria com a Agência de Educação para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte – ADERN. O curso iniciou com cinqüenta participantes de ambos os sexos, os quais tiveram uma formação de 60h, em corte de cabelo e escova. Ao final do curso houve o recebimento de certificados de 41 alunos.
    Na primeira corrida no bairro Planalto, no ano passado, Agencia contou também com apresentações de Zumba; capoeira; bandas musicais; barraca de massagem, e um espaço kids, o qual contava com: pula-a-pula, distribuição de algodão doce, sucos, e kits fruta. Tudo distribuído gratuitamente e aberto ao público. Além disso, os 140 inscritos na corrida tinham direito a camisa e a premiações.
       Wile da ADEN diz que muitos outros projetos foram desenvolvidos ao longo desses cinco anos de atuação. “É válido acrescentar que todas as atividades foram desenvolvidas com muito esforço. E para podermos continuar ofertando trabalhos no bairro do Planalto é de grande valia o recebimento de apoio e patrocínio para esses eventos.” Conclui.


31 de outubro de 2018

Fotografia e história: algumas reflexões


                Do alto da torre da Igreja Matriz - Rua da Conceição - Fotos: cedidas
                Do alto da torre da Igreja Matriz - Rua Santo Antônio
                                                                                                 Foto: Luciano Capistrano                    

Luciano Capistrano
Professor e Historiador
“De todos os meios de expressão, a fotografia é o
único que fixa para sempre o instante preciso e transi-
tório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente
desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo
capaz de fazê-las voltar. Não podemos revelar ou copiar a memória.”
(Henri Cartier-Bresson)

            Em minhas idas e vindas aos sebos, me deparei no Sebo Vermelho com o livro de João Maurício Fernandes Miranda - arquiteto urbanista, professor da UFRN, ocupou diversos cargos públicos, em órgãos de planejamento urbano, na cidade do Natal/RN -, “Evolução urbana de Natal em 400 anos: 1599-1999”. Eu recém nomeado historiador da Secretaria do meio ambiente de Natal, “garimpava” tudo que se relacionava a história urbana, pulsava em mim, o desejo de saber dessa história da cidade, minha nova função exigia este conhecimento.
            Leitura agradável, com informações importantes para compreensão dos caminhos trilhados pela cidade de Câmara Cascudo. A partir dessa obra de João Maurício, me chamou a atenção outro livro de sua autoria, “380 anos de história fotográfica da cidade de Natal: 1599/1979”, passei, então, a catar nos diversos sebos da cidade o tão desejado livro.
            Em uma tarde despretensiosa, a bela surpresa, ao acessar o site da Estante Virtual, especializado em livros usados, me deparo com um exemplar, rapidamente realizo a compra virtual, enfim, tenho o livro em minhas mãos.
            Bom faço este relato com a finalidade de convidar meu caro leitor, minha cara leitora, para, neste curto artigo, fazer algumas reflexões sobre fotografia e história, motivado, por duas das minhas paixões: a fotografia e a história. Em seu livro, João Maurício, faz uma viagem sobre a Natal a partir da fotografia, nesses “380 anos  de história fotográfica”, as fotos são postas no livro, fazendo um contraponto entre “o ontem e o hoje”, são imagens da Natal do início do século XX e final da década de 1970, uma verdadeira narrativa visual da cidade. A fotografia faz parte do cotidiano presente:
O impacto cultural da fotografia sobre os últimos cento e cinquenta anos, tanto em si mesma, quanto na forma da imagem visual em movimento a que ela também deu origem, tem sido imenso, alterando completamente o ambiente visual e os meios de troca de informação de uma grande parte da população do globo. (GASKELL, Ivan. História da imagem In BURKE, Peter (Org.). A escrita da história, São Paulo, 1992, p. 241)
            No fazer histórico o uso da fotografia tem ao longo do tempo ganhado espaço na produção historiográfica. A evolução tecnológica e o impulso das mídias digitais possibilitaram o acesso a diversas fontes de pesquisa com a diversidade dos tipos de documentos, são um ganho dos tempos modernos. Vejamos:

A iconografia fotográfica diz respeito a partes ou ao conjunto da documentação pública ou privada que abrange um largo espectro temático, produzida em lugares e períodos determinados. As fontes que compõem são meios de conhecimento: registros visuais que gravam microaspectos dos cenários, personagens e fatos; daí sua força documental e expressiva, elementos de fixação da memória histórica individual e coletiva. Em função de tais características, constituem documentos decisivos para a reconstituição histórica. (KOSSOY, Boris. Os tempos da fotografia: O efêmero e o perpétuo. Cotia: Ateliê Editorial, 2007, p. 34-35)

            As fotografias são narrativas, sejam em “álbuns públicos ou privados, a serem interpretadas por historiadores/pesquisadores, assim, a obra de João Maurício, traz em suas páginas uma narrativa da cidade de Natal através de um rico acervo fotográfico. São imagens de uma cidade “localizada” em determinado tempo, e, podemos aferir a partir deste “380 anos  de história fotográfica”, elementos fazedores da urbe. Como, exemplo, reproduzo, abaixo, algumas fotos pinçadas do livro supra citado.
           

1 – foto  

            As imagens compõem narrativas silenciosas, estão a espera de intérpretes, daqueles que retiraram delas seus significados. Claro que este caminho não é uma tarefa fácil. Existe um percurso a ser vencido. O olhar do historiador, é o olhar do pesquisador, atento as partes determinantes do documento, e munido desses instrumentos, se faz o caminhar historiográfico. Recorremos, de novo, ao historiador Boris Kossoy, pioneiro nessa temática:

Contudo, a imagem fotográfica é fixa, congelada na sua condição documental. Não raro nos defrontamos com sua condição documental. Não raro nos defrontamos com imagens que a história oficial, a imprensa, ou grupos interessados se encarregaram de atribuir um determinado significado com o propósito de criarem realidades e verdades. Cabe aos historiadores e especialistas no estudo das imagens, a tarefa de desmontagem de construções ideológicas materializadas em testemunhos fotográficos. Decifrar a realidade interior das representações fotográficas, seus significados ocultos, suas tramas, realidades e ficções, as finalidades para as quais foram produzidas é a tarefa fundamental a ser empreendida. (KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica: O efêmero e o perpétuo. Cotia: Ateliê Editorial, 2012, p. 22-23)

2 – foto  

            Ao aproximar do fim, chamo a atenção para a importância de vê a fotografia como um documento histórico, neste sentido, temos de termos diante dessa importante fonte histórica a mesma postura assumida de antes de outros tipos de documentos, devemos ao explorar os caminhos inerentes a historiografia manter os cuidados particulares do pesquisador.  Pensar a fotografia, enquanto fonte, requer a compreensão da sua trajetória, pois:

Toda fotografia tem atrás de si uma história. Olhar para uma fotografia do passado e refletir sobre a trajetória por ela percorrida é situá-la em pelo menos três estágios bem definidos que marcaram sua existência. Em primeiro lugar houve uma intenção para que ela existisse; esta pode ter partido do próprio fotógrafo que se viu motivado a registrar determinado tema do real ou de um terceiro que o incumbiu para a tarefa. Em decorrência desta intenção teve lugar o segundo estágio: o ato do registro que deu origem à materialização da fotografia. Finalmente, o terceiro estágio: os caminhos percorridos por esta fotografia, as vicissitudes por que passou, as mãos que a dedicaram, o solhos que a viram, as emoções que despertou, os porta-retratos que a emolduraram, os álbuns que a guardaram, os porões e sótãos que a enterraram, as mãos que a salvaram. Neste caso seu conteúdo se manteve, nele o tempo parou. As expressões ainda são as mesmas. Apenas o artefato, no seu todo, envelheceu. (KOSSOY, Boris. Fotografia e história. São Paulo: Editora Ática, 1989, p. 29)

3 – foto  

Fotografia e história: algumas reflexões, antes de um artigo conclusivo, não tem essa pretensão, busca fazer uma reflexão sobre fotografia e história, em um contínuo pensar sobre as possibilidades dos “vestígios”  deixados em “álbuns” para a historiografia. Finalizo, então, com um pecado poético e uma fotografia, que seja um convite à reflexão.



4 – foto  


19 de outubro de 2018

Escravidão: Um convite à reflexão


                                                                           Darcy Ribeiro - foto: divulgação

Luciano Capistrano
Professor e Historiador

Ontem a Serra Leoa, 
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
(O Navio Negreiro - Castro Alves)

            A sociedade brasileira traz na sua formação a triste nódoa de ter seus pilares fundadores, erguidos em fundamentos escravocratas. O processo de construção da nação brasileira, carrega, assim, o peso de ser porto de chegada de negros, vítimas da diáspora não desejada. A engrenagem montada por “civilizados” lusitanos, nas palavras de Darcy Ribeiro, criaram, neste lado do Atlântico, uma “máquina de moer gente”.
            Existe uma frágil ideia, muito mais na tentativa de naturalizar ou amenizar o modelo de escravidão ibérico, de se fazer uma referência a escravidão realizada por africanos. Apesar das dificuldades em conceituar a escravidão africana, a historiografia caminhando de mãos dadas com outros campos do saber, aponta para as particularidades das diversas comunidades existentes, naquele continente, no período em que situa-se o “empreendimento colonial”. As diferenças entre o modelo escravocrata português e das comunidades africanas são bem claras:
Não é correto afirmar que “africanos” escravizavam “africanos” para vendê-los como escravos. A consciência coletiva de uma identidade continental entre os povos das nações africanas surgiu apenas no século XX, no momento de sua emancipação frente aos europeus. Até então, o sentimento de identidade não ia além da comunidade de aldeia, da linhagem, grupo tribal ou, no máximo, grupo linguístico.
[...]
Costuma-se designar o tipo de cativeiro praticado na África de “escravidão de linhagem”. Sua finalidade não era exploração econômica em larga escala, e também a perda de liberdade pessoal não era completa, pois os cativos permaneciam integrados ao grupo social dos vendedores. (MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Editora Contexto, p.101, 2013)

            O processo de colonização empreendido pela Coroa Portuguesa teve como característica a degradação humana, aqui nos trópicos, os verdes canaviais e as cores reluzentes das minas, expandiram as fronteiras da economia real, com o sangue do negro escravizado. Aqui se estabeleceu a escravidão, enquanto, sistema econômico. Toda uma cadeia de atividades socio-económica foi fruto do modelo de utilização da mão-de-obra escrava.
            A sociedade brasileira tem em todas as suas instituições uma pesada herança colonial, pois, os tempos da “escravidão legal”, criou no imaginário social a ideia do “trabalho como algo indigno”, ou  visto como uma desprezível condição de inferioridade social.
Na Bahia, no início do século XIX, os escravos que trabalhavam como carregadores ou em outras profissões, eram o único sustento de famílias inteiras, que nada faziam. O trabalho, na realidade era considerado, pelas pessoas livres, algo de desonroso e digno apenas de servos. [...] No Brasil, a escravatura era muito mais do que uma instituição econômica, já que a propriedade de escravos não só era lucrativa, como também elevava o status do proprietário aos olhos dos outros. (CONRAD, Robert. Os últimos anos da escravidão no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p.14-15, 1978)


            Ao trazer à baila essa temática, o faço, de forma provocadora, no sentido, da necessária reflexão sobre um tema tão caro para a compreensão do que seja o povo brasileiro, uma nação resultado do encontros de civilizações, distintas, a europeia, a dos povos indígenas e a africana. Nas palavras de Darcy Ribeiro:
Nenhum povo que passasse por isso como uma rotina de vida, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós brasileiros somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. [...] A mais terrível de nossa herança é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce ainda hoje, em tantas autoridades brasileiras predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem ás mãos. Ela, porém, provocando crescentes indignação nos dará forças amanhã para conter os processos e criar aqui uma sociedade solidária. (RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, p 120, 1995)

            Finalizo, este curto artigo, com os versos do poeta Castro Alves, como um convite à reflexão sobre os caminhos e descaminhos da formação do Brasil.

Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?

Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
(O Navio Negreiro - Castro Alves)




9 de outubro de 2018

O cinema em Mossoró


                                                                                                 Cine Pax
           
           Embora Natal tenha uma intensa e bonita história da presença da arte cinematográfica na capital, Mossoró também não deixou de marcar sua presença pioneira (v. primeira eleitora no Brasil, libertação dos escravos antes da Lei Áurea da Princesa Isabel) no setor. Veja-se bem: o primeiro cinema a existir no Rio Grande do Norte foi em Mossoró. Muito cedo, aliás, quase na infância da 7ª Arte, em 1908, Francisco Ricarte de Freitas inaugurou naquela cidade seu Cine-Teatro Dr. Almeida Castro.
           Quando começavam a espocar foguetões na praça do Almeida Castro, era sinal de que a fita havia chegado de Aracati; à noite haveria sessão de cinema – relembrou Lauro da Escóssia no livro “Memórias de um Jornalista de Província.” O Cine Almeida Castro, aliás, foi o primeiro que exibiu filme falado na capital do Oeste, o que ocorreu a 22 de novembro de 1933, apresentando a película “Ama-me Esta Noite”, com o ator e cantor Maurice Chevalier e a atriz Jeanethe McDonald. Outros cinemas mossoroenses foram:
            Cine Ferreira Chaves, inaugurado por J.Soeiros à Rua do Comércio (hoje, Rua Vicente Sabóia). Este cinema passou a ser chamado Cine Politeama quando José Vasconcelos e Antônio Filgueira o adquiriram. Em 1925, Bonifácio Costa e Cornélio Mendes inauguraram à Rua João Pessoa o Cine Glória, cujos proprietários deixaram existir “uma segunda classe, ao relento, por trás de sua tela. O letreiro aparecia pelo avesso”, e então os espectadores (e eram muitos) resolveram contratar um professor para ler as legendas em voz alta.
           Depois do Glória, foi a vez do Cine-Teatro Pax, de propriedade da empresa Cine-Teatro Mossoró S/A (Jorge de Albuquerque Pinto), localizado à Praça Rodolfo Fernandes, e inaugurado a 23 de janeiro de 1943 com o filme “A Formosa Bandida”. O Pax foi inaugurado com 1.200 cadeiras. Em entrevista concedida ao suplemento “Domingo”, do Jornal de Fato, edição 225, de 5 de novembro de 2006, o então proprietário do Pax, Luiz Pinto, revelou que os filmes que mais lotaram o cinema foram “Os Dez Mandamentos”, “O Ébrio”, e “Dio Como Te Amo.”
           Na reportagem “Decadência do cinema em Mossoró”, publicada no jornal natalense O Poti (edição de domingo, 22 de outubro de 1995), Emery Costa faz o levantamento histórico de todos os cinemas que existiram em Mossoró. Pelo qual, fica-se sabendo que após o Pax, veio o Cine Déa, no ano de 1944, de propriedade de José de Oliveira Costa, e gerenciado por José Moreira. Emery registra: “Em 28 de maio de 1955, o Cine Caiçara, inaugurado por Renato Costa, que dotaria ainda a cidade de um cinema de bairro, o Jandaia, à Avenida Alberto Maranhão.”
         Houve ainda o Cine São José, no bairro Paredões, por iniciativa de “José Bedéo”. Segundo o levantamento histórico de Emery, houve ainda o Cinema Rivoli, à Avenida Rio Branco, de propriedade de Lenilton Moreira Maia, e inaugurado em 1962 com o filme “Pecados de Amor”. A 22 de julho de 1964, foi inaugurado o Cine Cid, de um grupo liderado pelo político e empresário Dix-Huit Rosado. O primeiro filme apresentado foi “O Candelabro Italiano”. O Cine Centenário e o Cine Imperial foram os últimos cinemas de rua em Mossoró.