19 de abril de 2017

Milton Ribeiro Dantas: da tisiologia à observação astral





                                                                                                      Milton Ribeiro Dantas

O médico Milton Ribeiro Dantas nasceu na cidade de Mossoró, em 22 de novembro de 1914, e faleceu em Natal a 8 de novembro de 1992.  Era o primeiro filho - de uma prole de quatro - do casal José Ribeiro Dantas(1889-1950) e Helena Villar Ribeiro Dantas(1891-1987).
Depois de concluir o curso secundário – iniciado em Mossoró –transferiu-se para Recife, onde formou-se em medicina na turma que colou grau no ano de 1936. Dois anos depois, consorciou-se com a sua prima Mirtes Ribeiro Dantas, tendo nascido três filhos: José Ribeiro Dantas, Maurício e Paulo Eduardo.
Especialista em tisiologia ocupou vários cargos relevantes na sua profissão: Diretor do Hospital São João de Deus, no período de 1938 a 1944, e do Sanatório Getúlio Vargas, durante quinze anos (1944-1959). Foi diretor do Instituto de Medicina Legal e Criminalística do Estado e professor fundador da cadeira de Medicina Legal na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Além da sua atuação como médico revelou-se um influente deputado estadual (1951-1954), tendo sido um dos fundadores da União Democrática Nacional-UDN, no Rio Grande do Norte, sendo secretário geral do Diretório Regional, de 1950 até janeiro de 1961, quando renunciou, abandonando as atividades políticas. Dentre os projetos apresentados destacam-se a criação do Departamento Médico Legal, na Secretaria de Segurança Pública, criação do Serviço de Assistência Psiquiátrica, na Secretaria da Saúde e Assistência Social; e, a criação do Departamento Estadual da Criança.
Foi membro de diversas entidades assistenciais e científicas, destacando-se a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte, da qual foi presidente no biênio 1942-1943; fundador da Liga Norte-Rio-Grandense contra o câncer; membro correspondente desde 1937, da Sociedade Brasileira de Tuberculose; Fellow doAmerican College of Physicians, diploma de março de 1949; Membership do American Trudeau Society –Medical Section of National Tuberculose Association, título de maio de 1953; membro titular da Union International contre la Tuberculose; correspondente da Sociedade de Medicina e Criminologia de São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina Legal e Criminologia.
 Atento conhecedor da condição humana era, também, “observadorespacial” como mostra os versos de sua autoria, impressos na antologia Uns Fesceninos, organizada por Oswaldo Lamartine de Faria, editada no Rio de Janeiro em 1970.

O sol e a lua fornicam
No leito azul do infinito.
Se há coisas que bem se explicam,
Outras não, nunca, jamais:
Como muitos animais,
O sol e a lua fornicam.
A posição que praticam?
- Pode até ser esquisito –
Mas todo mundo, tem dito
Que é um fato indiscutível,
Perfeitamente possível,
No leito azul do infinito.

 Revelando-se, também, um arguto observador da “fauna”, sentenciou:
 Há quem pareça sem ser
E quem é, não parecendo.
Quero dar meu parecer
Com absoluta isenção,
Tenho até convicção,
Há quem pareça sem ser
Só quem poderá dizer
O que pareça, não sendo,
Distinguir o que está vendo,
Pois nunca, jamais, se engana,
É o verdadeiro sacana
E quem é, não parecendo.

                                                      João Gothardo Dantas Emerenciano

Referências
CARDOSO, Rejane.(Coord.) 400 nomes de Natal. Natal: Prefeitura Municipal de Natal, 2000.
FARIA, Oswaldo Lamartine de. Uns Fesceninos.Rio de Janeiro: Artenova, 1970.
LIMA, Manoel Jácome de. O Poder Legislativo do Rio Grande do Norte no Regime Republicano. Revista do IHGRN, vol.LVI-LVII-LVIII, anos 1964-1965-1966.
MOURA, Carlos Alberto Dantas. Família Ribeiro Dantas, de São José de Mipibu. Brasília: Cegraf, Senado Federal, (19??).







Nenhum comentário:

Postar um comentário