Salete
Pimenta Tavares
Sempre se ouviu dizer que a vida do homem se
divide em quatro períodos: Infância, Adolescência, Maturidade e
Velhice. A primeira etapa da vida humana é a infância; é o período
que vai do nascimento à puberdade. Um período lúdico, de
brincadeiras e divertimentos. A adolescência é o período entre a
infância e a maturidade. É a fase da mocidade, da juventude; um
período de sonhos, de devaneios, de paixões, de criatividade, de
desejos de liberdade, onde tudo se apresenta com mais força e com
mais coragem para a realização dos sonhos.
Muitos
poetas e escritores enaltecem a juventude, através de poesias, de
crônicas, etc.; dentre elas podemos citar trechos do poema de Olavo
Bilac, “A Mocidade”.
“A
mocidade é como a primavera / A alma cheia de flores resplandece. /
Crê no bem, ama a vida, sonha, espera / e a desventura facilmente
esquece”. E no finalzinho desse poema ele ainda ressalta: “a
mocidade não dá frutos como o outono / pois só dá flores como a
primavera”.
Já
a maturidade é uma fase mais calma, mais real, onde se busca o
equilíbrio para resolução de problemas e de situações difíceis.
A atriz Letícia Sabatela, no auge de sua maturidade, falando dos
atuais interesses, de suas crenças, de suas aspirações, diz que
vive um momento diferente, buscando mais o equilíbrio entre a
sobrevivência e a transcendência. E ainda acrescenta: “Aprendi a
seguir no meu tempo, no meu passo, no meu ritmo”. (vê revista
Cláudia – agosto de 2013).
O
escritor, dramaturgo e jornalista Mário Alberto Campos de Morais
Prata, conhecido como Mário Prata, considerado um dos mais
importantes escritores brasileiros, além de livros, novelas,
roteiros de cinema e de teatro, iniciou o tema crônicas, convidado,
que foi, pelo Diretor de redação do jornal “O Estado de São
Paulo” (Estadão), na época (1993), o senhor Aluísio Maranhão,
para escrever crônicas naquele jornal. Começou com uma crônica
chamada “Envelhescência”, cujo sucesso assustou o próprio
escritor. A Envelhescência é, pois, o período entre a maturidade e
a velhice. É uma fase bastante complicada, pois o homem já passou
da adolescência, atingiu a maturidade, mas ainda não chegou à
velhice. Sabemos que o homem não fica velho de repente, assim da
noite para o dia; vai envelhecendo aos poucos, enquanto seus cabelos
vão embranquecendo, suas faces ficando flácidas e enrugadas e o seu
corpo perdendo vigor e a coragem de viver uma vida ativa.
Li
certa vez, um livro que falava sobre Lei Mental (infelizmente não
lembro o nome), apesar de ter anotado essa frase do Artigo 25º, da
referida lei: “Não tenha medo da velhice. A idade não é o passar
dos anos, mas o acúmulo de sabedoria.” O certo é que o passar dos
anos é mesmo inevitável. Mas ninguém envelhece pelo simples fato
de viver um determinado número de anos. As pessoas só envelhecem
quando abandonam seus ideais; as pessoas só envelhecem quando deixam
de acreditar nos seus sonhos. Há um ditado que diz: “Os anos
enrugam a pele, mas a desistência do entusiasmo é que enruga a
alma.” A idade está na mente e no espírito de cada pessoa.
Madre
Tereza de Calcutá, numa de suas inúmeras frases escreveu: “Tenha
sempre em mente que a pele fica enrugada, que o cabelo se torna
branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não
muda: tua força interior e tuas convicções não tem idade.”
A
Envelhescência, segundo Mário Prata é o período que vai dos 45
anos aos 65 anos, o que nada mais é do que a maturidade do
envelhescente. Depois sim, vem a velhice.
A
atriz global Débora Bloch, nos seus cinqüenta e poucos anos de
idade, numa entrevista a revista “Cláudia” do mês de setembro
de 2013, disse o seguinte: “Aos 50 anos a gente sabe quem é e o
que quer ou não quer para a vida. É bem difícil envelhecer. Mas
devemos aceitar esse processo e descobrir como vivê-lo da melhor
maneira possível.” É na “Terceira Idade”, ou seja, na
maturidade do envelhescente, que descobrimos o valor do carinho, do
sorriso, de um gesto limpo de caráter, enfim, descobrimos como é
fácil ser feliz. A maturidade do homem é voltar a encontrar a
serenidade como aquela que se usufruía, quando se era menino. Quanto
à velhice, ela não existe, é uma questão de opção. A velhice é
quando se perde as funções, a vitalidade e a plenitude da vida. E
isso só deve acontecer próximo da morte.
O
Brasil sempre foi considerado um país de jovens. Mas hoje esse
conceito mudou, pois segundo pesquisas realizadas atualmente, o
número de idosos cresceu bastante e o Brasil está envelhecendo. A
sociedade, então, começou a descobrir a importância de saber
envelhecer levando o idoso a uma vida ativa e saudável. E para isso,
para conquistar a longevidade, é necessário realizar atividades
físicas, ter uma boa alimentação e cuidados médicos, compartilhar
conhecimentos e experiências, participar de grupos da chamada
Terceira Idade, proporcionando ganhos em saúde mental e física,
resultando em melhoria de qualidade de vida. A velhice é, pois, um
problema social dos mais relevantes e delicados, que está a exigir
uma tomada de consciência das novas gerações e da sociedade como
um todo para amenizá-lo.
É
fundamental olhar a velhice como mais uma importante fase da vida,
pois segundo Fernanda Parolari Novello, no seu livro “Idade da
Sabedoria” “quem passou pela Envelhescência e alcançou a
velhice é porque pôde ou porque sonha viver, ou ainda mais
explicitamente, porque não foi colhido na estrada da vida por uma
morte prematura.”
Como conviver com o idoso
ResponderExcluirIvone Boechat (autora)
1- Nunca pergunte a um idoso: qual é o segredo de viver tanto assim? Porque a pessoa não vai lhe convencer ou vai dizer que não sabe a resposta. Quem vai adivinhar como se vive anos e anos, com tanta virose, corrupção, mentira, tapeação, bala perdida, exploração... ruindade!
2- Nunca telefone ou visite um idoso entre 12:00h e 16:00h. TODO idoso gosta de descansar nesse período sagrado.
3- Jamais conte um problema ao idoso. Ele vai poder ajudar? Também não seja o problema do idoso: é covardia. Ele não vai ter como se defender.
4- Nunca interfira na decisão do idoso: se ele decidiu ser enterrado ou cremado. Não fique reclamando do preço da cremação, do túmulo..Nem fique agourando e perguntando o que a família deve escrever por cima do túmulo.
5- Nunca diga ao idoso: essa história você já me contou dez vezes. Diga a ele que a história é interessante e o ajude a resumi-la. Ele vai entender que a história é conhecida!
6- Não estimule o idoso a se lembrar de um fato que lhe cause sofrimento. Desvie sempre a tristeza para o lado bom de tudo.
7- Não explore a disponibilidade do idoso, lembre-se que ele já trabalhou muito e hoje não tem mais resistência, saúde e vigor para tomar conta de problemas e cachorros... dos outros. Deixe em paz o cartão bancário com o pagamento da minguadíssima aposentadoria. Vai à luta!
8- Mude o canal da TV quando o assunto é desgraça!
9- Ao visitar o idoso, leve algo que lhe faça bem à saúde: boa conversa, estímulos, boas notícias... palavras cruzadas, linha para crochê... uma fruta que ele possa consumir... um livro. Nas festas de aniversário e Natal, seja criativo! Chega de tanto pijama e chinelo.
10- Lembre-se: a pessoa idosa tem todo direito à felicidade e não vai ser você que vai atormentar os derradeiros dias da vida de ninguém. Exercite a gratidão, o perdão, a solidariedade e chega de despejar lixos de traumas, tristezas antigas e carências na caçamba que a vida cismou de colocar na porta de quem lutou tanto para resistir às intempéries.
Como conviver com o idoso
ResponderExcluirIvone Boechat (autora)
1- Nunca pergunte a um idoso: qual é o segredo de viver tanto assim? Porque a pessoa não vai lhe convencer ou vai dizer que não sabe a resposta. Quem vai adivinhar como se vive anos e anos, com tanta virose, corrupção, mentira, tapeação, bala perdida, exploração... ruindade!
2- Nunca telefone ou visite um idoso entre 12:00h e 16:00h. TODO idoso gosta de descansar nesse período sagrado.
3- Jamais conte um problema ao idoso. Ele vai poder ajudar? Também não seja o problema do idoso: é covardia. Ele não vai ter como se defender.
4- Nunca interfira na decisão do idoso: se ele decidiu ser enterrado ou cremado. Não fique reclamando do preço da cremação, do túmulo..Nem fique agourando e perguntando o que a família deve escrever por cima do túmulo.
5- Nunca diga ao idoso: essa história você já me contou dez vezes. Diga a ele que a história é interessante e o ajude a resumi-la. Ele vai entender que a história é conhecida!
6- Não estimule o idoso a se lembrar de um fato que lhe cause sofrimento. Desvie sempre a tristeza para o lado bom de tudo.
7- Não explore a disponibilidade do idoso, lembre-se que ele já trabalhou muito e hoje não tem mais resistência, saúde e vigor para tomar conta de problemas e cachorros... dos outros. Deixe em paz o cartão bancário com o pagamento da minguadíssima aposentadoria. Vai à luta!
8- Mude o canal da TV quando o assunto é desgraça!
9- Ao visitar o idoso, leve algo que lhe faça bem à saúde: boa conversa, estímulos, boas notícias... palavras cruzadas, linha para crochê... uma fruta que ele possa consumir... um livro. Nas festas de aniversário e Natal, seja criativo! Chega de tanto pijama e chinelo.
10- Lembre-se: a pessoa idosa tem todo direito à felicidade e não vai ser você que vai atormentar os derradeiros dias da vida de ninguém. Exercite a gratidão, o perdão, a solidariedade e chega de despejar lixos de traumas, tristezas antigas e carências na caçamba que a vida cismou de colocar na porta de quem lutou tanto para resistir às intempéries.