21 de outubro de 2013

A SONORIDADE NO CINEMA

Bené Chaves

                                                    Alemão



        Embora o cinema italiano deva muitos favores a Walter Ruttman, foi ele um dos que primeiro falaram também no período alemão. Em 1929,  a ‘Tobis’ alemã exibiu ao público Melodia do Mundo, juntamente com outras fitas sonoras de Frank Clifford e Brauer. Os três iniciaram a chamada fase do  som. 
        Joseph von Sternberg estreou em Hollywood ainda no período silencioso, onde triunfou, enquanto G.W. Pabst, vindo também da fase muda, fez na época  Rua das Lágrimas (25), O amor de Jeanne Ney(27) e a obra-prima A caixa de Pandora(28). E no período sonoro realizou Guerra, flagelo de Deus (30, versão alemã de Nada de novo no Front), A ópera dos pobres (31) e Camaradagem (31). Como viajava para diversos países, fez na França o seu Dom Quixote (33) e na Áustria realizou O Processo (47).
        Fritz Lang, outro nome importante do cinema na Alemanha, rodou Asssassino (28), seu primeiro filme sonoro. Fez o Testamento do Dr. Mabuse (32), na época, proibida  pela censura por ser uma obra anti-nazista. Deixando a Alemanha, Lang realizou na França Lilliom/Coração de Apache (33) e depois seguiu para Hollywood onde sua obra sofre um declínio assustador. Salvam-se apenas os filmes Fúria (36) e Vive-se uma só vez (37). Porém, o grande nome na filmografia deste cineasta não deixa de ser M, o vampiro de Dusseldorf  que realizou em 1931.
        Um dos mais famosos filmes sobre temas juvenis(Meninas de uniforme, 31)  foi realizado pela diretora Leontine Sagan com a participação de Carl Froelich e abordava o lesbianismo em um pensionato. Era um tema muito forte para a época. Já Goebbels lançou mão do cinema para fins políticos e guerreiros, utilizando o Hans Steinhoff como autor de Jovem Hitlerista Quex, realizado em 1933. As obras contrárias eram postas à revelia. E a Leni Riefenstahl, jovem atriz e bailarina, estreou no cinema em O inferno branco de Piz Palu (Pabst) e no ano de 1936 surgiu como diretora de documentários, onde destacaram-se O triunfo da vontade(36) e Olympia (38).
        Max Ophuls, grande nome do passado, autor do belo Lola Montés (55), realiza na época Liebelei/Uma história de amor (32) que  valeu sua celebridade. E o Willi Forst, ator e diretor austríaco, fez Correm suaves os meus cantos, tomando como base condutora a sinfonia inacabada de Schubert, fita datada de 1933. Depois realizou Mascarada (34), Mazurca (35) e o sucesso de Opereta (40), tendo  como base a música de Strauss.
        Slatan Dudow, mais um da safra, realizou na fase sonora um verdadeiro libelo contra a fome, a miséria e o desemprego, a chamada tríade de uma esfera social que acaba com as massas populacionais. Seu filme Kuhle Wampe ou A quem pertence o mundo?, foi roteirizado pelo Bertolt Brecht e realizado em 1932. Causou grande impacto aos espectadores de então.
        Eis aí, em rápidos traços, o começo da era sonora alemã.   




   

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