18 de dezembro de 2013

Memorial da Medicina – futuro ponto turístico?




Luiz Gonzaga Cortez Gomes *



O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – CREMERN, após as chuvas de agosto passado, que causaram danos parciais a uma das cinco instalações do seu “Memorial”,  está programando a reforma do prédio da Avenida Rio Branco, centro de Natal. O “museu” tem um problema crônico no teto: as infiltrações  sempre ocorrem em áreas diferentes de uma  residência construída há mais de 60 anos.  Apenas numa sala de exposição, onde está uma antiga cama ginecológica, foi severamente atingida pelas enxurradas.
As infiltrações não são as únicas preocupações da diretoria do CREMERN, mas a difusão e popularização do seu acervo, através da execução de  um programa permanente de divulgação do seu rico patrimônio histórico – o Memorial da Medicina -, em todo o Estado.  A divulgação começaria nas escolas públicas e privadas do RN, entidades médicas, culturais, sindicais e profissionais da sociedade civil, em virtude do desconhecimento  da sociedade acerca dos instrumentos, equipamentos, documentos, fotografias e obras artísticas. Como executar um programa de divulgação que está apenas idealizado por alguns dirigentes?
O médico Rubens dos Santos Silva, vice-presidente do CREMERN, está agendando conversas informais com os seus colegas membros do Conselho Curador do Memorial da Medicina do RN, objetivando reuniões informações e sugestões para abrir as suas portas para a população. Como reunir dezenas de conselheiros, diretores do CREEMERN e curadores do Memorial?
“Realmente, o Memorial permanece fechado, sem visitações,  não há divulgação, não temos estruturas e pessoal organizados para essa missão. Vamos elaborar um programa com os companheiros, a fim de que possamos divulgar o memorial nas escolas públicas e privadas para mostrar o seu acervo aos estudantes.
Temos que reformar o prédio do Memorial, fazer uma licitação para acabar de vez com o problema da impermeabilização insuficiente, pois não podemos ficar sofrendo as inundações das 5 salas. E mais: o nosso acervo é rico, mas a nossa memória é escassa. Todo o nosso acervo resultado de doações de colegas médicos do Rio Grande do Norte e de outros Estados. Então, temos que preservá-lo. È nosso propósito transformar o Memorial em ponto turístico, sem cobrar nada porque não podemos cobrar,mas podemos sensibilizar as secretarias de turismo municipais e estaduais, agências de viagens,  para colocarem o nosso Memorial no roteiro turístico de Natal”, afirmou Rubens Santos.
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do RN pretende implantar uma estrutura de atendimento ao público no Memorial a partir de 2014, com perspectivas de sucesso por causa da divulgação que será propiciada pelos Jogos da Copa em Natal. “Somos o CRM pioneiro na área de criação de um memorial com acervo histórico dessa magnitude. Há memoriais em Pernambuco, Pará e Paraná, além do da Universidade de São Paulo. Mas nós saímos na frente, implantamos o nosso “museu”, cuja manutenção é nossa, mas queremos levá-lo para todos os brasileiros, interessados na história e na cultura da medicina brasileira.

*Luiz Gonzaga Cortez Gomes é jornalista e pesquisador.

Tópicos históricos
A criação do Memorial ocorreu em 06 de maio de 1998, através da Resolução n° 004/98, do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte. A idéia foi do falecido médico Januário Cicco, um misto de médico e político com larga folha de serviços prestados à medicina e ao povo potiguar.
No Memorial, há uma sala dedicada ao 1º Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Onofre Lopes da Silva, com fotos e diplomas, além do seu coração conservado com formal numa redoma.
Olimpio Maciel, atual presidente do CRM-RN, foi quem conseguiu maior parte do acervo do Memorial, inclusive uma estátua fundida no Século XVIII e doada pelo Hospital Psiquiátrico Dr. João Machado, em 15.01 de 2004.
O Memorial funciona na Av. Rio Branco, 388, Cidade Alta, defronte ao Restaurante dos Comerciários, telefone 4006.5333. Antes de 2004, antes da aquisição da casa que pertenceu a Waldemar Mattoso, o Memorial funcionou na Praia do Meio.
O responsável pela  administração é o Sr. Roberto Carlos França da Fonseca e Silva

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