Cidade de São
Rafael começou a reaparecer depois de 30 anos encoberta.
Mesmo
com a chuva da semana passada, 150 municípios estão em situação
de calamidade no Rio Grande Norte. O maior reservatório de água do
estado atingiu seu menor nível histórico: 38%. O resultado disso é
que uma cidade, que mudou de lugar por causa da construção de uma
barragem, está agora com as ruínas à mostra.
A
cidade de São Rafael começou a reaparecer depois de 30 anos
encoberta. Dentro do rio, piranhas-assu despontam as cruzes e parte
dos túmulos do cemitério. A água baixou cerca de dois metros na
porta da igreja, que revela a arquitetura em estilo barroco, em forma
de arco. A torre, que cedeu há três anos, voltou a fazer parte do
cenário.
“Todo
rafaelense sente saudade da antiga São Rafael. Era uma cidade
pequena, mas aconchegante e com um povo muito hospitaleiro. Joguei
muito futebol aqui, como também no campo de futebol mais a frente.
Namorei muito na pracinha. A famosa volta que você dava na pracinha
e depois dava outra ao contrário”, conta o professor de história
Durval Alves.
A
estação férrea era uma construção importante para a economia do
município. De lá, saía tudo o que era produzido de riqueza em São
Rafael em direção a Natal. Toda produção agrícola saía do
local, assim como o mármore extraído da região.
A
professora aposentada Maria Moura lembra como era a cidade: “Eu
gostava da minha cidade. Lá era bom, tinha aquele banho gostoso no
rio e a quadra pra gente dançar aquele forró. Era bom demais! Aqui
não tem nada pra mim”.
Questionada
se é difícil retornar ao local, agora em ruínas, Maria responde
lamenta: “A gente volta pra matar a saudade. É uma tristeza, né?
Mas o poeta tem uma hora que canta e tem hora que chora, aliás quem
tem coração canta e chora. Nem todo mundo, mas eu sou assim”.
(
fonte: http://g1.globo.com/)
- fotos: Adrovando Claro
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