No
começo, poucos tinham fé nos engomados estudantes de Direito que se
apresentavam em casas da elite paulistana. Aos poucos a importância
do Teatro Oficina foi tão reconhecida que a classe artística fez
até uma vaquinha para o grupo inaugurar uma sede própria, em 1961.
Depois de apresentar Célia Helena, José Wilker, Beatriz Segal e
tantos outros em atuações inovadoras, o grupo mantém-se
efervescente após mais de 50 anos.
O
“teatro vivo” chegou não apenas propondo uma linguagem atual e a
interação total de atores com público. O principal é “a
preocupação de fazer um teatro diretamente ligado à realidade do
País”, define o diretor José Celso Martinez Corrêa.
Nos
anos 1970, O
Rei da Vela,
texto de Oswald de Andrade, foi o grito Tropicalista nos palcos. A
montagem é encarada como parte do movimento de Gil, Caetano, Tom Zé
e companhia, e também como manifesto do Oficina. O programa
anunciava “um teatro na base da colagem. A literatura, a música, a
conferência, o discurso, a chanchada, a obscenidade. Tudo é
instrumento de expressão. Tudo é linguagem”
Não
por acaso, o grupo é referência no teatro brasileiro de vanguarda.
Apesar da reformulação para Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona e da saída
de alguns fundadores, como Renato Borghi, os ideais seguem firmes.
Pela arquitetura moderna e pelo que representa, a sede projetada por
Lina Bo Bardi é tombada como patrimônio brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário