3 de junho de 2020

A SONORIDADE NO CINEMA ( INGLÊS )

Bené Chaves

Anthony Asquith (1902/68) fez soar, em 1929, ‘A cabana de Dartmoor’ juntamente com o diretor alemão André-Ewald Dupont (1891/1956), depois de este ter ido trabalhar na Inglaterra e realizar ‘Atlântico’ também no mesmo ano. Foram, então, as primeiras vozes do cinema inglês. Na década 29/30 houve grande atividade nos estúdios britânicos e os cineastas de renome foram o próprio Asquith, Basil Dearden, William Howard, Alfred Hitchcock e o húngaro Alexander Korda. O húngaro era meio cosmopolita e realizou em Hollywood ‘A vida privada de Helena de Tróia’ (1927). Como parecia gostar das ‘vidas privadas’, fez mais duas, sendo uma de Don Juan (1934) e a outra, feita na Inglaterra, de Henrique VIII (1933), com o grande ator Charles Laughton em começo de carreira. Neste período duas obras se destacaram no gênero dramático: ‘Pigmalião’(1938) de Asquith e ‘Os 39 degraus’ (1935) de mestre Hitchcock.
Iniciou-se também o cinema-documentário e John Grierson, fundador da escola documentarista inglesa, foi o principal articulador, pois via o gênero como “um tratamento poético da realidade”. Trouxeram conhecimentos e experiências, enriquecendo a escola, o americano Flaherty, o brasileiro Alberto Cavalcanti e os soviéticos Eisenstein e Aleksandr Dovjenco. Destacamos ainda os pioneiros Arthur Elton, Basil Wright, Paul Rotha, Harry Walt, entre outros. Citamos alguns títulos realizados por esta equipe britânica: ‘Correio da noite’, ‘Mar do norte’, ‘Rostos de carvão’, ‘A voz de Londres’ e ‘Desemprego’.
Fitas que pertencem hoje à filmografia mundial datam da guerra e pós-guerra. Entre elas, ‘O caminho das estrelas (Asquith, 45), ‘Desencanto/Grandes Esperanças’(David Lean, 45/46),‘O condenado’(Carol Reed, 47), ‘Narciso negro/Os sapatinhos vermelhos’(da dupla Powell/Pressburger, 47/48), ‘Na solidão da noite’ (em cinco episódios e dirigidos por Charles Crichton, Alberto Cavalcanti, Robert Hamer e Basil Dearden, 45), ‘Henrique V/Hamlet’ (Laurence Olivier, 44/48), dentre outras.
Enquanto isso manobravam – no campo econômico – atrás dos bastidores da produção e distribuição cinematográfica o húngaro Alexander Korda e o industrial e principal exibidor britânico J. Arthur Rank.
Eis aí, portanto, em rápidas pinceladas, o começo da era sonora do cinema inglês. E com a participação de cineastas de outros países.




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