16 de maio de 2013

Habemus papam! (Temos Um Papa)



                                                               



Salete Pimenta Tavares

          A Igreja Católica, até hoje, já foi agraciada com o 265° (ducentésimo sexagésimo quinto) sucessor de São Pedro, o Papa Bento XVI. Com a renúncia do Papa Bento XVI, que abdicou do pontificado no dia 28 de fevereiro deste ano de 2013, a Igreja Católica passou a ter o seu 266° (ducentésimo sexagésimo sexto) sucessor de São Pedro, com a eleição do Cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio para conduzir a Igreja Católica Apostólica. Eleito na quarta-feira, dia 13 de março do corrente ano, o Cardeal Bergoglio adotou o nome de Francisco, Papa Francisco. Sua eleição gerou surpresa e satisfação, segundo o jornal “A Ordem”, da Arquidiocese de Natal – Ano XII – Nº 11, de 17-03-2013. Surpresa pelo fato de ser um, dos que pouco havia sido citado, como possível sucessor de Bento XVI, e satisfação, por se tratar de um latino-americano. O Papa Francisco é até hoje o único Papa Jesuíta eleito. A escolha do nome Francisco, para alguns membros da Igreja Católica, significa um sinal de humildade.

Durante todo esse tempo de papado, houve alguns períodos de Interregno (tempo que decorre entre dois reinados; intervalo, interrupção). De 29-12-1268 até 1º-09-1271, o cargo ficou vago por quase três anos. De 04-04-1292 até 05-07-1294, o cargo ficou vago por mais de dois anos. De 20-04-1314 até 07-08-1316 e de 04-07-1415 até 11-11-1417, o cargo ficou vago durante dois anos, devido à demora do resultado do conclave.

Na história dos Papas romanos há também aqueles que renunciaram ao seu papado: Gregório XII, depois de cinco anos no poder renunciou ao cargo em 1415. Celestino V, apenas quatro meses depois de empossado, também renunciou ao cargo. É o primeiro Papa que renuncia à função por iniciativa própria. E em 235, o Papa Ponciano, exilado por um imperador romano, decidiu renunciar para que os fiéis não ficassem sem o líder.

O Papa Bento XVI é o quarto Papa a renunciar ao seu papado e o segundo a renunciar, por iniciativa própria. De acordo com o Código de Direito Canônico, o Papa pode renunciar ao cargo. No entanto, João Paulo II, através de uma das Cartas que, anualmente, publicava por ocasião da Quinta-Feira Santa, dirigida a todos os Sacerdotes da Igreja, escolhendo para cada ano um tema especial, diz: “Não se pode renunciar ao sacerdócio, uma vez que o sacerdócio nos é dado para servir constantemente os outros, como fazia o Senhor Jesus Cristo, não se pode renunciar a ele por causa das dificuldades que encontramos e dos sacrifícios que nos são exigidos, mesmo nos momentos de cruz”. (Revista Brasil Cristão – Ano13 – Número 144 – julho de 2009).

Existem muitos outros fatos envolvendo o mundo papal, como por exemplo: O Papa Estevão II, eleito no dia 23-03-752, faleceu antes da Consagração. Seu nome foi retirado da lista dos Papas. O Papa seguinte que escolheu como nome Estevão III, tornou-se então Papa Estevão II. O Papa Gregório IX, que governou de 19-03-1227 até 22-08-1241, foi quem canonizou São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão e Santo Antonio de Pádua. O Papa Pio XI (Ambrogio Damiano Achille Ratti), por Decreto de 16-07-1930, proclamou a Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. Construiu uma estação ferroviária, uma estação de rádio e uma pinacoteca. O Papa Pio XII (o italiano Eugênio Maria Giusepp Giovanni Pacelli) foi quem instituiu o Dogma da Assunção de Nossa Senhora. Governou de 02-03-1939 a 09-10-1958. Foi proclamado Venerável no ano de 2009. O papa João XXIII, Ângelo José Giuseppe Roncalli, que governou de 28-10-1958 até 03-06-1963, chamado de “Papa Bom”, foi quem declarou oficial a Abertura do Concílio Vaticano II. Ele foi considerado um dos precursores da Renovação Carismática Católica (RCC). Com a morte de João XXIII, em pleno Concílio Vaticano II, assume a cátedra de Pedro o italiano Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, com o nome de Paulo VI. Governou de 21-06-1963 a 06-08-1978. Foi no seu pontificado que se intensificou a chamada Renovação Carismática. Seu sucessor João Paulo I, que teve um brevíssimo pontificado (33dias) não chegou a pronunciar-se a respeito da Renovação Carismática. Mas o seu sucessor, o Cardeal Karol Josef Wojtyla, Papa João Paulo II, foi o Papa que conviveu por mais tempo com o movimento carismático. Ao longo do seu pontificado (16-10-1978 a 02-04-2005) além de dar uma atenção especial aos sacerdotes, em seu ministério petrino, colocou Maria a Mãe de Jesus em um lugar também especial, principalmente através da “Encíclica Redemptoris Mater” (RMa) e da Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae” (RVM). É dele a seguinte frase: “Com efeito, recitar o Rosário nada mais é senão contemplar, com Maria, o rosto de Cristo.” Nenhum outro Papa se encontrou com tantas pessoas como João Paulo II, em números mais de 16,7 milhões de peregrinos. Presidiu 147 cerimônias de beatificação com a Proclamação de 1338 beatos, 51 canonizações com um total de 482 santos. João Paulo II era considerado como uma figura carismática, de personalidade deliberada, de impacto público e gestos simbólicos. Seu pontificado foi o segundo mais longo da história da Igreja (27 anos), pois o mais longo foi o do Papa Pio IX, com uma duração de 33 anos.

Depois de João Paulo II, veio o Papa Bento XVI, que apesar de ter renunciado ao seu papado, durante oito anos, segundo o livro “Uma Breve História dos Papas”, Editora Escala, mostrou grande disposição para um homem de sua idade empreendendo um rítmo intenso de viagens, surpreendendo também por ser ele um homem comedido, muito diferente do papa anterior, João Paulo II. Ele realizou 24 viagens apostólicas ao exterior, incluindo a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), de 18 a 21 de agosto de 2011, em Madri (Espanha). Ele instituiu o Ano da Fé de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013. Uma das razões para a instituição desse Ano foi celebrar o cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II e intensificar uma ampla reflexão sobre a Fé.

Agora estamos iniciando o pontificado do Papa Francisco. (*) Em seus discursos ele tem ressaltado o desejo de ver “Uma Igreja pobre a serviço dos pobres”. Desde os primeiros momentos ele manifestou humildade tanto pela escolha do nome Francisco, como antes de abençoar o povo, ele pediu para que a multidão que o esperava na sacada do Palácio do Vaticano o abençoasse em primeiro lugar. É dele essa frase: “Às vezes, na nossa vida, os óculos para ver Jesus são as lágrimas.”

(*) - Dos 266 Papas, nada menos do que 187 eram italianos.
     - Segundo pesquisa na Internet, se não fosse à grande migração de italianos para a        
       Argentina, no final do século 19, o Papa Francisco também seria italiano.

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