15 de outubro de 2013

Professor, um herói anônimo




Salete Pimenta Tavares

Todas as profissões têm a sua importância no mundo de hoje. A de Médico, por exemplo, parece ocupar um lugar de destaque, talvez por lidar tão perto e tão diretamente com a vida, cuja finalidade básica é prevenir, atenuar e tratar doenças físicas ou psicológicas. No entanto, uma das profissões que deve ser considerada de suma importância é a de Professor. Ser Professor ou Educador hoje é um desafio, dizem os profissionais da área. Desafio sim, pois o tempo não para e, muito mais que a corrida cronológica é a superação de pensamentos que o ser humano é capaz de ter. O desafio é uma condição existencial para quem educa. E para que se educa? Chico Alencar, autor do livro “Educar na Esperança” – VOZES, diz o seguinte: “Educa-se para percebermos, pelo estudo, que os frutos da ciência devem servir ao bem-estar da humanidade.” E ainda afirma que é para saber ver, separar o certo do errado e agir. Por isso, o Professor desde as primeiras letras, desempenha um papel tão importante na sociedade, ajudando a formar pessoas que podem tornar o mundo mais delicado, mais humano e mais justo.
No dia 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. Esta data surgiu desde 15 de outubro de 1827, data que Dom Pedro I baixou um Decreto Imperial sobre a Primeira Lei Geral relativa ao ensino elementar no Brasil. Porém, só em 1947, 120 anos depois, aconteceu a primeira comemoração do dia dedicado ao Professor. As comemorações tiveram início na cidade de São Paulo, em uma pequena escola da Rua Augusta, no Ginásio Caetano de Campos. Um dos professores do Ginásio Salomão Becker, inspirado em uma lembrança de sua infância, escolheu o dia 15 de outubro, já que em sua cidade natal, professor e alunos se confraternizavam, organizando uma mesa de doces que traziam de casa. Essa é também uma lembrança minha de infância. Além da confraternização com comidas, principalmente bolos e docinhos, ainda havia a oferta de presentes aos queridos mestres. Mas, somente em 1963, é que a data foi oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal Nº 52.682, datado de 14 de outubro desse mesmo ano. (v. Folhinha de Nossa Senhora de Nazaré – ano 2009)
Atualmente quase não acontece comemorações homenageando o Professor, uma vez que os costumes são outros e as formas de comemorações não passam de um feriado simplesmente, onde os estudantes lotam os Shopings e às praias num divertimento diferente sem sequer lembrar qual o verdadeiro homenageado do dia.
Acontece muitas vezes a criança não gostar de estudar. Sai reclamando da escola, do professor, geralmente tira notas baixas e fala que quer sair da escola. Para isso, os pais precisam descobrir o porquê dessa situação e ter em mente que o gosto pelos estudos deve ser alimentado desde cedo, mesmo antes de a criança deixar o ambiente familiar para freqüentar as novidades da escola. Quanto aos adolescentes a questão vai exigir atenção redobrada dos pais, pois geralmente há o problema das constantes transformações hormonais e psicológicas, fazendo com que eles sofram muito durante esse período de vida, levando-os a rebeldia, principalmente com pais e professores. Nesse momento, o diálogo é fundamental. Despertá-los para a gratuidade da vida, torna-se também fundamental num mundo que funciona à base do interesse, do lucro, da vantagem. “A vida é o maior dom de Deus e o seu amor gratuito é a única razão da existência da vida sobre a terra”. (Luiz Fernando Conde Sangenis). E é o amor pela existência, a alegria de viver e o desejo de plenitude que jorram dos corações dos jovens que é necessário cada vez mais, orientá-los e conscientizá-los dessa razão de viver.
E o Professor como anda nesses novos tempos? Sua tarefa de ensinar exige abnegação. Dias cansados por se desdobrar de uma escola para outra, a fim de completar um salário, que como todos sabem, é baixíssimo para a sua função, além das noites de angústia até altas horas, a preparar aulas, trabalhos, provas e correções. Quantas vezes ele se pergunta: será que vale a pena? Mas ao mesmo tempo se vê numa profissão feita com o coração, sendo uma vocação dada por Deus, e sua resposta é Sim. Vale a pena sim, pois ele se inspira, talvez, na seguinte frase: “A gente ensinando aprende também, faz bem a alguém e vai semeando, nos alunos um pouco de paz e um tanto de Deus”. (v. Folhinha do Coração de Jesus, 14-10-2009 – Seleção de Alex Sandro de Souza Brito – Maragogipe – BA).
Agora eu digo como Lécia Maria Cavalcante Silva, no seu livro de poesias, “Uma janela para o mar”: “Hoje é teu dia! Qual é o dia que não é teu? Tua profissão, o povo precisa”. Mais adiante ela parabeniza o Professor pela demonstração de coragem, pelas batalhas perdidas, com gosto de vitória, por essa cabeça altiva de aparência simplória e também por suportar injustiças, desafeto, desamor e salário parco, atrasado, subtraído, inferior.
Parabéns Professor! Seu dia não é somente um dia, é uma vida toda. Parabéns meus professores e minhas professoras queridas! Vocês foram e sempre serão meus heróis e minhas heroínas, e, sem vocês, o mundo não andaria e os homens sucumbiriam pela ausência do saber.

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