Jornalista-escritor Franklin Jorge
Por Ubirajara Galli
Goiás,
ao longo de sua história, desde a colonial, tem sido visitado por ilustres
personalidades como Burchell, Sant-Hilaire e Carlos Pereira de Magalhães, entre
tantos outros que registraram as belezas naturais, potencialidades econômicas,
valores humanos e culturais goianos.
No
final da década de 1970, o jornalista-escritor, Franklin Jorge, portanto a sua
bateia cultural, desembarcou em Goiânia e começou a lavrar as áureas águas da
cultura Goiânia. Da sua colheita, nada se perdeu. Todas as suas impressões,
experiências vividas, bem-materializadas deram vida a essa publicação, de nome
sugestivo O Ouro de Goiás que tem tudo a ver com a gênese
existências do nosso Estado.
Esse Ouro tem
cor, peso, valor inestimável, amalgamado por construtores da cultura brasileira
em Goiás, muitos dos quais, em 2012, bateados por Deus. Da sua viagem Goiânia
alongada no tempo, entre esses seres de luz visitados por Franklin Jorge e que
Deus nos presenteia preservando a sua presença entre nós, está o escritor e
gestor cultural, José Mendonça Teles, um dos nomes mais expressivos da cultura
da nossa terra.
Há
mais de trinta anos, José Mendonça Teles fora apresentado ao Franklin Jorge por
uma amiga em comum, a escritora e crítica de arte, goianiense, Alcyone Abrahão,
cuja amizade tivera início com Franklin, quando ela residiu em Natal. Alcyone e
sua mãe, Jandyra Hermano de Paula, juntamente com sua tia, Amália Hermano
Teixeira, foram as gentis cicerones de Franklin Jorge, em todos seus encontros
culturais e humanos em Goiás.
José
Mendonça Teles, ao publicar seu livro Crônicas de Pirenópolis presenteou
Franklin Jorge com um exemplar da obra. Franklin agradeceu o autor através de
um poético texto, revelador de quem fez a leitura do livro, página por página,
por puro prazer.
Feliz
com a acolhida de Franklin á sua obra, José Mendonça Teles, sabendo de outros
guardados goianos reluzentes de Franklin Jorge ofertou-lhe a possibilidade de
publicar O Ouro de Goiás. Para nossa alegria, motivada pelo enriquecimento da
historiografia cultural goiana, que a obra publicada proporcionará, Franklin
aceitou a oferta editorial.
Alguns
goianos, como Zecchi Abrahão, pai de Alcyone Abrahão, primeiro editor da
Revista Oeste, concebida para as comemorações do Batismo Cultural de Goiânia,
ocorrido em 1942, e José Decio Filho, Franklin só conheceu através das suas
pegadas culturais.
Porém,
outra plêiade de talentosas personalidades, do mundo artístico e intelectual,
como José da Mata Teixeira, Cora Coralina, Brasigóis Felício, Antônio José de
Moura, Goiandira do Couto, Jandyra Hermano de Paula e Regina Lacerda, com
estes, sim, Franklin teve a oportunidade pessoal de vivê-los de habitados entre
nós.
José
Mendonça Teles, cumpridor emérito de promessas, preservacionista do patrimônio
artístico e histórico de Goiás, agora, por meio do Instituto Cultural que leva
seu nome, publica e faz o tombamento de O Ouro de Goiás, lavras de
um sensível talento. Méritos de Franklin Jorge, esse Anhanguera cultural.
*Membro da Academia Goiana
de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás
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