18 de abril de 2016

Circuito Verde: uma ação de Educação Patrimonial



Luciano Capistrano
Historiador: Semurb/Parque da Cidade
Professor: Escola Estadual Myriam Coeli
            
           A Educação Patrimonial é uma das ferramentas, pedagógicas, importantes quando pensamos políticas de preservação cultural e ambiental. Gestar ações de conservação da cultura e dos recursos naturais passa, necessariamente, por intervenções no âmbito educacional, é importante apresentar um patrimônio que é de todos cidadãos , mas, na verdade nem todos habitantes ou visitantes da cidade conhecem. Como, então, proteger o desconhecido?
            Neste sentido, entendemos a educação como o caminho, o elo, de ligação com os lugares de memória, os lugares naturais, com a população, as pessoas, os viventes da urbe. O sentimento de pertença, é o grande fator protetor do patrimônio cultural e ambiental. A proposta do Circuito Verde, se insere nesta perspectiva de preservação, fazer conhecida as áreas de proteção cultural e ambiental da cidade de Natal, através da experiência vivenciada durante as visitas.
            Natal, cidade de belas praias, belas paisagens, cidade “Trampolim da Vitória”, tem em suas ruas, vielas, lugares que diz muito de um passado marcado por momentos bem significativos, por exemplo, a Segunda Guerra Mundial, momento em que a cidade dos poetas ou a cidade do sol, como queiram, se transforma num palco de apoio aos esforços das nações democráticas contra a tirania nazifascista. Sim, temos uma história a ser preservada, a ser contada.
            Uma cidade que possui dez Zonas de Proteção Ambiental, o que significa está preocupada com qualidade de vida, tem, sim, de cada vez mais colocar na pauta do seu desenvolvimento econômico/social , a questão ambiental como prioridade primeira.     
            Este caminho, construído ao longo de sua históriarelaciona a tomadas de consciência global, como indica diversas resoluções da ONU/UNESCO e de outros organismos internacionais, objetivando a implementação de políticas preservacionistas.
A Declaração de Estocolmo, de 1972, é um claro exemplo de como as nações ,aos poucos, mudavam seus conceitos de progresso. A ssembléia Geral das Nações Unidas, nesta Declaração, orientava os países signatários a adotar medidas com o objetivo de preservar e melhorar o ambiente humano (CURY, 2004). Os dois primeiros artigos da Declaração de Estocolmo, são bem ilustrativos deste novo pensar o homem e o meio ambiente:
1º O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e o desfrute de condições de vida Adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem estar; e é portador da solene obrigação de proteger e melhorar esse meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A esse respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de coerção e de dominação estrangeira permanecem condenadas e devem ser eliminadas.
2º Os recursos naturais da Terra, incluídos o ar, a água, o solo, a flora e a fauna e, especialmente, parcelas representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefícios das gerações atuais e futuras, mediante um cuidadoso planejamento ou administração adequados.

Como contraponto, ao progresso sem limites, a sociedade mobiliza-se em torno dos princípios da Rio-92:
 PRINCÍPIO 1
 Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.[...]
PRINCÍPIO 3
 O direito ao desenvolvimento deve exercer-se de forma tal que responda equitativamente às necessidades de desenvolvimento e de proteção da integridade do sistema ambiental das gerações presentes e futuras.
 Seguindo essas preocupações e as orientações  da Declaração de Estocolmo e a Rio 92, o projeto Circuito Verde, em fase de laboratório, propõe uma ação de Educação Patrimonial, que envolva aspectos culturais e naturais da cidade de Natal. A ideia é promover um roteiro educativo, nas ZPAs. Deste modo abordando temas relacionados aos aspectos culturais e naturais característicos de cada uma das Zonas de Proteção visitadas.

            Acredito ser o víeis da educação o grande aliado da legislação, já existente, de proteção do Patrimônio Histórico e Natural. Não basta, apenas a legislação, se faz necessário conhecer.

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